Sul-africano sequestrado no Mali pela Al-Qaeda é libertado Constituinte de Maduro será instalada em meio a rejeição internacional


AL-JAZEERA/AFP/Arquivos / -(A partir da esquerda) Os reféns Johan Gustafsson, Stephen McGown e Sjaak Rijke, em local não divulgado, em imagem divulgada pela rede de TV Al-Jazeera
Quase seis anos após o seu rapto, o sul-africano Stephen McGown, sequestrado pela Al-Qaeda com três outros turistas em Timbuktu, no norte do Mali, foi libertado no final de julho, e está na África do Sul.
"Nosso compatriota Stephen McGown foi libertado em 29 de julho de 2017. Estamos muito felizes com a sua libertação", anunciou a ministra das Relações Exteriores Maite Nkoana-Mashabane, durante uma coletiva de imprensa em Pretória.
McGown está passando por exames médicos, segundo Nkoana-Mashabane acrescentou, sem dar detalhes sobre as circunstâncias da sua libertação.
"A família (de McGown), o governo, o povo sul-africano e a comunidade internacional fizeram campanha pela sua libertação. Estamos satisfeitos que esses esforços foram bem sucedidos. Desejamos-lhe uma excelente volta para casa", disse.
A ministra indicou sentir-se "ofendida com as atividades de grupos como a Al-Qaeda, o Estado Islâmico (...) que sequestram cidadãos inocentes. Ele era apenas um turista em Timbuctu".
Em um comunicado, o governo sul-africano também agradeceu "o governo do Mali e as organizações não-governamentais (...) pelos seus esforços que permitiram a liberação de McGown".
McGown, de 42 anos, foi sequestrado em Timbuktu em 25 de novembro de 2011, juntamente com outros dois turistas, Sjaak Rijke, um holandês libertado em 2015, e Johan Gustafsson, um sueco libertado em junho deste ano.
O sequestro foi reivindicado pelo grupo Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI).

Constituinte de Maduro será instalada em meio a rejeição internacional

Presidência/AFP / Ho(Arquivo) Maduro participa de reunião em Caracas
A Assembleia Constituinte promovida pelo presidente Nicolás Maduro será instalada sem o reconhecimento da oposição e de vários governos, que a consideram uma ameaça à democracia.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocou seus seguidores a marchar na quinta-feira (3) em Caracas, e não nesta quarta, como previsto, na suspeita de que seja instalada amanhã. Ainda não houve um anúncio oficial nesse sentido.
A instalação será realizada em meio a uma forte tensão com os Estados Unidos e à condenação internacional deflagrada pela detenção, na terça-feira (1º), dos opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma, prefeito de Caracas. Ambos estavam em prisão domiciliar.
O presidente americano, Donald Trump, que responsabilizou Maduro pela saúde e pela segurança de López e Ledezma, criticou a "ditadura" venezuelana, em declarações na terça-feira à noite. Na segunda (31), Washington já havia imposto sanções financeiras e jurídicas a Caracas por conta da iniciativa de Maduro.
"Eu lhes digo: chova, ou faça sol, a Constituinte vai sair. Nas próximas horas, começará a exercer seu poder absoluto, plenipotenciário", garantiu o presidente venezuelano.
Eleita no último domingo (30), em meio a violentas manifestações que deixaram dez mortos no dia da votação, a Constituinte funcionará no Salão Elíptico do Palácio Legislativo. É nesse local que acontecem os debates do Parlamento, dominado pela oposição, o que leva a antever confrontos.
Desde que a oposição conquistou a maioria no Congresso em janeiro de 2016, simpatizantes do governo invadiram o Legislativo com violência duas vezes. Na última, sete deputados de oposição ficaram feridos, e o prédio foi mantido cercado por várias horas.
"É um Parlamento que vai continuar em sessão (...) Este é o lugar em que os povo nos colocou, e vamos continuar trabalhando normalmente", garantiu o presidente da Casa, Julio Borges.
Rejeitada por 72% dos venezuelanos, segundo o instituto de pesquisa Datanálisis, a Constituinte foi votada por oito milhões de eleitores (42,5%), conforme números oficiais divulgados após o pleito. A oposição denunciou a votação como uma "fraude histórica" e "ilegítima".
- Caça às bruxas? -
A Venezuela entra em uma nova etapa do conflito político com a eleição dos 545 constituintes que reformarão a Carta Magna de 1999 promovida pelo presidente Hugo Chávez, falecido em 2013.
Maduro sustenta que a Constituinte promoverá a paz e o diálogo no país. A oposição, que se recusou a participar da consulta, garante que a iniciativa foi proposta por Maduro para se perpetuar no poder, instaurar um modelo comunista e neutralizar seus críticos e adversários.
Líderes do governo, entre eles Diosdado Cabello - que poderá ser presidente da Assembleia Constituinte -, anunciaram a possível dissolução do Parlamento e a reforma da Procuradoria.
"Já é passado", disse o dirigente governista Jorge Rodríguez sobre a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, cuja destituição pode ser uma das primeiras medidas.
Ortega disse desconhecer a Constituinte, tendo a certeza de que sua cabeça está a prêmio. Nesse sentido, em entrevista à AFP, a ex-chanceler Delcy Rodríguez, agora constituinte, descartou uma caça às bruxas.
- 'Frágil, primitivo e perigoso' -
Maduro garante que a Constituinte também reforçará o poder comunal para aprofundar o socialismo e tomará medidas que acabem com a dependência do petróleo - fonte de 96% da receita do país.
Além disso, elevará a status constitucional as missões sociais, o controle de preços para baixar a inflação e a distribuição de alimentos subsidiados. Já a oposição acredita que Maduro tentará adiar as eleições.
Na próxima semana, vence o prazo para a inscrição de candidatos às eleições regionais de dezembro, mas tudo depende das decisões da Constituinte.
"Veremos agora se os radicais de ambos os lados são tão fortes quanto dizem (...). Veremos um país muito mais fraco, primitivo e perigoso, que acabará fazendo depois o que antes teria evitado muita dor: negociar, mas em piores condições", comentou o analista Luis Vicente León.
Maduro convocou a Constituinte sem consulta prévia os venezuelanos, como já havia acontecido em 1999. Diante das fortes críticas, porém, propôs um referendo para aprovar a nova Carta Magna.
Não se sabe, contudo, quando será. A promessa mais imediata é que os retratos de Chávez voltarão às paredes do Palácio Legislativo, como anunciou Cabello. As imagens haviam sido retiradas pela oposição, quando assumiu a Casa em janeiro de 2016.


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