Raquel Dodge decide não denunciar Temer por suspeita de receber propina da Odebrecht
A Procuradora-Geral de República, Raquel Dodge, pediu para o ministro relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, suspender o inquérito que investiga se o presidente Michel Temer (MDB) recebeu vantagem indevida, ou propina, da Odebrecht. Vencia hoje (quarta, 31) o prazo para apresentação de denúncia por parte da PGR.
Fachin tinha dado o prazo de 15 dias para a procuradora decidir se denunciaria o presidente. Dodge, então, pediu suspensão do pedido até o fim do mandato de Temer e o ministro determinou que, depois de encerrado o mandato, o processo siga para o Ministério Público Federal em São Paulo.
"Defiro o pedido formulado pela Procuradoria-Geral da República, determinando a suspensão temporária do trâmite destes autos em relação ao Presidente da República, Michel Miguel Elias Temer Lulia, até o término do seu mandato. Com o término do mandato presidencial, dê-se imediata vista dos autos ao Ministério Público Federal", escreveu Fachin na decisão.
O caso
O inquérito da Polícia Federal aponta indícios de que o presidente recebeu R$ 1.438.000,00 por intermédio do coronel João Baptista Lima Filho. Ainda segundo o relatório, o repasse foi solicitado pelo ministro Moreira Franco a executivos da empreiteira. Mas há outras suspeitas que pesam contra Temer e sua relação com a Odebrecht.
De acordo com reportagem da revista Veja de agosto de 2016, documentos revelam detalhes sobre um jantar realizado em maio de 2014 no Palácio do Jaburu, residência oficial do então vice-presidente. Na ocasião, Temer recebeu o atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o presidente da maior empreiteira do país, para quem pediu "apoio financeiro".
Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa, aceitou colaborar tendo em vista a dimensão do partido presidido à época por Temer, além do próprio cargo ocupado pelo peemedebista. Assim, o empresário fez repasses entre agosto e setembro de 2014 que somaram R$ 10 milhões, em dinheiro vivo. Deste total, R$ 6 milhões foram para Padilha e os R$ 4 milhões restantes tiveram como destinatário o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, então candidato ao governo de São Paulo e apontado como o responsável pela articulação do jantar no Jaburu.
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