Trabalhar com Trump 'nem sempre fácil', diz premier canadense. Siemens anuncia a contragosto que não irá ao Davos do Deserto. OCDE espera que uso de matérias-primas seja duplicado para 2060

Trabalhar com Trump 'nem sempre fácil', diz premier canadense

AFP/Arquivos / SAUL LOEB(Junho) Trump e Trudeau durante encontro em Quebec
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse que trabalhar com o presidente Donald Trump "nem sempre é fácil", ao destacar a renegociação bem sucedida do acordo de livre-comércio da América do Norte.
No popular programa de televisão "Tout Le Monde En Parle", emitido no domingo, Trudeau afirmou que tem feito seu trabalho em "defesa dos canadenses" para fechar o pacto comercial USMCA entre os Estados Unidos, Canadá e México.
Perguntado sobre seu relacionamento com Trump, Trudeau reconheceu cautelosamente que "nem sempre é fácil".
"Ele sabe disso e eu também. Nós não estão alinhados em muitas coisas e às vezes é difícil encontrar um terreno comum, mas conseguimos fazer muito bem", disse Trudeau.
As relações entre os dois líderes tiveram seu momento de maior tensão em junho, quando Trump disse que Trudeau era "muito desonesto e fraco", além de ser "manso e suave" ao final da cúpula do G7 no Canadá, em que o primeiro-ministro foi anfitrião.
Durante a entrevista, Trudeau também defendeu a legalização da cannabis no país, uma promessa fundamental de sua campanha, que entrou em vigor em 17 de outubro.

Siemens anuncia a contragosto que não irá ao Davos do Deserto

AFP / FAYEZ NURELDINEJornalistas sauditas pegam credenciais para o fórum econômico em Riad, programado entre 23 e 25 de outubro de 2018
Sob pressão por dias na Alemanha, o presidente do grupo industrial Siemens, Joe Kaeser, relutantemente declarou nesta segunda-feira que não participará do fórum econômico em Riad, após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
"Aproveitei todo o tempo necessário para decidir se participaria ou não da 'Futura Iniciativa de Investimento' em Riad", escreveu Joe Kaeser em uma longa mensagem enviada pela rede social do LinkedIn. "Não vou participar da FII 2018. É a decisão mais limpa, mas não a mais corajosa", acrescenta.
Em sua opinião, teria sido "mais corajoso" ir à conferência e expressar publicamente seus pontos de vista sobre o assassinato, indicando que esse "crime não foi cometido" pela população local, "os estimados clientes e parceiros da Siemens".
Esta conferência, organizada pelo fundo soberano saudita, está programada para os dias 23, 24 e 25 de outubro e a intenção da mesma visa melhorar a imagem do país e apresentar as reformas econômicas do príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, considerado o homem forte de Arábia Saudita.
Mas a conferência "Futura Iniciativa de Investimento" foi muito afetada pelo desaparecimento de Khashoggi, assassinado no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro.
Nos últimos dias, o site do encontro anunciou a participação, entre outros, do secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, e da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
Mas o escritório de Lagarde anunciou na terça-feira passada que estava adiando sua viagem ao Oriente Médio, que incluía a conferência em Riad.
Da mesma forma, na quinta-feira, Mnuchin anunciou que ele não compareceria ao fórum, assim como o ministro da Economia francês, Bruno Le Maire.
Esta é a lista de cancelamentos até agora:
INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
-- Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI)
FINANÇAS
-- John Flint, diretor-geral do HSBC
-- Tidjane Thiam, diretor-geral do Crédit Suisse
-- Ajay Banga, conselheiro delegado da MasterCard
HSBC, Crédit Suisse e MasterCard estão entre os oito "parceiros estratégicos" da conferência, ao lado da Siemens, cujo conselheiro delegado, Joe Kaeser, manteve por enquanto sua presença.
-- Jamie Dimon, conselheiro delegado do JPMorgan Chase
-- Larry Fink, conselheiro delegado do BlackRock
-- Stephen Schwarzman, conselheiro delegado da Blackstone
-- Bill Winters, diretor- geral do Standard Chartered
-- Jean Lemierre, presidente do BNP Paribas
-- Frédéric Oudéa, diretor-geral do Société Générale
INDÚSTRIA / TECNOLOGIA
-- Bill Ford, presidente executivo da Ford
-- Dara Khosrowshahi, conselheiro delegado da Uber
-- Richard Branson, milionário britânico fundador do grupo Virgin
-- Ariana Huffington, diretora do "Thrive Global"
-- Diane Greene, diretora da divisão "cloud" do Google
IMPRENSA
-- Bob Bakish, conselheiro delegado da Viacom
Vários grupos midiáticos (CNN, Bloomberg, The Economist, The New York Times, CNBC o The Financial Times) também cancelaram a participação de seus diretores ou jornalistas nas mesas redondas da conferência.

OCDE espera que uso de matérias-primas seja duplicado para 2060

AFP / ERIC PIERMONTA nova economista-chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Laurence Boone, em Paris, em 20 de setembro de 2018
O uso de matérias-primas deve ser duplicado para 2060, o que fará uma pressão "duas vezes maior do que a atual" sobre o meio ambiente, advertiu um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicado nesta segunda-feira (22).
"O uso mundial de matérias-primas superará os 167 bilhões de toneladas em 2060, frente os 90 bilhões de toneladas atualmente", afirmou o estudo da OCDE, intitulado "Perspectivas mundiais de recursos materiais para 2060".
O relatório expressa seus temores sobre as fortes consequências sobre o meio ambiente que acarretará esta exploração, embora espere-se que este mesmo aumento impulsione "a expansão da economia mundial e o aumento do nível de vida".
"Se não forem tomadas medidas concretas para enfrentar esses desafios, é provável que o aumento esperado na extração e processamento de matérias-primas (...) piore a contaminação do ar, da água e do solo, e contribua significativamente para as mudanças climáticas", adverte a OCDE.
"A diminuição gradual das atividades manufatureiras de fabricação em favor das atividades de serviço e a melhoria contínua da eficiência da indústria, que limita o consumo de recursos por unidade do PIB, não a impedirá", acrescentou a organização.
A instituição enfatiza que, se não forem tomadas as medidas necessárias, "as pressões sobre o meio ambiente serão ainda piores".

copiado https://www.afp.com/pt/

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