Fitch reduz perspectiva para classificação do México. Relatório do BM nota melhora no clima de negócios na América Latina

Fitch reduz perspectiva para classificação do México

AFP/Arquivos / Ulises RuizPresidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, na Cidade do México, em 29 de outubro de 2018
A agência Fitch rebaixou, nesta quarta-feira (31), para negativa a perspectiva da classificação do México, dois dias depois de o presidente eleito, Andrés Manuel López Obrador, cancelar um projeto para construir um aeroporto para a Cidade do México.
A firma, uma das três grandes classificadora com Moody's e Standard & Poor's, manteve sua nota do país latino-americano "BBB+".
Fitch detalhou em comunicado que a revisão da perspectiva reflete a piora "no balanço dos riscos o perfil creditício do México enfrenta, associado com o alcance da incerteza e a deterioração das políticas do governo eleito".
A classificadora avaliou que a decisão de cancelar o aeroporto de 13 bilhões de dólares "manda um sinal negativo para os investidores".
Ainda acrescentou que embora espera que sejam mantidas medidas como a disciplina orçamentária e a autonomia do Banco de México (central), existem riscos na postura fiscal do novo governo.
"Por exemplo, o aumento das transferências de programas sociais e pensões podem ser difíceis de acomodar no orçamento", indicou a Fitch.
A perspectiva dada pela agência indica em que direção a classificação de um país pode ir em um período de um a dois anos.

Relatório do BM nota melhora no clima de negócios na América Latina

AFP / Jose Castanares(Arquivo) Fábrica de automóveis no México
A facilidade para fazer negócios na América Latina aumentou nos últimos 15 anos, com uma redução à metade do número de dias para se abrir uma empresa - pouco mais de um mês, em média -, aponta nesta terça-feira um relatório do Banco Mundial (BM).
O país mais bem avaliado da região foi o México, em 54º lugar, seguido pelo Chile, em 56º.
"É alentador observar que a implementação de reformas na América Latina e no Caribe é constante, embora muitas economias pudessem se beneficiar caso acelerassem o ritmo da agenda de reformas", declarou Santiago Croci Downes, gerente de programa da unidade responsável pelo informe, chamado "Doing Business".
O melhor país do mundo para fazer negócios foi a Nova Zelândia, seguido por Singapura e Dinamarca.
A Colômbia, que ficou em 65º a nível mundial, foi destacada no estudo, junto ao México, como duas das economias latinas que estão entre as dez melhores do mundo, com melhor desempenho em relação ao acesso ao crédito.
Na sequência no ranking de facilidade para fazer negócios ficaram Peru (68º), Uruguai (95º), Brasil (109º) e Argentina (119º).
Desde que o relatório "Doing Business" começou a ser publicado, em 2003, registrou-se um grande número de reformas ligadas à abertura de empresas na América Latina e no Caribe - onde o tempo médio necessário para iniciar as atividades caiu de 78 dias, então, para 32, hoje.
"O progresso contínuo e sustentado é fundamental para melhorar o clima para os negócios nos países e promover a empresa privada", afirma Downes.
Já o tema fiscal continuou pendente na região, com uma estimativa de que os tributos consumam 330 horas das companhias, mais que o dobro das 159 horas necessárias para esse trâmite nos países de alta receita da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em janeiro deste ano, uma polêmica manchou este informe, quando o estão economista-chefe do Banco Mundial, Paul Romer, admitiu ao jornal The Wall Street Journal que houve alterações no relatório que registraram um desempenho pior do Chile durante o segundo governo de Michelle Bachelet (2014-2018).
Romer pediu desculpas pela manipulação de forma "injusta e enganosa" da lista e anunciou a correção dos dados.
Em meio à polêmica, Romer renunciou ao seu cargo, e alguns meses depois ganhou o prêmio Nobel de Economia com seu colega William Nordhaus.
O Banco Mundial contratou uma assessoria independente que determinou que as alegações de manipulação dos indicadores de facilidade para fazer negócios em economias específicas "carecem completamente de evidência".
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