Justiça peruana envia Keiko Fujimori à prisão por caso Odebrecht. Com destino aos EUA, 2.000 salvadorenhos saem em caravanas


Justiça peruana envia Keiko Fujimori à prisão por caso Odebrecht

 
AFP/Arquivos / Luka GONZALESKeiko Fujimori é vista em Lima, em 17 de outubro de 2018
A Justiça peruana enviou nesta quarta-feira (31) à prisão a poderosa líder opositora Keiko Fujimori, acusada de receber contribuições ilegais da empreiteira Odebrecht, ameaçando sua aspiração de ser novamente candidata à Presidência, em 2021.
Ao acatar o pedido de um procurador anticorrupção, o juiz Richard Concepción Carhuancho impôs uma prisão preventiva de 36 meses à primogênita do ex-presidente Alberto Fujimori, cujo partido controla o Congresso.
"A única medida necessária em seu caso é, indubitavelmente, a prisão preventiva", pois ela interferiu nos poderes do Estado, como o Congresso, e tentou obstruir a Justiça, assinalou o magistrado.
O juiz ditou a ordem de prisão imediata contra Keiko, de 43 anos, que abraçou seu marido, Mark Vito Villanella, antes de ser levada por vários agentes policiais.
O juiz indicou que existe a "suspeita grave" de que Keiko dirigia uma "organização criminosa de fato que surgiu dentro do partido" fujimorista, que lavava dinheiro de origem ilícita.
A ordem de prisão preventiva foi pedida pelo procurador José Domingo Pérez, que a acusa de receber 1,2 milhão de dólares de forma ilegal da Odebrecht para sua campanha de 2011.
"O juízo deste gabinete é que existe suspeita grave" de que Keiko lavou dinheiro, disse Carhuancho, a quem a líder opositora acusa de estar em coluio com o procurador Pérez.
A advogada Giuliana Loza declarou que apelará da decisão no prazo legal de três dias.
O juiz afirmou que essa "organização criminosa" integrada por 13 pessoas tomava todas as decisão no partido fujimorista "passando por cima do comitê política" e da bancada parlamentar.
A intenção da organização era ter "poder político e, uma vez no poder, cometer crimes de corrupção", expressou Carhuancho, que agora deve decidir os pedidos de prisão para outros 10 acusados no mesmo caso.
O juiz levou quase oito horas para fundamentar a sua sentença, acrescentando que o Tribunal Constitucional fixou "um padrão muito mais exigente" para a prisão preventiva quando, em junho, libertou o ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016) e sua esposa, Nadine.
Os Humala eram os únicos políticos peruanos que, antes de Keiko, estiveram presos (nove meses) pelo caso Odebrecht.

Com destino aos EUA, 2.000 salvadorenhos saem em caravanas

AFP / Marvin RECINOSUm migrante salvadorenho segura um mapa do México com as rotas migratórias e uma imagem do santo Oscar Romero
Ao menos 2.000 salvadorenhos, entre adultos, jovens e crianças, partiram nesta quarta-feira (31) em duas caravanas em uma longa travessia a pé até os Estados Unidos, fugindo da violência das gangues e do desemprego.
Antes do amanhecer, com casacos, água e mochilas, a primeira caravana de 1.000 pessoas deixou a Praça El Salvador do Mundo (oeste), onde muitos haviam pernoitado, constataram jornalistas da AFP.
Uma segunda caravana, com outras 1.000 pessoas, partiu ao longo da manhã para a fronteira entre El Salvador e Guatemala.
"Estamos indo porque aqui há muita pobreza e crime", declarou María Cortez, de 36 anos, que viaja junto com seu marido, Jonás, e cinco filhos de entre 19 e três anos.
Demonstrando o poder de convocação das redes sociais, as caravanas saíram em um momento no qual milhares de hondurenhos atravessam o México em direção aos Estados Unidos, e outros grupos de centro-americanos tentam entrar em território mexicano.
O presidente americano, Donald Trump, repudiou os movimentos migratórios e ordenou militarizar a fronteira com o México para impedir a sua entrada enquanto ordenava o corte da ajuda para Guatemala, Honduras e El Salvador por não impedirem a saída dos migrantes.
Os migrantes receberam de igrejas e algumas organizações civis biscoitos, bebidas hidratantes e uma ou outra ração de alimentos. Pela manhã, caminhavam debaixo de sol à espera que o motorista de algum caminhão lhes oferecesse transporte para avançar.
Antes de deixar San Salvador, uma equipe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) entregou a eles um mapa com os abrigos disponíveis na chamada rota do migrante no território mexicano.
Além disso, o Unicef deu algumas recomendações para se protegerem no caminho e o que fazer caso sejam detidos no México.
Outra caravana, de 534 salvadorenhos, segundo registros das autoridades, saiu no domingo buscando repetir os passos dos hondurenhos que partiram em 13 de outubro de San Pedro Sula.
Esse grupo passou na tarde de segunda-feira sem inconvenientes pela fronteira da Guatemala com o México.
Para a encarregada de Assuntos Migratórios do Instituto de Direitos Humanos da jesuíta Universidade Centro-americana (IDHUCA), Karen Sánchez, o país está diante de uma "migração forçada" sem precedentes.
"As pessoas não têm mais oportunidades de viver com direito à segurança, ao trabalho, ou seja, com direito a uma vida digna", sustentou.
Para Sánchez, depois de décadas de governos de direita e quase uma década de governos de esquerda, o Estado tem sido "incapaz" de reconhecer que existe "um deslocamento forçado" da população.
Sánchez adverte que se o Estado salvadorenho não der uma "resposta imediata" às necessidades da população, haverá mais caravanas de "migração irregular em massa".


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