Bolsonaro: quem quer fechar o STF merece “psiquiatra”. O filho falou demais…
Questionado por jornalistas sobre o vídeo onde seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro afirma que “um cabo e um soldado” bastam para fechar o STF, no caso deste timar alguma iniciativa contra sua candidatura, Jair Bolsonaro desconversou, dizendo que desconhece o vídeo – veja aqui – e que “alguém tirou de contexto.” a fala, porque “quem falar de fechamento do Supremo merece psiquiatra”.
Como é o segundo a falar estas barbaridades – esta semana, o General Girão, eleito deputado e membro da cúpula bolsonarista sugeriu “destituir e prender ministros da Suprema Corte” – ao que parece é a trupe inteira de Bolsonaro que merece esta providência, mais grave ainda por que estão a um passo de tomar o poder e com as Forças Armadas a lhes esquentar as costas.
Não adianta mais Bolsonaro dizer que “não sabia” ou que “não autoriza” as afirmações que têm saído do comando de sua campanha, a rigor seu círculo íntimo de filhos, amigos íntimos e seu aparato militar.
Desautorizou Paulo Guedes com a CPMF, mas este continua “dono” da área econômica. Desautorizou o general Mourão e suas críticas ao 13° e a ideia do “autogolpe” de Estado. Agora, diz que o filho, seu principal auxiliar, “merece psiquiatra “.
Bolsonaro, um louco que agrega mas não comanda um grupo de loucos, está vendo a verdade sobre seu projeto de poder vazar como água por uma peneira e o país só não está mais chocado pela cumplicidade da imprensa e pela covardia das instituições.
Agora mesmo a ministra do STF e presidente do TSE, Rosa Weber, nem sequer criticou o que foi dito no vídeo, limitando-se a dizer que “o candidato já desautorizou”.
O mínimo que se poderia esperar era uma ação imediata pela cassação de Eduardo Bolsonaro, por quebra de decoro parlamentar e a abertura de processo por violar a lei que define crimes de responsabilidade (Lei 1079/50, Art. 6°, item 6 – “usar de violência ou ameaça, para constranger juiz, ou jurado, a proferir ou deixar de proferir despacho, sentença ou voto, ou a fazer ou deixar de fazer ato do seu ofício”.
Mas todos preferem ficar no pomposo “as instituições estão funcionando”. Estão, até que venham um cabo e um soldado.
Porque jamais nos vencerão
Se o Brasil tivesse uma imprensa digna da sua missão de informar, o Brasil não estaria à beira de cair sob o tacão do fascismo.
Se o Brasil tivesse instituições dignas de sua missão constitucional, não estaria na iminência de viver sob uma ditadura.
Se o Brasil tivesse liberais dignos de princípios e não amantes da velhacaria e de interesses eleitoreiros não estaria ao ponto de descer para a treva do autoritarismo.
Se Brasil tivesse uma elite econômica que amasse o país que sustenta sua fartura não estaria a um passo de regressarmos a escravatura.
Mas este país não os tem e por isso assistimos, indefesos, vê-lo atirado no lixo, submetido a um governante tosco, primário, imbecil, capaz de negar o direito mais básico que tem cada ser humano que aqui vive: o direito de ser brasileiro.
Quem assistir ao vídeo onde o Sr. Jair Bolsonaro despeja, com um discurso gutural o seu desejo de expulsar do país todos aqueles que não concordarem ou se submeterem a sua vontade fascista não pode deixar de perceber quão escura é a treva em que ele lançará esse país.
Desde Médici ninguém ameaçava um brasileiro com o exílio.
Mesmo os “bem-postos” – juízes, promotores, deputados, empresários, “mercadistas” – que odeiam o povo simples e humilde desse país não podem deixar de ver que vamos ser mergulhados na selva da violência estatal, numa situação em que as grandes maiorias da população serão submetidas à alternativa entre a vassalagem ou a insurreição.
As altas patentes militares, que aderem e se submetem a um capitãozinho “bunda-suja”, que há 30 anos garatujava no papel planos de explodir bombas em quartéis para obter salário melhor – se não sabem, deveriam saber – enfiaram as forças armadas na idolatria da indisciplina, da conspiração, da deformação de só ter coragem de apontar as armas para seu próprio povo, o que as decai à condição que Caxias rejeitou, a de capitães do mato.
Errem. Suicidem-se. Escondam numa votação escandalosamente manipulada, onde a boa-fé do povo brasileiro aceita ver como “corruptos” os que nem de longe, mesmo na sua vileza, os que praticam a mais vil das corrupções: a de vender o Brasil, a de vender os direitos do nosso povo, a de vender o sagrado bem da liberdade para instaurar um governo de pústulas, de tatibitatis, de gente microcéfala e, pior, genuflexa ao ponto de bater continência para a bandeira norte-americana.
É de repetir Castro Alves e gritar para que Andrada arranque dos ares seu pendão para que não sirva de mortalha às liberdades.
O nazismo teve seu ápice, teve multidões, teve seus braços erguidos no “heil” de milhares encantados, hipnotizados.
Os que ousaram resistir teriam passado anos como ratos em suas tocas não fosse o fato de que eram homens e mulheres cercados pelos ratos.
Quis-se avançar como um Brasil de todos. Ninguém foi perseguido, nenhuma bolsa foi saqueada, nem mesmo os salões foram violados. Apenas – e muito timidamente entreabriu-se suas portas para que outros pudessem entrar.
Será que é ofensa demais ver o rosto cafuzo, mulato, crestado do sol ao seu lado no shopping, no avião, na loja? É tanto o desprezo à carne da qual se nutrem ao sangue do qual bebem, aos pobres que os fazem ricos?
Eis, senhores, numa palavra, a torpeza de seu crime. Querem a morte de quem os nutre, de quem lhes constrói as casas de luxo, as mansões, de quem compra seus produtos, de quem é escorchado por seus bancos, de quem consome as porcarias que colocam no mercado? Querem o sangue de quem nunca lhes tirou uma gota de seu champanhe?
Há, porém, uma arma mortal e sem defesa, apontada contra os senhores.
Chama-se história, responde pelo nome de marcha incontível dos povos pelos seus direitos e liberdades. Neguem-na, persigam-na, prendam-na, exilem-na: nada adiantará.
Ela triunfa. Sempre haverá festa quando ela voltar e vocês se forem. É certo que haverá dores, haverá filhos separados dos pais, haverá vidas interrompidas, algumas perdidas.
Ainda há tempo para um difícil acesso de lucidez, tão mais difícil quanto mais covardes são aqueles que poderiam provoca-lo.
Mesmo assim, a causa de vocês é perdida, inviável, perversa. Há e haverá sempre brasileiros que não se vergarão que seja de onde for, estarão de pé, a enfrenta-los. Vocês não têm mais a censura e o silêncio que tiveram, há meio século para implantar uma ditadura.
Vocês são os zumbis do tempo que se foi e não adianta que avancem como hordas ameaçadoras.
Nós somos a vida e a humanidade, e a vida humana triunfará.
copiado http://www.tijolaco.net/blog/
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