Hondurenhos retomam caravana migrante em direção aos Estados Unidos
AFP / Pedro PardoMigrantes hondurenhos retomam a caravana para os Estados Unidos a partir da mexicana Ciudad Hidalgo, em 21 de outubro de 2018
Cansados, mas sorridentes, milhares de migrantes hondurenhos retomaram neste domingo a caminhada a partir da mexicana Ciudad Hidalgo em direção aos Estados Unidos, depois que atravessaram a fronteira da Guatemala com o México e desafiando as advertências mexicanas e de Washington de não entrar em seus territórios de modo ilegal.
Parte da caravana migrante, que partiu de Honduras há mais de uma semana com mais de 4.000 pessoas, cruzou de modo ilegal o rio fronteiriço e escapou da vigilância de centenas de policiais mexicanos sobre a ponte internacional, por onde foi autorizada a passagem apenas de mulheres e crianças.
"Ninguém vai nos deter, se já nos jogamos no rio e já fizemos tudo para chegar aqui, eles não vão nos deter", disse à AFP Aarón Juárez, 21 anos, que caminhava com dificuldades por causa dos ferimentos nos pés. Ele viaja ao lado da esposa e do bebê de poucos meses.
De acordo com o governo mexicano, 900 hondurenhos atravessaram ilegalmente a fronteira pelo rio Suchiate.
Os migrantes seguem agora em direção a Tapachula, a 40 km de Ciudad Hidalgo, onde esperam chegar em seis horas. Esta será a primeira parada de um percurso de pelo menos 3.000 quilômetros até a fronteira entre México e Estados Unidos, seu destino final.
A caravana percorreu mais de 700 quilômetros da cidade hondurenha de San Pedro Sula, de onde partiu em 13 de outubro, até Ciudad Hidalgo, no estado mexicano de Chiapas.
No trajeto, o número de migrantes registrou queda, depois que 1.500 pessoas optaram por retornar a Honduras, de acordo com o governo mexicano.
Até a noite de sábado, 2.200 hondurenhos permaneciam parados na ponte internacional, aguardando para entrar legalmente no México, apesar do acesso limitado e com prioridade para mulheres e crianças.
O governo mexicano afirmou que recebeu 640 pedidos de refúgio na fronteira e indicou que priorizou 164 mulheres, algumas delas grávidas, e 104 menores de idade.
O êxodo foi muito criticado pelo presidente americano, Donald Trump, que ameaçou retirar a ajuda financeira aos governos da Guatemala, Honduras El Salvador caso não interrompam a migração ilegal.
Os presidentes de Honduras, Juan Orlando Hernández, e da Guatemala, Jimmy Morales, denunciaram no sábado as motivações políticas da caravana, que se aproveita da "desgraça do ser humano" e da "boa fé" dos Estados.
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