Bolsonaro diz que jornalista Glenn Greenwald pode ser preso no Brasil
AFP/Arquivos / EVARISTO SAO presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia para anunciar medidas de estímulo à economia em Brasília, 24 de julho de 2019
O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (27) que o jornalista americano Glenn Greenwald poderia ser preso no Brasil, mas não seria deportado.
Greenwald, que mora no Rio de Janeiro com o marido, o deputado federal David Miranda, e dois filhos adotivos do casal, é cofundador do site The Intercept, que divulgou conversas vazadas que sugerem que o ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, conspirou para manter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fora das eleições presidenciais de 2018, vencidas por Bolsonaro.
Após descrever Greenwald como um trapaceiro, Bolsonaro disse que o jornalista não seria deportado, em alusão a um decreto emitido por Moro na véspera e que permite a deportação de estrangeiros considerados perigosos.
O decreto não tem nada a ver com Greenwald, disse Bolsonaro à imprensa, que também se referiu ao fato de o jornalista ser casado com outro homem e com filhos adotados no Brasil.
Greenwald reagiu rapidamente pelo Twitter, descrevendo Bolsonaro como alguém que quer ser um ditador.
Segundo ele, o governo não tem o poder de deportá-lo, nem nada contra ele, reiterando que não irá embora do Brasil.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) reportou que "o ameaçar de prisão um jornalista que publica informações que o desagradam, o presidente Bolsonaro promove e instiga graves agressões à liberdade de expressão".
"Sem jornalismo livre, as outras liberdades também morrerão. Chega de perseguição", acrescentou a Abraji.
Greenwald enfrentou pedidos de deportação pela publicação de mensagens vazadas do Telegram que Moro trocou com os procuradores quando era juiz e comandava as investigações da operação 'Lava Jato'.
Nomeado ministro da Justiça por Bolsonaro em janeiro, Moro tem sido acusado de tentar influenciar de forma indevida nas investigações, iniciadas em 2014, e que levou à prisão empresários e políticos, inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Moro nega qualquer irregularidade e afirma que criminosos hackearam os celulares com o objetivo de anular as condenações resultantes das investigações.
O ministro sustenta que quatro pessoas detidas na terça-feira, suspeitos de terem hackeado os telefones pertencentes a ele, aos procuradores da 'Lava Jato' e a Bolsonaro foram a fonte das conversas vazadas ao The Intercept.
A publicação se nega a identificar sua fonte, limitando-se a dizer ter recebido informação de forma anônima.
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