"Alguém opera aquele Twitter", diz Etchegoyen sobre Bolsonaro e a melancia


"Nem é a linguagem que ele usa", avaliou Etchegoyen (Antônio Cruz/ABR)

Eduardo Militão
23/07/2019 14h13
"Alguém opera aquele Twitter", diz Etchegoyen sobre Bolsonaro e a melancia
Sérgio Etchegoyen, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, defendeu o militar chamado de "melancia" no perfil do Twitter do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
No entanto, Etchegoyen disse ao UOL que duvida que o presidente tenha escrito o texto chamando o general Luiz Eduardo Rocha Paiva pelo nome da fruta, uma alusão a um ativista de esquerda disfarçado.
"Eu vi a confusão e confesso que não acreditei que aquilo fosse do presidente", afirmou Etchegoyen ao blog na manhã de hoje.
"E continuo a não acreditar. Está no Twitter dele, eu sei. Eu só acho que alguém opera aquele Twitter."
Um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), publica algumas mensagens na rede social do pai, mas Etchegoyen diz não saber se foi ele o autor da crítica a Rocha Paiva.

"Daqueles GOVERNADORES... o pior é o do Maranhão". Foi o que falei reservadamente para um ministro. NENHUMA crítica ao povo nordestino, meus irmãos. Mas o melhor de tudo foi ver um único general, Luiz Rocha Paiva, se aliar ao PCdoB de Flávio Dino, p/ me chamar de antipatriótico.
- Sem querer descobrimos um melancia, defensor da Guerrilha do Araguaia, em pleno século XXI.

Em grupos de WhatsApp, Etchegoyen fez uma mensagem longa dizendo que nem todos têm o direito de duvidar e criticar Rocha Paiva, mas só aqueles que defenderam a ditadura militar que houve no país entre 1964 e 1985.
Etchegoyen enfatizou, na entrevista ao UOL, que a mensagem (veja a íntegra abaixo) foi dirigida apenas ao militar no grupo privado de colegas. Destacou que Jair Bolsonaro não era o destinatário dela.
O general se negou a responder se o presidente também teria direito de condenar as falas de Rocha Paiva.
Íntegra da mensagem de Sergio Etchegoyen
Texto foi publicado em grupo de whatsapp e o destinatário era outro militar, explicou o general:

"Aquele que tenha se dedicado ao longo dos últimos dez anos a estudar e pesquisar com critérios e rigor acadêmicos a história da revolução [nome dado por setores militares ao período ditatorial de 1964 a 1985] e de seus adversários e detratores; aquele que tenha se exposto sistematicamente publicando artigos na grande mídia para defender a Revolução; quem tenha se disposto a comparecer a incontáveis entrevistas no rádio e na TV para contrapor-se à versão dos vencidos [militantes que combatiam o regime]; que teve a coragem de defender o Cel Ustra [coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado pela Justiça por autorizar torturas] e questionar os relatos de tortura da Dilma [Rousseff, do PT], então presidente, em entrevista com Mirian Leitão; que tenha publicamente investido contra os trabalhos da comissão da verdade [grupo de trabalho que, em 2014, identificou nomes de torturadores e pessoas mortas e desaparecidas durante o regime]; e que tenha feito tudo isso às suas próprias expensas, por amor às nossas Instituições e em homenagem aos bravos que salvaram o Brasil e nossas gerações. Bem, quem tenha feito isso tudo tem todo o direito de duvidar e criticar o Rocha Paiva, a mais pura expressão de patriotismo, coerência e honradez que poderíamos ter."
COPIADO https://www.uol.com.br/

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