21/04/2012 21h16
- Atualizado em
21/04/2012 22h16
Novas gravações envolvendo bicheiro Carlinhos Cachoeira são divulgadas.
CGU abrirá processo que pode tornar Delta inidônea e perder contratos.
Em maio do ano passado, em gravação feita com autorização da Justiça, o bicheiro Carlinhos Cachoeira disse a Claudio Abreu, que era diretor da Delta Construção, que "plantou" na imprensa informações contra o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot. O Dnit é o órgão do Ministério dos Transportes responsável pela execução das obras nas rodovias federais.
"Eu plantando em cima dele igual o que eu plantei do Pagot aquela hora. Ele anotou tudo, viu. Tá uma beleza agora. O Pagot tá (...) com ele", disse Cachoeira nas gravações, referindo-se a um jornalista ao qual passou informações.
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Nesta sexta-feira (20), em entrevista ao repórter da GloboNews, Gerson Camarotti, Pagot acusou Abreu e Cachoeira de terem "armado" contra ele,
que teria contrariado interesses da dupla, e também acusou o presidente
de honra do PR, deputado Valdemar Costa Neto, de fazer "lobby" para a
construtora Delta. Em nota,Valdemar Costa Neto negou que faça "lobby" ou
que tente interferir em licitações. À revista Época, Pagot disse que
foi afastado do governo por conta da "negociata" de uma empreiteira (Delta) com um contraventor (Carlinhos Cachoeira).Na última quarta-feira (18), a presidente Dilma Rousseff fez uma reunião com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardoso, dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e mandou fazer um "pente fino" em todos os contratos da Delta Construção com o governo federal.
Na segunda-feira (23), a Controladoria Geral da União (CGU) vai abrir um processo que pode declarar a empreiteira uma empresa inidônea. Segundo a CGU, 80% dos contratos da Delta são com o Dnit. A construtora ainda tem 99 contratos com o Departamento. No Ceará, o Ministério Público pediu a abertura de um processo contra a Delta e servidores do Dnit. Uma investigação da Polícia Federal descobriu que a empreiteira pagava propina para sete funcionários do Dnit no estado.
O caso foi a "gota d'água" para a CGU abrir investigação. "Os dados das gravações que vêm sendo divulgadas pela imprensa, com evidências muito claras de crimes, de pagamento de propina, de corrupção, de tráfego de influência em âmbito nacional (...) É o momento adequado agora para instaurar o processo que pode vir a declarar a inidoneidade da empresa", declarou o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage.
Em nota, a Delta afirmou que as acusações feitas contra a empresa por Pagot são "falsas" e "fantasiosas" e que provará na Justiça sua idoneidade. Os advogados de Carlos Cachoeira informaram que só vão falar sobre as denúncias depois que tiverem acesso integral aos autos da investigação da Polícia.
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