Espanha apresenta medidas contra a Argentina a ministros da UE

Bruxelas, 22 abr (EFE).- O ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, apresentará nesta segunda-feira à União Europeia (UE) as ações aprovadas contra a Argentina em resposta à nacionalização da YPF. Na última sexta-feira, a Espanha anunciou medidas comerciais no setor do biodiesel, que pretendem limitar a compra do produto pelo país sul-americano e também impor algum tipo de castigo econômico ou comercial a Buenos Aires. Segundo fontes diplomáticas, a ação está sendo analisado por especialistas comunitários em diferentes instâncias, mas não chegará a nenhuma conclusão até amanhã, já que se limitará à exposição por parte da Espanha. Contudo, o assunto é considerado "muito importante" para os europeus, o que ficou claro com a avalanche de reações por parte de diversas instituições. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, declarou na semana passada estar "seriamente decepcionado" com o anúncio da desapropriação de 51% da YPF por parte do Governo argentino e exigiu respeito aos compromissos internacionais por parte do país. Da mesma forma a titular comunitária de Justiça, Viviane Reding disse: "Quando alguém ataca à Espanha está atacando o conjunto da União Europeia". A UE também assegurou estudar "todas as opções possíveis" para responder à decisão argentina, como declarou diante do plenário do Parlamento Europeu, a chefe da política Externa, Catherine Ashton, que preside o encontro ministerial de amanhã em Luxemburgo. Segundo fontes comunitárias, os especialistas estão analisando a possibilidade de levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), apesar de, a princípio, a instituição não ser competente em assuntos de proteção de investimentos. No entanto, destacaram a necessidade de proceder com cautela para evitar possíveis litígios da OMC em resposta. Entre as ações concretas apresentadas, se destaca a exclusão da Argentina do Sistema de Preferências Generalizadas (SGP), que beneficia as exportações desse país para o mercado comunitário da UE, como ressaltou o Parlamento Europeu. Outra fonte comunitária, no entanto, advertiu que o processo neste sentido poderia ser longo e complexo para "valer a pena o esforço", uma vez que em 2014 está prevista a saída da Argentina desse esquema, junto outros Estados com um nível de riqueza que se considerado elevado. Além do caso da YPF, o encontro dos ministros das Relações Exteriores desta segunda deve suspender por um ano as sanções vigentes contra Mianmar em resposta às mudanças democráticas no país. A situação na Síria, o conflito do Oriente Médio e as crises políticas em vários países africanos também serão discutidas. EFE mvs/cl

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