1as legislativas no Iraque desde a retirada dos EUA


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Cartazes eleitorais no Iraque

1as legislativas no Iraque desde a retirada dos EUA


Os iraquianos escolhem hoje um novo parlamento, nas primeiras eleições legislativas desde a saída, no final de 2011, das tropas norte-americanas do país, abalado por atentados diários e ameaçado por uma...

por Lusa
Cartazes eleitorais no Iraque
Cartazes eleitorais no Iraque Fotografia © Reuters

Os iraquianos escolhem hoje um novo parlamento, nas primeiras eleições legislativas desde a saída, no final de 2011, das tropas norte-americanas do país, abalado por atentados diários e ameaçado por uma nova guerra confessional.

O primeiro-ministro xiita, Nuri al-Maliki, candidato a um terceiro mandato, é dado como favorito apesar das múltiplas críticas de que é alvo e da cólera dos iraquianos cansados do desemprego endémico, da corrupção, da falta gritante de serviços públicos básicos, da paralisia das instituições, devido à crise política e à insegurança.
A campanha eleitoral, que terminou na segunda-feira à noite, foi marcada por vários ataques sangrentos contra assembleias de voto ou comícios.
A votação antecipada das forças de segurança iraquianas ficou marcada na segunda-feira por uma série de dez atentados, que causou pelo menos 27 mortos e dezenas de feridos. Nenhum ataque foi reivindicado e as autoridades mantiveram-se, até ao momento, em silêncio.
Ontem de manhã, pelo menos dez pessoas foram mortas num duplo atentado contra um mercado no leste do Iraque, fazendo recear o pior para a jornada eleitoral.
Cerca de 600 soldados e polícias foram mortos desde janeiro passado e ninguém consegue conter a violência, que já causou perto de três mil mortos desde o início do ano. As autoridades decretaram cinco feriados - entre domingo passado e quinta-feira - para tentar garantir maior segurança no escrutínio, para o qual estão recenseados mais de 20 milhões de eleitores.

Mais de nove mil candidatos disputam 328 lugares do parlamento, mas o favorito Al-Maliki não tem um verdadeiro adversário e a oposição está completamente dividida, apesar das acusações de corrupção e de ser considerado um ditador, especialmente pela minoria sunita, que afirma ser marginalizada.
A espiral de violência colocou a insegurança no centro do debate. Algumas zonas do país, nas mãos de rebeldes radicais, não deverão conseguir votar.
Al-Maliki e o seu partido, a Aliança para o Estado de Direito, basearam a campanha na necessidade de união com o Governo para pôr fim ao banho de sangue.
O primeiro-ministro xiita está a "usar a crise de segurança para desviar o debate sobre a insatisfação da população com o Governo", explicou Michael Knights, do Instituto Washington para a Política no Médio Oriente.
Em 2010, Al-Maliki só tomou posse oito meses após as eleições e depois de difíceis e longas negociações entre grupos políticos.

Este cenário poderá voltar a acontecer, nomeadamente com a multiplicação de pequenos partidos com alianças religiosas ou tribais, um "fator maior de divisão", lamentou recentemente a ONU.
A violência é também alimentada pela guerra na Síria vizinha, onde há três anos se confrontam rebeldes e as forças do regime de Bashar al-Assad.
Muitos iraquianos juntaram-se ao combate, ao lado do regime no caso dos xiitas, enquanto a minoria sunita integrou as fileiras da rebelião, e o conflito ultrapassou as fronteiras sírias.
Em Falluja, a 60 quilómetros a oeste de Bagdad, e em algumas zonas da cidade de Ramadi, na província de Al-Anbar, os combates entre xiitas e sunitas levaram mais de 400 mil pessoas a fugir, no mais importante êxodo populacional no Iraque desde as violências confessionais há sete anos, de acordo com a ONU.
Único elemento positivo da situação é o aumento da produção de petróleo. Mas até esta boa notícia alimenta a cólera dos eleitores, que não veem qualquer impacto no mercado de trabalho causado pela subida das exportações, mas veem os rendimentos da exploração petrolífera a serem desviados por uma corrupção maciça.
 Na segunda-feira decorreu a votação dos 800 mil membros das forças de segurança, doentes hospitalizados, pessoal médico, presos, guardas prisionais e iraquianos residentes em 19 países estrangeiros.
  COPIADO  http://www.dn.pt/i

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