O craque em aço
Painel desagrada e Prefeitura faz mudanças
Por uma decoração de craque
Publicação: 29 de Abril de 2014 às 00:00repórter
O assunto gerou polêmica, muitas críticas e debates com grande audiência nas redes sociais: afinal quais os critérios adotados pela Prefeitura de Natal e Secretaria de Serviços Urbanos (Semsur) para selecionar as peças que compõem a decoração alusiva à Copa do Mundo? Projeto orçado em R$ 1,6 milhões, recursos provenientes da taxa de iluminação pública (Cosip), com ornamentação prevista para ser colocada em mais de 30 pontos da capital, o tema ganhou destaque na noite deste domingo (27) após a remoção de um painel de gosto duvidoso próximo ao viaduto de Ponta Negra, na entrada da cidade, três dias após ter sido instalado.
Julio PinheiroDecoração primária gerou avalanche de críticas nas redes sociais e foi retirada
A instalação da decoração em Natal está sendo executada pela empresa pernambucana Servlight, vencedora da licitação. “Removemos o painel próximo ao viaduto por um erro de impressão, estamos retirando para montar o correto”, disse Jorge Cavalcanti, da Servlight. O empresário informou que toda a concepção artísticas é providenciada pela Semsur e que “apenas imprime e instala”, atribuições definidas no edital de licitação. Ele lembra que a Prefeitura também recebe “alguma coisa pronta da Fifa”. Jorge poderá vir a Natal nesta terça-feira, mas não confirmou devido compromissos no Recife. “Se não for amanhã (hoje) vou nos próximos dias”, adiantou.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos prevê que, até o próximo dia 30 de maio, sejam fixados vitrais, placas e iluminação especial nos principais corredores viários, mas já é possível conferir parte da decoração. Na Av. Rio Branco, centro de Natal, foram instalados círculos com bandeiras de todos os países que irão participar do campeonato mundial de futebol; na Av. Eng. Roberto Freire em Capim Macio e Ponta Negra, que ostenta placas (banners) nos postes do canteiro central e escudos das seleções que jogarão na Arena das Dunas; e em trechos da BR-101.
Vale frisar que além da falta de qualquer apuro estético, algumas peças precisaram ser substituídas ou tiveram sua estrutura reforçada para ‘aguentar’ até o início da Copa: os círculos na Rio Branco já estão fora do lugar, deslizaram no fio que sustenta a decoração; parte dos banners da Roberto Freire foram retirados por problemas na durabilidade do material utilizado; e os escudos também em Ponta Negra foram instalados em estrutura reaproveitada do período natalino com alturas que representam risco aos pedestres que circulam no calçadão – há relatos de acidentes com pessoas que utilizam a área para a prática de esportes.
Adriano AbreuEscultura de Guaraci Gabriel é a primeira colaboração artística na decoração da Copa
Escultura nova
Pouca coisa escapa da enxurrada de críticas negativas; apenas uma peça mereceu elogio da população até o momento: a escultura de 7 metros, feita por Guaraci Gabriel, em homenagem ao jogador potiguar Marinho Chagas, lateral esquerdo da seleção brasileira na Copa de 1974. Ainda não é o monumento definitivo, pensado por Guaraci para ter 12 metros e ser de metal, pois a versão que ornamenta a Praça da Árvore em Mirassol desde o dia 24 de abril é de madeira e revestida de resina.
O artista disse ao VIVER que a proposta original é criar um time completo, com 11 esculturas gigantes, mas a viabilidade do projeto ainda não foi acertada. De acordo com informações de Raniere Barbosa, titular da Semsur, publicadas em seu perfil pessoal nas redes sociais, Guaraci Gabriel “foi convidado pela empresa que ganhou a licitação” para colaborar com a decoração.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE não conseguiu contato com Raniere Barbosa, segundo declarou a assessoria de imprensa da Secretaria de Serviços Urbanos, o secretário está realizando exames médicos pós-cirúrgicos.
Artistas no aguardo
O artista plástico Flávio Freitas, chefe do Departamento de Artes Integradas da Fundação Capitania das Artes, contou ao VIVER que chegou a participar de reuniões entre Semsur e Funcarte para tratar do assunto decoração da Copa. “Faz um tempo que houve essa reunião, estávamos trabalhando no sentido de incluir painéis de artistas locais. Ficou acertado, inclusive, que a Capitania iria abrir uma chamada pública para isso”, recorda.
Freitas disse que não houve tempo hábil para trabalhar o edital para abrir a seleção pública dos artistas, devido a demanda de trabalho na Funcarte. “A solução agora seria lançar convites diretos, possibilidade que ainda pode ser posta em prática”.
Ele disse que o processo está andando e que há entendimento entre Semsur e Funcarte, e que permanece disponível para ser consultado pela Secretaria responsável pela decoração. “Como a Funcarte não abriu o chamamento público, agora estamos na dependência da Semsur pois a direção do trabalho nessa decoração é toda deles”, conclui.
COPIADO http://tribunadonorte.com.br
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