Violência não dá trégua no Iraque em semana de eleições legislativas

28/04/2014 - 16:10

Violência não dá trégua no Iraque em semana de eleições legislativas




Membros das forças de segurança exibem os dedos sujos de tinta após votarem, em Karbala
As forças de segurança iraquianas começaram a votar, dois dias antes das primeiras eleições legislativas após a saída, em 2011, das tropas americanas do país, onde, nesta segunda-feira, ao menos 27 pessoas morreram em ataques contra centros eleitorais.
O primeiro-ministro, o xiita Nuri al-Maliki, candidato ao terceiro mandato, é o favorito, apesar das múltiplas críticas e da raiva do povo, provocada por um elevado desemprego, pela corrupção e pela carência absoluta de serviços públicos. A tudo isso se soma o aumento da violência.
Esta segunda-feira, último dia da campanha eleitoral, esteve marcada por vários ataques sangrentos contra centros eleitorais e comboios do exército quando se dirigiam a votar. Dezenas de pessoas ficaram feridas, segundo fontes policiais e de saúde.
O ataque mais violento foi registrado em um centro eleitoral a oeste de Bagdá, onde um atentado suicida deixou ao menos sete policiais mortos e 15 pessoas feridas.
Em Kirkuk, um suicida detonou sua carga em outro centro de votação, matando oito policiais, segundo autoridades de segurança. Também foram registrados ataques em Tur Jurmatu, ao norte de Bagdá, Mossul (norte) e Ramadi, 100 km a oeste de Bagdá.
Seis jornalistas iraquianos ficaram feridos em Mossul em um ataque contra o comboio militar no qual viajavam.
Os iraquianos residentes no exterior começaram a votar no domingo e as forças de segurança a partir desta segunda-feira para poder controlar e vigiar o desenvolvimento das atividades de quarta-feira.
Por medo de ataques, as autoridades decretaram cinco dias de feriado - de domingo a quinta-feira - para tentar fornecer maior segurança às eleições, que contam com 20 milhões de eleitores registrados.
Maliki favorito
A espiral de violência colocou a questão da segurança no centro dos debates, razão pela qual Maliki e seu partido, Aliança para o Estado de Direito, basearam sua campanha na necessidade de se unir em apoio ao governo para acabar com o banho de sangue.
Em 2010, Maliki não foi aprovado em suas funções até oito meses depois das eleições, após longas e difíceis negociações entre os diferentes grupos políticos.
Este cenário pode se repetir, em particular pelo aparecimento e multiplicação de pequenos partidos de inspiração religiosa ou tribal, algo que foi denunciado pela ONU, que vê isso como "um importante fator de divisão".
Apesar de ser acusado de corrupção e chamado de ditador por seus opositores, em particular pelos membros da minoria sunita, que se considera discriminada pelas autoridades xiitas, Maliki continua sendo o favorito diante de uma oposição dividida e pela ausência de um potencial sucessor, ressaltam os analistas e diplomatas.
COPIADO  http://www.afp.com/pt/

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