Comentador "Se não houver bom senso haverá uma tragédia grega"

21:56 - 31 de Janeiro de 2015
Se não houver bom senso haverá uma tragédia grega

Comentador "Se não houver bom senso haverá uma tragédia grega"

O comentador da SIC, Luís Marques Mendes, acredita que tem de haver um “recuo de bom senso” por parte do Syriza, o partido que governa agora a Grécia, caso contrário haverá uma “tragédia grega”.
Economia
Se não houver bom senso haverá uma tragédia grega
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Luís Marques Mendes admite que a Europa “exagerou na dose de austeridade” e “tem apostado pouco no crescimento”, o que se reflete na vida de milhões de portugueses e gregos.
Contudo, adverte que o novo governo grego não entrou em cena da melhor maneira, apontando o programa do Syriza como “irrealista”, pois Alexis Tsipras “propõem-se a gastar 12 mil milhões de euros, o que se traduz em mais nove pontos percentuais no défice”.
Para o antigo líder do PSD, há por parte do novo Executivo uma falta de “memória e respeito”, porque a “Grécia já teve um perdão da dívida de 120 mil milhões de euros em 2012”.
“Os portugueses também apertaram o cinto e passaram dificuldades. Será que os portugueses acham bem-estar a perdoar parte da dívida e emprestar mais dinheiro aos gregos?”, questiona.
Posto isto, Marques Mendes considera que “para resolver o problema, o governo grego tinha que começar de outra maneira”, pois “começou de forma provocatória”.
O comentador lembra que já houve um recuo com o primeiro-ministro a desautorizar o ministro das Finanças que tinha dito que só negociava com a Europa e não com a troika.
“Se não houver recuos de bom senso só vai dar asneira. Será uma tragédia grega”, assegura.
Marques Mendes considera que “a prova dos nove vai ser daqui a dois ou três meses” quando houver um “choque com a realidade”.
“Se o Banco Central Europeu cortar o financiamento aos bancos, como já avisou ontem [sexta-feira], a situação muda de figura. Se também não há mais financiamento da Europa, a situação também muda de figura”, avisa.
Em jeito de conclusão, o social-democrata diz que, por um lado, a “Europa tem de estar aberta e não pode estar nesta posição fechada” e, por outro lado, “os gregos devem dar um sinal de tolerância e não de arrogância”.
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