Amnistia Internacional Resposta à crise no Mediterrâneo é "inadequada e vergonhosa" Maputo ONG africanas responsabilizam falhanço dos governos pela violência xenófoba

15:26 - 23 de Abril de 2015
Resposta à crise no Mediterrâneo é inadequada e vergonhosa

Amnistia Internacional Resposta à crise no Mediterrâneo é "inadequada e vergonhosa"

A Amnistia Internacional criticou hoje a resposta "lamentavelmente inadequada e vergonhosa" da cimeira da UE, esta tarde, em Bruxelas, à crise no mar Mediterrâneo, que não vai "parar a espiral de mortes" de migrantes e refugiados.
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Resposta à crise no Mediterrâneo é inadequada e vergonhosa
Reuters
De acordo com o projeto de declaração da cimeira de Bruxelas, ao qual a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) teve acesso, os líderes da UE deverão rejeitar o alargamento das operações de busca e socorro no Mediterrâneo e duplicar a Operação Triton, de vigilância das fronteiras europeias.
Se a UE aprovar esta proposta, esta operação será inferior, em termos financeiros, humanos e operacionais, relativamente à anterior operação italiana 'Mare Nostrum' (2013/2014).
A Operação Triton vigia apenas uma área de 30 milhas ao largo das costas de Itália e de Malta, "muito afastada do local onde ocorrem a maior parte das mortes", afirma a AI num comunicado à imprensa.
"O documento [da UE] fica lamentavelmente aquém daquilo que é necessário. Os líderes europeus, reunidos em Bruxelas, têm uma oportunidade e a responsabilidade de corrigirem os seus fracassos colossais, que continuam a originar mortes (...) Duplicar o orçamento da 'Operação Triton' não pode corrigir isto. O que é preciso é uma mudança de objetivos, da área operacional e mais navios e aviões", afirma Gauri van Gulik, diretor-adjunto da AI para a Europa e Ásia Central.
"Escolher a vigilância das fronteiras da Europa e ignorar a necessidade urgente de salvar aqueles que se afogam é um insulto para os milhares que já morreram e uma afronta insensível àqueles que não tem outra opção senão empreender esta perigosa viagem", sublinha.
No relatório que divulgou na quarta-feira, a AI refere que nos primeiros três meses e meio de 2015 cerca de 900 pessoas morreram ou desapareceram no mar, comparando com 17 em igual período do ano passado, citando dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Isto significa que uma em cada 23 pessoas morre afogada ao tentar atravessar o Mediterrâneo, registando-se 53 vezes mais mortes do que em 2014, apesar de o número dos que fazem a travessia continue a ser mais ou menos o mesmo (20.899 até meados de abril do ano passado e 21.385 no período homólogo deste
14:59 - 23 de Abril de 2015
ONG africanas responsabilizam falhanço dos governos pela violência xenófoba

Maputo ONG africanas responsabilizam falhanço dos governos pela violência xenófoba

Organizações da sociedade civil africanas responsabilizaram hoje em Maputo os governos do continente pela violência xenófoba na África do Sul, por alegadamente terem falhado na luta contra a miséria, assinalando que "os ataques envolvem pobres contra pobres".
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ONG africanas responsabilizam falhanço dos governos pela violência xenófoba
Lusa
A crítica à atuação dos estados africanos foi feita durante uma conferência de imprensa realizada por representantes de organizações da sociedade civil da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral (SADC), à margem de uma conferência sobre mudanças climáticas, que se realiza em Maputo.
"Na África do Sul, estamos a ver pobres locais e africanos a atacarem outros pobres africanos. Os pobres na África do Sul não entendem por que continuam pobres, mas estão assim porque não têm acesso à educação e à riqueza produzida no seu país, porque o Governo falhou na provisão desses serviços", disse o moçambicano Boaventura Monjane, representante da Via Campesina África, uma ONG que luta pelos direitos dos camponeses.
Segundo Monjane, a falta de respostas das autoridades sul-africanas e de outros países do continente à miséria gerou o ressentimento que está por detrás dos ataques da população aos estrangeiros africanos.
"Esta questão tem raízes económicas, tem origem nas desigualdades sociais e económicas que se assistem em África", afirmou o representante da Via Campesina.
Bandile Mdlalose, secretária-geral do Movimento dos Residentes das Favelas, ONG da África do Sul, acusou os governos africanos de apenas estarem preocupados em defender os interesses das elites, afastando-se dos problemas dos pobres.
"Onde está a União Africana nesta crise? Não está, porque é uma organização que está para proteger as elites. Só age quando um deles está em apuros e pouco ou nada faz quando são os pobres que se confrontam, como é o caso", afirmou Mdlalose.
Nnimmo Bassey, diretor da Homef, uma ONG ambientalista da Nigéria, país que tem uma considerável comunidade na África do Sul, disse que África deve atacar as causas profundas da violência no continente, asseverando que a resposta policial terá uma eficácia temporária.
"A juventude deve ter uma educação cívica e não uma educação para o diploma. África deve compreender que as fronteiras físicas são artificiais, porque somos um só povo, o povo africano. A violência de irmão contra irmão deve parar", afirmou Bassey, convidado à conferência.
Segundo dados oficiais, sete estrangeiros morreram, três dos quais moçambicanos, e milhares foram obrigados a fugir das suas casas devido aos ataques xenófobos na África do Sul, que tiveram como palco principal a província de Kwazulu Natal, atingindo também Joanesburgo, mas em menor escala.
ano), acrescentou a AI.
   copiado  http://www.noticiasaominuto.com

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