Maputo Cerca de 400 moçambicanos em fuga da xenofobia na África do Sul

13:18 - 22 de Abril de 2015
Cerca de 400 moçambicanos em fuga da xenofobia na África do Sul

Maputo Cerca de 400 moçambicanos em fuga da xenofobia na África do Sul

Cerca de 400 moçambicanos vítimas dos ataques xenófobos na África do Sul estavam hoje a caminho do centro de acomodação de Boane, na província de Maputo, disse à Lusa fonte diplomática.
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Cerca de 400 moçambicanos em fuga da xenofobia na África do Sul
Lusa
"Os sete autocarros que foram mobilizados estão a sair da África do Sul neste momento [12:30 locais, menos uma hora em Portugal] e provavelmente dentro de oito horas chegam ao centro de acomodação de Boane", disse Fernando Manhiça, diretor para os Assuntos Jurídicos e Consulares do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Moçambique.
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Desde que os ataques contra estrangeiros eclodiram na África do Sul, há cerca de duas semanas, mais de 600 moçambicanos refugiram-se em centros de acomodação temporária, dos quais 107 regressaram a Moçambique, a maioria já encaminhados para as suas zonas de origem.
De acordo com Fernando Manhiça, as autoridades moçambicanas esperavam na terça-feira a chegada de outro grupo, composto por quase 180 pessoas, mas, entretanto, devido aos procedimentos migratórios exigidos pelas autoridades sul-africanas, a viagem foi adiada para hoje.
"Há alguns procedimentos obrigatórios que os repatriados devem observar, que acabaram atrasando o processo. Mas os dois grupos devem chegar hoje", disse Fernando Manhiça, referindo que o número total é de cerca de 400 pessoas.
Segundo o diretor para os Assuntos Jurídicos e Consulares do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, nas últimas horas, o número de moçambicanos que procuram os centros de acomodação na África do Sul baixou, em consequência do aparente regresso à calma nos subúrbios das principais cidades sul-africanas.
"Algumas pessoas começaram até a abandonar os centros de acomodação. Dos dados que temos, o número de moçambicanos que andam nos centros agora rodam os 60 a 70", declarou, lembrando que há pessoas que queriam voltar, mas, depois de observarem a aparente calma, decidiram ficar no país.
O porta-voz do Conselho de Ministros de Moçambique, Mouzinho Saíde, indicou na terça-feira que mais de 1.500 moçambicanos regressaram ao seu país através de meios próprios devido à crise de violência xenófoba na África do Sul.
Na sexta-feira, outros 107 moçambicanos chegaram ao centro de trânsito de Boane, na província de Maputo, em dois autocarros disponibilizados pelo Governo moçambicano.
Para fugir dos altos índices de pobreza em Moçambique, a população, principalmente a mais jovem das zonas rurais do sul do país, emigra ilegalmente para a Africa do Sul, à procura de melhores condições de vida no país vizinho e uma das economias mais avançadas de África.
A vaga de violência teve início após declarações atribuídas ao rei zulu, Goodwill Zwelithini, convidando os estrangeiros a fazer as malas e a partir e que o próprio disse entretanto, no auge da crise, ter sido mal interpretado.

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