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29/01/2016 - 18:40
Nora da presidente do Chile vai à justiça por crimes tributários
AFP / Claudio Reyes
Natalia Compagnon, em Rancagua, Chile, no dia 29 de janeiro de 2016
O tribunal imputou à acusada a obrigação de se apresentar todos os meses para fazer cumprir a "proibição de sair do país e ter contato com os demais envolvidos no caso.
Depois da formulação das acusações, por supostas declarações de impostos e apresentação de faturas falsas, a nora da presidente deixou o tribunal em meio a fortes medidas de segurança.
Natalia Compagnon, esposa do filho mais velho da presidente, Sebastián Dávalos, chegou ao tribunal de Rancagua, e outras doze pessoas compareceram nesta audiência em caráter de indiciados por supostos crimes de suborno, prevaricação e delitos tributários.
Embora com a formalização seja possível decretar prisão preventiva, os especialistas afirmam que não se irá tão longe com Compagnon.
Durante a audiência, a única reação do governo chegou através do ministro do Interior, Jorge Burgos, que considerou que se trata de "uma etapa que está estabelecida em todo procedimento e no Chile o Estado de Direito se aplica a todos".
A esposa de Dávalos Bachelet é investigada pela compra e venda de 44 hectares realizada pela empresa Caval, da qual é proprietária junto ao seu sócio Mauricio Valero, em uma operação que rendeu a eles cinco milhões de dólares de lucros.
Para comprar os terrenos que seriam requalificados de agrícolas a urbanos (o que elevaria seus preços), a sociedade Caval - que não tinha o capital necessário para adquiri-los - conseguiu um empréstimo milionário depois de falar diretamente com um dos donos do Banco Chile, Andrónico Luksic.
O crédito foi concedido um dia após a chegada pela segunda vez de Bachelet ao Palácio de La Moneda.
O milionário negócio da Caval foi revelado em fevereiro de 2015 pela revista chilena Qué Pasa, e o caso manchou a imagem do primogênito da presidente, que acompanhou sua esposa a uma das reuniões que terminaram com a aprovação do empréstimo.
Dano irreparável
Este caso afundou a popularidade de Bachelet, que ronda apenas 20%, e minou a confiança da população na dirigente, que chegou ao poder pela segunda vez há quase dois anos com a promessa de combater a corrupção.
AFP / Claudio Reyes
Natalia Compagnon, em Rancagua, Chile, no dia 29 de janeiro de 2016
"A única pessoa que pode colocar um dique" para delimitar o caso ao âmbito judicial e afastá-lo do político, onde está começando a rachar a coalizão governamental, é a presidente, afirmou.
No entanto, Bachelet optou pela estratégia do silêncio neste caso que, segundo fontes de seu círculo mais próximo, também atingiu seriamente as relações familiares.
No fim do ano reconheceu em uma entrevista que o ano de 2015 havia sido o pior de seus dois mandatos.
A presidente decidiu cancelar uma viagem que planejava nesta sexta-feira a Cabo de Hornos para participar das cerimônias de celebração dos 400 anos de sua descoberta, e permaneceu em Santiago.
copy http://www.afp.com/
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