Leia - O que está em jogo nas eleições? No centro das discussões está uma reforma da Previdência, questionada pelo PT, embora admitida por candidatos mesmo de centro-esquerda, para tentar reduzir os déficits do Estado. Outro desafio: acabar com a escalada de violência que a cada ano deixa mais de 60 mil mortos. Segurança, juntamente com saúde, educação e habitação - setores com escassos orçamentos - estão entre as maiores preocupações dos eleitores.

O que está em jogo nas eleições?

AFP / Miguel SCHINCARIOL (30 set) Manifestação de apoio a Bolsonaro na Avenida Paulista
Os brasileiros elegem no próximo domingo presidente, governadores, deputados e dois terços dos senadores, em um clima de polarização e em meio a uma profunda crise.
Nas eleições presidencial e para governadores haverá segundo turno em 28 de outubro, se nenhum dos candidatos obtiver a maioria absoluta dos votos válidos.
Estas são algumas das questões mais quentes destas eleições:
Candidato de extrema direita pode ser eleito
As pesquisas apontam há semanas que o deputado Jair Bolsonaro, do PSL, irá para o segundo turno.
As enquetes chegaram a apontar o candidato como vencedor em vários cenários eleitorais e, segundo a mais recente pesquisa Ibope, angariou mais pontos nas intenções de voto. Se eleito, será a primeira vez que o Brasil votará em um presidente de extrema direita, um apologista da ditadura (1964-1985) e de seus métodos de tortura.
O PT de Lula pode voltar ao poder?
Após a invalidação da candidatura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, preso por corrupção, seu protegido Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, subiu nas intenções de voto.
O candidato do PT parece ter garantido sua presença no segundo turno para disputar um duelo com Bolsonaro e, segundo a mais recente enquete, aparece como virtualmente empatado com Bolsonaro.
Se Haddad for eleito, o PT conquistará seu quinto mandato consecutivo, após as eleições de Lula (2002, 2006) e de Dilma Rousseff (2010, 2014). O presidente Michel Temer, do PMDB, chegou ao poder como vice-presidente de Dilma, que sofreu impeachment em 2016.
Por que esta campanha é inédita?
Lula, com quase 40% das intenções de voto, foi finalmente excluído da corrida eleitoral após meses de idas e voltas político-judiciais.
Bolsonaro, por sua vez, ao ser esfaqueado em um comício no início de setembro, foi afastado das campanhas nas ruas, mas capitalizou o atentado em seu favor.
Qual impacto terão os escândalos sobre a eleição?
Limitado. Além de Lula, impugnado por sua situação judicial, dezenas de políticos acusados de corrupção devem permanecer ocupando cargos, segundo analistas. Os caciques regionais e, em muitos casos, seus filhos provavelmente serão reeleitos.
A Lava Jato investiga e colocou atrás das grades dezenas de altos executivos e líderes de quase todos os partidos políticos, mas não conseguiu revolucionar a prática da política no país.
Como os mercados vão reagir?
Os operadores do mercado estavam apostando em candidatos centristas, que não decolaram nas pesquisas. Em face da polarização, demonstram sinais de preferir Bolsonaro a Haddad. O líder da extrema direita, que admite ser totalmente leigo em economia, anunciou que nomeará à frente de um poderoso ministério da Fazenda o ultraliberal Paulo Guedes.
Os investidores tiveram anos fartos com Lula (2003-2010), mas afirmam que o discurso atual do PT, que questiona a política de austeridade, poderá ter efeitos desestabilizadores.
Quais são os maiores desafios do próximo presidente?
A recuperação da economia, após dois anos de recessão (2015 e 2016) e outros dois de fraco crescimento. No centro das discussões está uma reforma da Previdência, questionada pelo PT, embora admitida por candidatos mesmo de centro-esquerda, para tentar reduzir os déficits do Estado.
Outro desafio: acabar com a escalada de violência que a cada ano deixa mais de 60 mil mortos. Segurança, juntamente com saúde, educação e habitação - setores com escassos orçamentos - estão entre as maiores preocupações dos eleitores.
 copiado  https://www.afp.com/pt/

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