Durante os anos que precedem a aproximação
de um período de atividade solar máxima, as manchas solares
apresentam-se em grupos às vezes suficientemente extensos para que seja
possível observá-los sem instrumentos, com o auxílio de um filtro capaz
de proteger os olhos das radiações
solares. Ao longo da primavera e do verão de 1998-1999, por duas vezes,
ocorreram este tipo de aparição de manchas na superfície do Sol.
Acredita-se que o mesmo fenômeno deve ocorrer várias vezes em 1999-2001. Um
dos métodos mais eficazes para acompanhar a evolução do ciclo da
atividade solar consiste em contar o número de manchas que aparecem
diariamente. A análise das centenas de relatórios provenientes de
numerosos observatórios situados ao redor do mundo, em particular dos
astrônomos amadores, relativos aos números de manchas solares, permite
determinar um índice de atividade solar mensal, denominado número de
Wolf, em homenagem ao astrônomo suíço Rudolf Wolf que, no século XIX,
desenvolveu e aperfeiçoou este método. Uma cuidadosa análise dos dados
acumulados desde o século XVIII, mostrou que o ciclo de atividade solar
possui um período que varia de oito a 16 anos. O intervalo médio entre
dois máximos de atividade solar é de 11,1 anos, donde o seu nome ciclo
undecimal. O intervalo de tempo de 4,8 anos que separa um mínimo do
máximo seguinte é, em geral, mais curto do que aquele de ordem de 6,2
anos que separa o máximo do mínimo seguinte. Parece que um segundo ciclo
de 9,8 anos se superpõe ao primeiro, o que dá origem a um super máximo,
todos os 179 anos aproximadamente. O ano de 1779 - ciclo 3 - e o de
1958 - ciclo 19 - estão separados por um intervalo de 179 anos. O máximo
do ciclo 22 ocorreu entre 1989 e 1990, com mínimo em 1996, e máximo do
ciclo 23 ocorreu entre os anos 2000 e 2001, quando o mundo viveu sob a
ameaça de que o sistema
de telecomunicações poderia entrar em colapso. De fato, um grande
"apagão", ocorreu no Canadá, em 1989. (Ver a secção Notícias Científicas
no Anuário de Astronomia 2000, pagina 201). Atividade solar no ciclo solar 23 parece ter sido o menos intenso nesses últimos
50
anos durante o qual somente o ciclo 20 registrou uma atividade maior.
Atualmente estamos assistindo o início do ciclo 24, em sua fase
descendente de atividade solar que atingiu o mínimo por volta de 2009.
De
fato, o ano de 2009 se igualou ao de 2008 pelo o seu número de dias sem
nenhuma mancha solar: 260 no lugar 266. Depois do mês de dezembro de
2009, o ritmo de aparição de manchas solares sofreu uma considerável
aceleração. A partir do mês de fevereiro de 2010 foi o primeiro depois
de janeiro de 2007, durante o qual não ocorreu um único dia sem manchas
solares. Tudo sugere que o ciclo 24 do Sol deverá rapidamente aumentar a
sua atividade. No entanto, normalmente o ciclo 24ª deveria atingir a
seu máximo por volta de 2013 ou 2014. A longa duração do mínimo do ciclo
24, que acabou em 2009, deslocou o próximo máximo para 2014, que devera
ser menos intenso que o anterior de 2002. (*) Astrônomo. Autor do livro “Anuário de Astronomia e Astronáutica 2012”.
Tags: Artigo, Atividade, ronaldo rogério de freitas mourão, sociedade aberta, sol
Nenhum comentário:
Postar um comentário