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Potiguar pode ter sido vítima de canibalismo de pernambucanos
Publicação: 13/04/2012 08:39 Atualização: 13/04/2012 09:09
Vez por outra, transformavam em salgados, como coxinhas e empadas, para ser vendidos pelas ruas. Ontem à noite, um dia após a polícia descobrir restos mortais de duas vítimas enterrados no quintal da casa onde os suspeitos moravam, eles foram encaminhados a cadeias públicas. A polícia já investiga o extermínio de até oito vítimas, uma delas na Paraíba e outra no Rio Grande do Norte. O número pode ser muito maior.
Bruna Cristina de Oliveira da Silva, 22, revelou sua verdadeira identidade. Até então, ela se passava por Jéssica Camila da Silva Pereira, 17, a primeira vítima do trio. Em 2008, a suspeita e casal Jorge Beltrão Negro Monte da Silveira e Isabel Cristina Pires da Silveira conheceram Jéssica próximo a um canal de Boa Viagem, no Recife.
Moradora de rua, ela aceitou o convite de trabalhar como doméstica para os três, em Rio Doce, Olinda. Dois meses depois, foi esquartejada e comida quando quis deixar a casa. A filha dela, de dois anos, também foi obrigada a comer carne humana. A carne da própria mãe. Em 25 de fevereiro deste ano, atraída por um emprego de babá, Giselly Helena da Silva, 31, passou pelo mesmo ritual. Menos de um mês depois, foi a vez de Alexandra Falcão da Silva, 20. Tudo foi registrado em texto e ilustrações no livro Revelações de um Esquizofrênico, produzido e registrado em cartório por Jorge.
Próxima vítima - Uma mulher de 18 anos prestou depoimento na 2ª Delegacia de Garanhuns. Ela seria a próxima vítima, segundo relato de Isabel Silveira. Até a vala estava preparada para receber o cadáver. À polícia, depois de serem presos, o trio alegou sofrer de esquizofrenia. O delegado Wesley Fernandes não acredita na versão.
“Trata-se de uma tese de defesa”, afirmou. Segundo o delegado, a execução da mulher de 18 anos não aconteceu porque ela acabou não indo à casa dos suspeitos. A suposta vítima, no entanto, afirmou não conhecer nenhum Jorge, Isabel e Bruna. Ela, que prestou depoimento na tarde de ontem, não quis dar entrevista.
A história que uniu os três vilões de um dos crimes mais bárbaros já registrados em Garanhuns começou há cinco anos. Jorge conheceu Bruna. O fato tinha tudo para abalar a união dele com Isabel, mas o relacionamento entre os três se fortaleceu. Tanto que passou a incomodar os outros membros da família
O envolvimento dele com o crime de estelionato foi o fator culminante para que o trio fosse expulso de casa. Segundo relatos de parentes, eles passaram a viver em Rio Doce, em Olinda. Surgiram os primeiros contatos com a seita e o início dos extermínios em série, seguidos de canibalismo. Depois de assassinar Jéssica, o triângulo amoroso passou a viver na Paraíba. Lá, teriam feito mais uma vítima. No Rio Grande do Norte, outro registro. Depois eles voltaram a morar em Olinda, onde duas mulheres teriam sido exterminadas e comidas. No Recife, mais duas.
“Somente Isabel confessou o envolvimento em oito assassinatos com participação dos três. Jorge e Bruna só confessam a morte das três mulheres (Jéssica, Giselly e Alexandra)”, disse o delegado. Após o esquartejamento, o coração, o fígado e os músculos da perna eram tirados, fervidos e comidos pelos suspeitos e pela criança que hoje tem cinco anos. Ela, que tem duas certidões de nascimento registradas, está sob a guarda do Conselho Tutelar.
Na manhã da última quarta, quando a polícia chegou até a residência dos envolvidos, em Jardim Liberdade, a criança apontou onde estavam os restos mortais das duas mulheres executadas no local. Ela contou que presenciou as mortes. A polícia só chegou aos suspeitos porque começou a investigar o sumiço de Giselly. Faturas dos cartões de crédito chegaram à casa da família dela. O delegado solicitou as imagens do circuito interno das câmeras das lojas e comprovou que o trio fazia compras com os cartões. Com mandados de busca e apreensão, policiais foram à residência dos suspeitos e flagraram os corpos, que estão no IML do Recife. Até a noite de ontem, não haviam sido reconhecidos.
Revoltados com a crueldade, vizinhos saquearam e atearam fogo no imóvel onde os suspeitos viviam. Eles disseram que sempre acharam estranho o comportamento do trio, mas não imaginavam tamanha crueldade. Carnes humanas, temperadas, dentro de freezers teriam sido encontradas e levadas por populares. Os suspeitos confessaram que desfiavam as carnes e preparavam salgados para vender. Testemunhas afirmaram já ter visto e até comprado a comida sem saber que se tratava de restos mortais. O inquérito ainda não tem prazo para ser concluído.
Trechos do livro “Diário de um Esquizofrênico”
“Tudo isso que revelei, não sou eu, nem ninguém, é só a minha mente.” O autor.
Capítulo XXIV
Capítulo XXVI
A dividida “Vejo aquele corpo no chão, Jéssica desconfia que ainda se encontra com vida, pego uma corda, faço uma forca e coloco no pescoço do corpo, puxo para o banheiro e ligo o chuveiro para todo o sangue escorrer pelo ralo. Ao olhar para o corpo já sem vida da adolescente do mal, sinto um alívio. Pego uma lâmina e começo a retirar toda a sua pele, e logo depois a divido. Eu, Bel e Jéssica nos alimentamos com a carne do mal, como se fosse um ritual de purificação. E o resto eu enterro no nosso quintal, cada parte em um lugar diferente.”
Entenda o crime
O trio de suspeitos conheceu a moradora de rua Jéssica Camila da Silva Pereira em 2008, num canal de Boa Viagem. Fizeram o convite e ela aceitou trabalhar como doméstica na casa deles, em Rio Doce, Olinda.
Dois meses depois, Jéssica foi assassinada quando demostrou o desejo de deixar a casa. Ela teve o corpo esquartejado.
A carne humana foi comida pelos suspeitos e pela filha da vítima, então com dois anos
Os ossos e restos mortais foram enterrados no quintal da casa deles. Meses depois, antes de se mudarem para a Paraíba, eles levaram os ossos para um terreno baldio
A carne humana era fervida e comida pelos suspeitos e pela criança, numa espécie de purificação. Em depoimento, os suspeitos afirmaram que a carne também era congelada. Depois, fervida e desfiada para ser transformada em salgados, como coxinhas e empadas, que eram comercializados na cidade
Quando passaram a morar em Garanhuns, no Agreste, passaram a aliciar mulheres para emprego de babá da criança. Giselly e Alexandra foram atraídas pela vaga. Em datas diferentes, foram esquartejadas.
A polícia já investigava os suspeitos por conta da movimentação de cartões de crédito das vítimas. Quando chegaram na casa dos suspeitos a criança apontou onde estariam os corpos.
Do Diario de Pernambuco
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