Milhares de manifestantes exigem reformas na Jordânia


AMÃ (AFP) Milhares de pessoas se reuniram em Amã nesta sexta-feira, após uma convocação da oposição islâmica, para exigir reformas, apesar do anúncio do rei Abdullah II da dissolução do Parlamento e da convocação de eleições antecipadas, segundo correspondentes da AFP.
Ao menos 2.000 policiais foram mobilizados no centro da capital para conter esta manifestação, iniciada após a grande oração do meio-dia.
Os manifestantes, cerca de 15.000, de acordo com os correspondentes, se reuniram diante da mesquita Al-Husseini com uma grande faixa com suas exigências: "uma lei eleitoral democrática, mudanças na Constituição, governos eleitos, poder judiciário independente, um Tribunal constitucional, luta eficaz contra a corrupção e a não interferência da Segurança na vida política".
"Nós exigimos uma verdadeira reforma constitucional que dê poder ao povo jordaniano", disse Hammam Said, líder da Irmandade Muçulmana, aos manifestantes. "Nós não participaremos das eleições, porque exigimos governos parlamentares e um Parlamento real".
O reino enfrenta desde janeiro de 2011 manifestações, pequenas, mas regulares, por reformas políticas e econômicas.
Em resposta, o rei Abdullah II anunciou a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas, que ele deseja que sejam realizadas ainda neste ano. Mas a Irmandade Muçulmana havia anunciado anteriormente que boicotaria as eleições enquanto não houvesse reformas profundas.
"Queremos uma revisão da Constituição antes que o povo se revolte! Queremos uma reforma do regime!", gritavam os manifestantes.
"Evidentemente, esta manifestação representa apenas a Irmandade Muçulmana", declarou à AFP o ministro da Informação e porta-voz do governo, Samih Maaytah.
A polícia anunciou que havia impedido que um grupo de jovens atacasse os manifestantes, após a prisão de oito pessoas armadas em um ônibus que se dirigia para o centro de Amã.
Uma outra manifestação, em apoio ao rei, também estava prevista para acontecer no mesmo local, mas foi adiada "para impedir eventuais confrontos", afirmou seus organizadores.
A Constituição prevê eleições a cada quatro anos, mas eleições antecipadas, boicotadas pelos islâmicos, foram organizadas em 2010 depois da dissolução do Parlamento.
Para convencer os islâmicos a participar das próximas eleições, a lei eleitoral foi modificada em junho.
Abdullah II, em uma entrevista à AFP em 12 de setembro, considerou a atitude dos islâmicos "um enorme erro de cálculo", afirmando que as eleições eram uma etapa "fundamental no processo das reformas e um passo na direção da transição".
"Então, eu digo para a Irmandade Muçulmana, você tem uma escolha: ou ficar na rua ou ajudar a construir a nova democracia da Jordânia", acrescentou.
Os islâmicos acusam o sistema eleitoral de favorecer áreas rurais, consideradas leais ao governo, cujos adeptos dominam o Parlamento. Eles querem um sistema parlamentar em que o primeiro-ministro seja eleito, em vez de nomeado pelo rei.
De qualquer forma, os jordanianos têm até 15 de outubro para se registrarem nas listas eleitorais. Mais de 1,85 milhão de pessoas já estão inscritas dos quase três milhões de potenciais eleitores.
COPIADO :  www.afp.com

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