Obama diz que acordo com Irão 'torna o mundo mais seguro'

Discurso de Obama, esta noite
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu hoje que Israel e os seus aliados do Golfo "têm boas razões para serem céticos sobre as intenções do Irão", apesar do acordo nuclear alcançado esta...
  • Netanyahu: Acordo de Genebra é "erro histórico"
  • Israel diz que Irão conseguiu o que queria e que acordo é mau
  • EUA e Irão tiveram discussões secretas antes do acordo
  • Pequim saúda acordo de Genebra sobre programa iraniano
  • Moscovo felicita acordo de Genebra
  • Guia supremo iraniano saúda acordo
  • Alcançado acordo com o Irão sobre programa nuclear
  • Discurso de Obama, esta noite Fotografia © Joshua Roberts/ Reuters
    O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu hoje que Israel e os seus aliados do Golfo "têm boas razões para serem céticos sobre as intenções do Irão", apesar do acordo nuclear alcançado esta noite com Teerão.
    Obama vincou, num discurso proferido na Casa Branca após o acordo alcançado em Genebra entre o Irão e as grandes potências mundiais, a promessa dos Estados Unidos de impedir que Teerão consiga construir uma bomba atómica, considerando que esta noite foi dado "um importante primeiro passo" que "torna o mundo mais seguro".
    "No final de contas, só a diplomacia pode alcançar uma solução durável para o desafio que representa o programa nuclear iraniano. Farei tudo o que for necessário para impedir o Irão de conseguir uma arma nuclear", constatou.
    Obama salientou a "responsabilidade de resolver os diferendos [com o Irão] de forma pacífica ao invés de se lançar um conflito", considerando que hoje há uma "oportunidade real para se alcançar um acordo global e pacífico" e uma necessidade de a testar, reconhecendo que "isso não será fácil" ao constatar existirem "enormes dificuldades".
    O Presidente norte-americano salienta que o acordo prevê "importantes limitações que ajudarão a evitar que o Irão construa uma arma nuclear".
    "Em suma, cortámos os caminhos mais prováveis do Irão para uma bomba. Este primeiro passo dá tempo e espaço nos próximos seis meses para mais negociações que abordem plenamente as nossas preocupações sobre o programa iraniano", explicou ao referir que nestas negociações "nada será acordado até que tudo esteja acordado".
    Obama realçou que agora a "responsabilidade recai sobre o Irão para demonstrar ao mundo que o seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos".
    "Se o Irão aproveitar esta oportunidade, o povo iraniano beneficiará da sua reintegração na comunidade internacional, e poderemos começar a reduzir a desconfiança entre as nossas duas nações", declarou.
    Esta situação, defendeu Obama, permitiria ao Irão um "novo começo com o resto do mundo baseado no respeito mútuo".
    "Mas se o Irão se negar, enfrentará uma crescente pressão e isolamento", ameaçou Obama.
    Em Genebra, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, defendeu que o acordo fará "o mundo, Israel e os parceiros dos EUA mais seguros".

    "A primeira fase não prevê que o Irão tem o direito do enriquecimento" de urânio, afirmou, contrariando as declarações anteriores do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif.
    Antes das negociações, Israel -- alegadamente o único país no Médio Oriente que detém armas nucleares - alertou para a possibilidade de o alívio das sanções contra o Irão permitir a este país conseguir armas atómicas e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, recusou-se a excluir a possibilidade de uma ação militar.
    Kerry defendeu não haver diferenças entre os Estados Unidos e Israel sobre o Irão ao sublinhar que o objetivo de ambos é Teerão não vir a ter armas nucleares.
    O Irão insiste que o seu programa nuclear é pacífico e Kerry diz que Teerão tem de apenas provar isso mesmo.
    O Governo iraniano comprometeu-se com os Estados Unidos, a Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha a parar o enriquecimento de urânio até 20% e a fazê-lo abaixo de 5%, apenas o suficiente para o seu uso civil, bem como a não expandir as centrais nucleares de Fordo e Natanz e a parar a construção da central de Arak, onde se poderia produzir plutónio.

    Em troca, as grandes potências garantem o alívio das sanções contra o Irão, avaliadas em sete mil milhões de dólares, durante o período de seis meses durante o qual o acordo é válido, mas se Teerão não o cumprir por completo as sanções voltarão a entrar em vigor.
    O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse, também em conferência de imprensa em Genebra, esta noite, que serão implementados mecanismos de controlo "sem precedentes" do programa nuclear iraniano, com "acessos diários" de mecanismos de verificação a todas as instalações nucleares do país.
    "Isto garantirá que o programa será submetido a mecanismos de vigilância que a comunidade internacional jamais teve antes", sublinhou.
    Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, a Agência Internacional de Energia Atómica terá um controlo total sobre o programa nuclear iraniano.
    Este acordo entre o Irão e os membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha representa um momento histórico na diplomacia recente e prevê a primeira paralisação do desenvolvimento do programa nuclear iraniano na última década.
     .COPIADO  http://www.dn.pt/

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