Papa: conflito entre Israel e Palestina é 'inaceitável' 'Palestina Livre' Encontro histórico

De passagem por Belém, pontífice também rezou diante de muro de concreto que governo israelense está erguendo na Cisjordânia
  • Papa inicia viagem a Oriente Médio pedindo paz na Síria

    Papa Francisco pede fim de conflito 'inaceitável' entre Israel e Palestina

    Atualizado em  25 de maio, 2014 - 11:16 (Brasília) 14:16 GMT

    Papa Francisco reza diante de muro que governo israelense está erguendo na Cisjordânia | Crédito: AFP
    Papa reza diante de muro que governo israelense está ergueendo na Cisjordânia
    Em visita oficial de três dias ao Oriente Médio, o papa Francisco pediu neste domingo o fim do conflito entre Israel e Palestina, que chamou de "cada vez mais inaceitável".
    A declaração ocorreu durante a passagem do pontífice por Belém, na região palestina da Cisjordânia.
    Francisco também fez um convite aos presidentes de Israel e da Palestina para que se juntem a ele no Vaticano e orem juntos pela paz.
    Em seguida, o pontífice rezou diante do muro de concreto que o governo israelense está erguendo na Cisjordânia. A parada não estava prevista na agenda do papa.
    Oficialmente, a visita de Francisco tem por objetivo fortalecer os laços com a Igreja Ortodoxa.
    A declaração do pontífice ocorre semanas depois de a suspensão do processo de paz entre Israel e Palestina.
    Após Belém, Francisco vai a Tel Aviv e de lá segue para Jerusalém, onde se encontrará com Bartolomeu 1º, patriarca de Constantinopla, principal bispo da Igreja Ortodoxa.
    "Chegou a hora de colocar um ponto final nessa situação que se tornou cada vez mais inaceitável", afirmou o papa ao se encontrar com o líder palestino, Mahmoud Abbas.
    Francisco falou das "consequências trágicas do conflito prolongado" e da necessidade de "intensificar esforços e iniciativas" para criar um processo de paz estável – baseado em uma solução que contemplaria dois Estados.
    Em seguida, ele realizou uma missa ao ar livre para 8 mil cristãos locais, na Igreja da Natividade de Belém.
    Ao fim da celebração, o pontífice afirmou que gostaria de convidar Abbas, junto com o presidente de Israel, Shimon Peres, ao Vaticano "numa oração sincera a Deus pela dádiva da paz".
    Em entrevista à BBC, o porta-voz do papa, padre Federico Lombardi, disse acreditar que o convite foi pioneiro na história do Vaticano e que partiu do próprio Francisco.
    Apesar de o argentino reiterar que sua viagem tem intuito puramente religioso, analista viram em seu primeiro discurso, na chegada a Belém, uma disposição do pontífice de resolver questões políticas urgentes.

    'Palestina Livre'

    No caminho até a Praça da Manjedoura, onde realizou a missa, Francisco parou diante de um muro de concreto que o governo israelense está construindo ao redor da Cisjordânia.
    O papa tocou na parede onde havia um grafite escrito "Palestina Livre" e, inclinando levemente a cabeça, fez uma rápida oração.
    O governo de Israel alega que o muro é necessário por razões de segurança, mas os palestinos veem a estrutura como uma apropriação de sua terra.
    Autoridades palestinas observaram que Francisco é o primeiro papa a viajar diretamente para a Cisjordânia sem ter passado antes por território israelense.
    O ato é visto por muitos palestinos como um reconhecimento para que a região se torne um Estado independente.

    Encontro histórico

    À tarde, Francisco embarcou em um voo a Tel Aviv onde foi recebido formalmente em Israel pelo presidente do país, Shimon Peres, antes de seguir viagem em direção a Jerusalém.
    Nesta semana, o governo israelense emitiu ordens de restrição contra vários ativistas de direita judeus devido a temores de que eles pudessem prejudicar a visita do pontífice.
    Segundo autoridades, 26 pessoas foram presas durante a noite deste sábado por jogar pedras e garrafas contra a polícia durante um protesto em um local sagrado, no Monte Sião.
    Em Jerusalém, o Papa vai comemorar o 50º aniversário de um histórico encontro de líderes católicos e ortodoxos que concentraram esforços para acabar com 900 anos de divisão entre as duas igrejas.
    A visita de Francisco ao Oriente Médio começou pela Jordânia, no sábado.
    Na segunda-feira, o Papa deve visitar o complexo da mesquita Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, seguido pela Cúpula da Rocha e o Muro das Lamentações.
    Francisco será o quarto líder da Igreja Católica a visitar a cidade sagrada, depois dos papas Paulo 6º, João Paulo 2º e Bento 16, que esteve no local em 2009.
    copiado  http://www.bbc.co.uk/

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