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Mulheres de dois autarcas detidos venceram eleições


As mulheres de dois autarcas venezuelanos afastados do poder por não terem desmantelado barricadas em manifestações foram domingo eleitas para presidir às câmaras municipais de San Cristóbal e San Diego...


por Lusa, texto publicado por Paula Mourato

As mulheres de dois autarcas venezuelanos afastados do poder por não terem desmantelado barricadas em manifestações foram domingo eleitas para presidir às câmaras municipais de San Cristóbal e San Diego, respetivamente.
Apoiada pela coligação opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), Patrícia Fernández foi eleita presidente da Câmara Municipal de San Cristóbal com 88.799 dos votos, ou 73.62%, superando os 82.794, ou 67,67% dos votos obtidos pelo marido, Daniel Ceballos, nas municipais de 2013.
Por outro lado e também apoiada pela MUD, Rosa Scarano foi eleita com 33.603 votos, ou 87,86%, para substituir o marido, Enzo Scarano, na presidência da Câmara Municipal de San Diego que este tinha conquistado nas municipais de 2013 com 29.665 votos, ou 75,24%.
Segundo as Juntas Eleitorais Regionais, em San Cristóbal a abstenção foi de 41,41%, dos 208.183 cidadãos inscritos. O candidato Jesús Alejandro Méndez do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido de Governo) ficou em segundo lugar, com 30.787 votos (25.52%).
Em San Diego a abstenção foi de 36,49%, dos 60.614 cidadãos inscritos e Alexis Rafael Abreu, do PSUV, ficou em segundo lugar, com 4.459 votos (11.63%).
O coordenador nacional do PSUV, Jorge Rodríguez, reconheceu a derrota dos socialistas em ambos municípios, vincando que "todos devemos ler nestes resultados a lição que dão (os cidadãos) aos fatores políticos".

Domingo, antes de serem conhecidos os resultados, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, garantiu que reconheceria os autarcas que fossem eleitos e recordou que os municípios sempre estiveram nas mãos da oposição.
A 20 de março o presidente da Câmara Municipal de San Diego, Enzo Scarano e o chefe da polícia regional Salvatore Lucchese Scaletta foram condenados pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a dez meses e 15 dias de prisão por não terem desmantelado as barricadas de manifestantes naquela localidade.
Segundo o STJ, nenhum deles cumpriu uma sentença daquele organismo, de 12 de fevereiro, que ordenava as ações necessárias para evitar a colocação de barricadas na jurisdição.
Por outro lado, a 25 de março, o STJ condenou o presidente da Câmara Municipal de San Cristóbal, Daniel Ceballos, a 12 meses de prisão por "desacato", por não ter cumprido uma ordem judicial que obrigava a desmantelar barricadas das manifestações no município.
Há mais de três meses que se registam protestos diários na Venezuela, devido à crise económica, inflação, escassez de produtos, insegurança, corrupção, alegada ingerência cubana e a repressão por parte de organismos de segurança do Estado.

Alguns protestos degeneraram em confrontos violentos, durante os quais morreram pelo menos 42 pessoas, dez dos quais funcionários policiais ou militares.
Quase duas centenas de pessoas estão detidas, incluindo uma dezena de polícias, e estão em curso 180 investigações por alegadas violações de direitos humanos fundamentais dos manifestantes.
 copiado  http://www.dn.pt/

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