Com crise nos vizinhos, Brasil tem pior balança comercial desde 2000
Flávia Marreiro
São Paulo
Situação na Argentina e Venezuela contribui para saldo negativo de 3,9 bilhões de dólares. Real e petróleo projetam 2015 melhorCom vizinhos em crise, Brasil tem pior balança comercial desde 2000
País teve saldo negativo de 3,9 bilhões de dólares. Real e petróleo barato projetam melhora
Flávia Marreiro
São Paulo
5 ENE 2015 - 19:41 BRST
Pela primeira vez desde 2000, o Brasil
fechou a balança comercial no vermelho. Em 2014, o país amargou déficit
de 3,93 bilhões de dólares, com queda de quase 30% nas vendas para a Argentina, tradicionalmente o maior comprador de produtos industrializados brasileiros.
No ano que passou, as exportações somaram 225,101 bilhões de dólares, recuo de 7% na comparação com 2013), e as importações alcançaram 229,031 bilhões de dólares, com queda anual de 4,4%. Em termos absolutos, essa é a maior diferença entre o que Brasil importou e que exportou desde 1998, quando o saldo negativo foi de 6,62 bilhões de dólares.
A venda de produtos manufaturados em geral recuou 13,7% no ano passado. Entre semimanufaturados, a queda foi de 4,8%. Só na venda de automóveis, a queda foi de 41,8%. Entre os básicos, o retrocesso foi menor, de 3,1%, mas o resultado foi prejudicado pela queda no preço das commodities, cenário que deve continuar neste ano.
No Mercosul como um todo, o recuo foi de 15,2%. Além da crise na Argentina, a recessão na Venezuela, com quem o Brasil tem folgado superávit, também contribuiu. As perspectivas dos dois mercados neste 2015 não são animadoras: a economia argentina deve encolher 0,2% e a venezuelana, 3%, segundo a Cepal.
A penetração comercial brasileira foi reduzida em quase todos os mercados. Além do Mercosul, ela também recuou nos demais países da América Latina e Caribe, na Europa, Ásia e África. A exceção foram as vendas para os EUA, que cresceram 9,2%.
A economia americana, em forte recuperação, é uma das esperanças dos exportadores para que a performance de 2015 seja melhor. “Não se pode cravar se haverá saldo, mas será melhor que este ano”, diz Ricardo Mendes, sócio da consultoria Prospectiva.
Para Mendes, o real mais fraco frente ao dólar pode ajudar os produtos industrializados brasileiros no mercado dos EUA e dos vizinhos latino-americanos.
Quanto à queda no preço do petróleo no mercado mundial, o sócio da Prospectiva diz que os resultados para o Brasil são mistos. “É bom e é ruim para o Brasil. Para os investimentos da Petrobras no Pré-Sal, por exemplo, é muito ruim. Mas, no caso da balança comercial, ameniza o impacto da queda do preço das commodities que exportamos.
No ano que passou, as exportações somaram 225,101 bilhões de dólares, recuo de 7% na comparação com 2013), e as importações alcançaram 229,031 bilhões de dólares, com queda anual de 4,4%. Em termos absolutos, essa é a maior diferença entre o que Brasil importou e que exportou desde 1998, quando o saldo negativo foi de 6,62 bilhões de dólares.
A venda de produtos manufaturados em geral recuou 13,7% no ano passado. Entre semimanufaturados, a queda foi de 4,8%. Só na venda de automóveis, a queda foi de 41,8%. Entre os básicos, o retrocesso foi menor, de 3,1%, mas o resultado foi prejudicado pela queda no preço das commodities, cenário que deve continuar neste ano.
No Mercosul como um todo, o recuo foi de 15,2%. Além da crise na Argentina, a recessão na Venezuela, com quem o Brasil tem folgado superávit, também contribuiu. As perspectivas dos dois mercados neste 2015 não são animadoras: a economia argentina deve encolher 0,2% e a venezuelana, 3%, segundo a Cepal.
A penetração comercial brasileira foi reduzida em quase todos os mercados. Além do Mercosul, ela também recuou nos demais países da América Latina e Caribe, na Europa, Ásia e África. A exceção foram as vendas para os EUA, que cresceram 9,2%.
A economia americana, em forte recuperação, é uma das esperanças dos exportadores para que a performance de 2015 seja melhor. “Não se pode cravar se haverá saldo, mas será melhor que este ano”, diz Ricardo Mendes, sócio da consultoria Prospectiva.
Para Mendes, o real mais fraco frente ao dólar pode ajudar os produtos industrializados brasileiros no mercado dos EUA e dos vizinhos latino-americanos.
Quanto à queda no preço do petróleo no mercado mundial, o sócio da Prospectiva diz que os resultados para o Brasil são mistos. “É bom e é ruim para o Brasil. Para os investimentos da Petrobras no Pré-Sal, por exemplo, é muito ruim. Mas, no caso da balança comercial, ameniza o impacto da queda do preço das commodities que exportamos.
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