Novo Congresso de maioria republicana se choca com Obama
Marc Bassets
Washington
Política energética será primeira batalha entre bancadas. Prioridade
dos republicanos é aprovar construção de um oleoduto de mais de 1.900
quilômetros entre o Canadá e o Golfo do México Direita dos EUA redefine sua ideologia ao assumir mais poder
Novo Congresso se choca com Obama
Política energética leva maioria republicana ao confronto com presidente dos EUA
Marc Bassets
Washington
6 ENE 2015 - 21:30 BRST
A nova maioria republicana no Congresso dos Estados Unidos
se prepara para as próximas escaramuças com o presidente democrata,
Barack Obama. Uma das primeiras votações servirá para autorizar a
construção de um oleoduto de mais de 1.900 quilômetros entre o Canadá e o
Golfo do México e obrigará Obama a optar entre assinar a lei ou
vetá-la.
A jornada inaugural do 114º Congresso também foi nesta terça-feira o cenário das divisões republicanas, em uma legislatura condicionada pelas presidenciais de novembro de 2016. Legisladores do Tea Party apresentaram candidaturas alternativas a John Boehner como speaker, o presidente da Câmara dos Representantes. Boehner, à frente da maioria mais ampla de seu partido em décadas, reconfirmou seu mandato, mas a facção populista do Tea Party demonstrou que mantém sua capacidade para perturbar os planos do establishment mais pragmático.
John Boehner, de 65 anos, inicia sua terceira legislatura como speaker ou presidente da Câmara de Representantes. O speaker
é o segundo na linha de sucessão do presidente, depois do
vice-presidente. Boehner, republicano de Ohio, lida em seu grupo
parlamentar com uma facção ruidosa e imprevisível de legisladores do Tea
Party.
Rand Paul, de 51 anos, é senador por Kentucky e
líder visível da ala libertária do Partido Republicano. Os libertários
são contrários à intromissão do Estado na vida dos cidadãos. Paul,
possível candidato à Casa Branca, representa uma alternativa moderada
aos falcões de seu partido na política externa.
A investidura do Congresso é um dos rituais da democracia
norte-americana, um dia de festa para celebrar a transferência pacífica
do poder. Desta vez coincidiu com a primeira nevasca do ano em
Washington. Os congressistas chegam à capital com suas famílias, os
veteranos voltam a se cumprimentar e os novatos tomam a medida de suas
cadeiras e gabinetes. O vice-presidente Joe Biden, que preside o Senado, tomou o juramento dos senadores recém-eleitos.
Marco Rubio, de 43 anos, é senador pela Flórida
desde 2011. Filho de cubanos, é um dos valores emergentes do Partido
Republicano e possível candidato às presidenciais de 2016. Eleito com o
apoio do Tea Party, soube navegar entre a ala mais purista da direita e o
establishment.
Os republicanos, que pela primeira vez desde 2006 são majoritários em ambas as Casas do Congresso, e o democrata Obama tomam posições. Obama não se resigna a ser o clássico pato manco:
um presidente insignificante, com os pés e as mãos atados por um poder
legislativo adverso. A direita se sente legitimada para impor sua
agenda, mas vai deparar-se com uma minoria democrata no Senado que pode
bloquear suas iniciativas e com um presidente disposto a usar o direito
de veto que a Constituição lhe outorga.
Elizabeth Warren, de 65 anos, é a nova estrela democrata, com o aval
de Hillary Clinton. Senadora por Massachusetts desde 2013, Warren lidera
a ala esquerda do Partido Democrata, crítica a Wall Street e aos
excessos do capitalismo. Seu nome soa como candidata à Casa Branca.
O Congresso que ontem se constituiu é resultado das eleições legislativas de 4 de novembro.
Os republicanos, que saíram vencedores, ocupam agora 54 das 100
cadeiras no Senado e 246 das 435 da Câmara de Representantes. Este é o
Congresso mais diverso da história, mas continua longe da diversidade de
um país em transformação, cada vez mais hispânico: 80% dos
congressistas são brancos não hispânicos, 80% são homens e 92%,
cristãos.
Mitch McConnell, de 72 anos, é o novo líder da
maioria republicana no Senado. Senador por Kentucky desde 1984,
McConnell substituirá nesta posição o democrata de
Nevada Harry Reid. Membro da elite pragmática do Partido Republicano,
inicia seu mandato com a promessa de demonstrar que o seu partido é
confiável, capaz de governar.
A prioridade do Partido Republicano é aprovar no Senado e na Câmara
de Representantes o projeto Keystone XL, um oleoduto entre o Canadá e o
México. O Governo Obama está há seis anos estudando se o autoriza, sob
pressão do movimento ambientalista. O atraso na decisão esfriou a
relação entre Obama e o primeiro-ministro canadense, o conservador
Stephen Harper.
O porta-voz da Casa Branca anunciou ontem mesmo que Obama vetará a lei sobre o Keystone XL se o Congresso a aprovar. É o primeiro enfrentamento na nova etapa, que incide no debate sobre a independência energética e a queda do preço do petróleo. Não será o último.
Os republicanos querem barrar os recursos para a implementação das medidas apresentadas pelo presidente em novembro para a regularização de até cinco milhões de imigrantes ilegais. Também retardarão pela via orçamentária o restabelecimento das relações entre os Estados Unidos e Cuba. Solapar a reforma na saúde – mais um êxito de Obama, como os dois já citados – é outro objetivo.
Um dos âmbitos nos quais é possível o acordo entre o presidente e os republicanos é o dos acordos comerciais com países da Ásia e do Pacífico e com a União Europeia. A legislatura terminará em janeiro de 2017, dias antes da posse do sucessor de Obama. A incógnita é se será tão improdutiva como as recentes ou se a paralisia chegará ao fim.
Os congressistas chegam a Washington e Obama parte. O presidente inicia hoje uma excursão pelos Estados Unidos para vender a melhoria econômica. Os republicanos querem que a recuperação do Capitólio seja o prelúdio do retorno à Casa Branca. Nos próximos dois anos o foco estará mais na campanha para as eleições presidenciais que no Congresso.
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A jornada inaugural do 114º Congresso também foi nesta terça-feira o cenário das divisões republicanas, em uma legislatura condicionada pelas presidenciais de novembro de 2016. Legisladores do Tea Party apresentaram candidaturas alternativas a John Boehner como speaker, o presidente da Câmara dos Representantes. Boehner, à frente da maioria mais ampla de seu partido em décadas, reconfirmou seu mandato, mas a facção populista do Tea Party demonstrou que mantém sua capacidade para perturbar os planos do establishment mais pragmático.
John Boehner
Rand Paul
Marco Rubio
Elizabeth Warren
Mitch McConnell
O porta-voz da Casa Branca anunciou ontem mesmo que Obama vetará a lei sobre o Keystone XL se o Congresso a aprovar. É o primeiro enfrentamento na nova etapa, que incide no debate sobre a independência energética e a queda do preço do petróleo. Não será o último.
Os republicanos querem barrar os recursos para a implementação das medidas apresentadas pelo presidente em novembro para a regularização de até cinco milhões de imigrantes ilegais. Também retardarão pela via orçamentária o restabelecimento das relações entre os Estados Unidos e Cuba. Solapar a reforma na saúde – mais um êxito de Obama, como os dois já citados – é outro objetivo.
Um dos âmbitos nos quais é possível o acordo entre o presidente e os republicanos é o dos acordos comerciais com países da Ásia e do Pacífico e com a União Europeia. A legislatura terminará em janeiro de 2017, dias antes da posse do sucessor de Obama. A incógnita é se será tão improdutiva como as recentes ou se a paralisia chegará ao fim.
Os congressistas chegam a Washington e Obama parte. O presidente inicia hoje uma excursão pelos Estados Unidos para vender a melhoria econômica. Os republicanos querem que a recuperação do Capitólio seja o prelúdio do retorno à Casa Branca. Nos próximos dois anos o foco estará mais na campanha para as eleições presidenciais que no Congresso.
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