OCDE: Diferenças entre rapazes e raparigas na escola não são inatas Rapazes são menos disciplinados e leem pouco, raparigas têm menos autoconfiança

OCDE: Diferenças entre rapazes e raparigas na escola não são inatas

OCDE: Diferenças entre rapazes e raparigas na escola não são inatas

 
Pais, professores e contexto social têm um impacto forte no desempenho de rapazes e raparigas. A OCDE dá conselhos para ajudar a reduzir as disparidades.
  • Rapazes são menos disciplinados e leem pouco, raparigas têm menos autoconfiança

    OCDE: Diferenças entre rapazes e raparigas na escola não são inatas

    por DN.pt
    A maior probabilidade das raparigas de insucesso na área da matemática deve-se a falta de confiança, diz a OCDE.
    A maior probabilidade das raparigas de insucesso na área da matemática deve-se a falta de confiança, diz a OCDE. Fotografia © World Bank Photo Collection | Flickr

    Pais, professores e contexto social têm um impacto forte no desempenho de rapazes e raparigas. A OCDE dá conselhos para ajudar a reduzir as disparidades.

    As disparidades entre rapazes e raparigas na forma de aprender não se devem a diferenças nas suas aptidões inatas, mas sim às suas atitudes relativamente ao conhecimento, à forma como escolhem passam os tempos livres e à confiança nas suas capacidades. E as expetativas sociais e familiares e os métodos de ensino podem ajudar a explicar essas diferenças.
    É o que revela o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado esta quinta-feira, que se baseia nos estudos PISA, exames promovidos pela organização em mais de 70 países e territórios para avaliar diferenças na educação.
    Em média, os rapazes têm maior probabilidade de não ser bem-sucedidos na escola e mesmo de abandonar o ensino prematuramente, enquanto as raparigas demonstram maior probabilidade de ter dificuldades com a matemática e as ciências, mesmo entre as melhores alunas.
    A OCDE sublinha, porém, que no caso de territórios como Hong Kong ou Singapura, onde se registam os melhores resultados nos exames PISA, não existem diferenças significativas entre rapazes e raparigas em nenhuma das áreas. O exemplo destes territórios mostra que "as diferenças de género na aptidão escolar não são determinadas por diferenças inatas nas capacidades", lê-se no relatório.
    No caso das raparigas, o insucesso na área da matemática e das ciências deve-se a falta de confiança e ansiedade, diz a OCDE, enquanto a maior probabilidade de insucesso escolar no caso dos rapazes se deve mais ao seu comportamento, pois passam menos tempo a fazer trabalhos de casa ou a ler do que as raparigas, e mais tempo a jogar jogos de vídeo. O relatório também enfatiza, porém, a importância das expectativas de pais e professores, e a da igualdade de género na sociedade em que o aluno está inserido.
    Um esforço comum" pela igualdade
    "É necessário um esforço comum de pais, professores, agentes políticos e opinion-makers para que tanto rapazes como raparigas consigam alcançar o seu potencial e contribuir para o crescimento económico e bem-estar das suas sociedades", avisa a OCDE.
    No que toca às expectativas familiares, o relatório mostra que os pais têm maior probabilidade de esperar que os seus filhos, e não as suas filhas, trabalhem num campo científico, mesmo quando o seu desempenho escolar é semelhante. Em Portugal, a diferença entre a quantidade de rapazes e a quantidade de raparigas cujos pais esperavam que trabalhassem numa carreira científica é superior a 30%.
    "Os professores podem ter um papel significativo na moldagem das atitudes dos alunos para com a aprendizagem", destaca o relatório, que dá conselhos aos professores acerca de como podem fazê-lo.
    É possível concluir através dos resultados dos exames PISA que as melhores estratégias no campo da matemática são as que encorajam os alunos a pensar por si próprios e a resolver problemas que não se prendam apenas com demonstrar conhecimento adquirido, estratégias essas que ajudam mais as raparigas do que os rapazes. No caso da leitura, a OCDE sublinha o sucesso do desenvolvimento de uma relação positiva com a leitura, pedindo aos alunos que exprimam opiniões, recomendando livros, ou ajudando-os a relacionar as histórias com as suas vidas.
    O estudo da OCDE também se preocupou com o contexto social em que os alunos estão inseridos, e concluiu que, nos países onde há mais mulheres que trabalham, as raparigas saem-se melhor nos exames de matemática, e a diferença entre rapazes e raparigas é significativamente menor. Mostrou ainda que nos países menos economicamente desenvolvidos os desempenhos são mais fracos, e os rapazes são os mais prejudicados nesses casos.
    A OCDE destaca que a procura de igualdade de género na educação não é "apenas um imperativo moral", mas é também economicamente benéfico para os países. Cerca de 50% do crescimento económico nos países-membros da OCDE nos últimos 50 anos deve-se ao melhor desempenho educacional nesse período. "Além disso, a educação - especialmente educação para meninas e mulheres - reduz as taxas de mortalidade infantil, melhora a saúde individual", lê-se no relatório.
    A OCDE, fundada em 1961, é composta por 34 países, incluindo Portugal.

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