A alvorada da de-extinção. Você está pronto para conviver com animais ressuscitados?


A alvorada da de-extinção. Você está pronto para conviver com animais ressuscitados?

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Desde os anos da contracultura, na década de 1960, Stewart Brand milita na área da biotecnologia. Agora, ele investe num plano ainda mais ousado: trazer espécies extintas de volta à vida. E não apenas: uma vez ressuscitadas, quer reinseri-las no mundo natural
A rã dourada da Costa Rica (Bufo_periglenes), espécie considerada extinta em 1989, devido à destruição do seu habitat
A rã dourada da Costa Rica (Bufo_periglenes), espécie considerada extinta em 1989, devido à destruição do seu habitat


Vídeo: TED – Ideas Worth Spreading
Tradução: Karina Guzzi. Revisão: Andrea Rojas

Com a biotecnologia crescendo hoje quatro vezes mais rápido do que a própria tecnologia digital, ressuscitar espécies extintas torna-se cada vez mais possível e provável. O biotecnologista Stewart Brand investe pesado na área. Ele pretende não apenas trazer várias espécies extintas de volta, mas também restaurar a presença delas na vida selvagem.
Brand já se tornou uma lenda no mundo da biotecnologia, por causa das marcas que ele criou: o Whole Earth Catalog, a Rede Global Business, a Long Now Foundation. Ao lado do seu trabalho científico, ele defende ativamente a bandeira da liberdade de informação no mundo digital.

O biotecnologista Stewart Brand diante de uma ilustração de tigres-da-Tasmânia
O biotecnologista Stewart Brand diante de uma ilustração de tigres-da-Tasmânia

Brand diz que “ressuscitar o mamute usando o DNA de carcaças antigas desse animal pode soar como ciência doida, mas esse projeto tem objetivos inteiramente racionais: desfazer o mal que os seres humanos causaram no passado”. Seu trabalho procura descobrir o que causou tantas extinções de espécies, para que possamos proteger aquelas que atualmente estão ameaçadas, preservar a diversidade genética e biológica, os ecossistemas de reparação esgotados.

Vídeo: Conferência de Stewart Brand

Tradução integral da palestra de Stewart Brand:
Extinção é um tipo diferente de morte. É maior que a morte. Nós não percebemos isso até 1914, quando o último pombo-viajante, uma fêmea de nome Martha, morreu no zoológico de Cincinnati. Este foi o pássaro mais abundante no mundo que existiu na América do norte durante seis milhões de anos. De repente não estava mais aqui. Bandos que tinham uma milha de largura e 400 milhas de comprimento costumavam esconder o sol. Aldo Leopoldo disse que isso era uma tempestade biológica, uma tempestade de penas. E, de fato, foi uma espécie fundamental que enriqueceu as florestas do leste, do Mississippi ao Atlântico, do Canadá ao Golfo. Mas o número foi de cinco milhões de pássaros a zero em apenas duas décadas. O que aconteceu?
Bem, aconteceu a caça comercial. Esses pássaros foram caçados por sua carne, que era vendida às toneladas, e era fácil porque quando esses bandos grandes vinham ao chão, eles eram tantos que centenas de caçadores e outros com redes podiam aparecer e abatê-los as dezenas de milhares. Era a forma mais barata de proteína na América. No final do século, não tinha mais nada além dessas lindas peles de pombos nas gavetas de espécies nos museus.
Esta história tem um lado bom. Isso ajudou as pessoas a perceberem que a mesma coisa estava para acontecer com o bisão Americano, e assim esses pássaros salvaram os búfalos.
Criança siberiana toca um filhote mumificado de mamute encontrado na tundra
Criança siberiana toca um filhote mumificado de mamute encontrado na tundra

Mas muitos outros animais não foram salvos. O periquito da Carolina foi um papagaio que animou quintais em todos os lugares. Foi caçado até a morte por suas penas. Tinha um pássaro que as pessoas gostavam na costa leste, chamado galinha do urzal. Era amada. Tentaram protegê-la. Morreu da mesma forma. Num jornal local se lia, "Não há sobreviventes, não há futuro, não há vida para ser recriada desta forma nunca mais." Há uma sensação de profunda tragédia que acontece com essas coisas, e aconteceu a muitos pássaros que as pessoas amavam. Aconteceu a muitos mamíferos.
Outra espécie fundamental é um animal famoso chamado auroque Europeu. Um filme foi feito sobre ele recentemente. E os auroques eram como o bisão. Este era um animal que basicamente mantinha a floresta misturado aos prados por toda a Europa e no continente asiático, da Espanha à Coréia. O registro da existência desse animal vem desde as pinturas nas cavernas de Lascaux.
A extinção ainda continua. Havia um caprino na Espanha chamado bucardo. Foi extinto em 2000. Havia um animal maravilhoso, um lobo marsupial chamado tilacino na Tasmânia, sul da Austrália, chamado tigre-da-Tasmânia. Foi caçado até que só restaram alguns poucos para morrerem em zoológicos. Um pequeno vídeo chegou a ser filmado mostrando esses animais.
Raiva, tristeza, luto. Não lamente. Organize as coisas, e se você pudesse descobrir que, usando o DNA de espécies em um museu, fósseis de talvez até 200 mil anos poderíamos usá-los para trazer espécies de volta. O que você faria? Por onde você começaria?

Exemplar empalhado de pombo-viajante
Exemplar empalhado de pombo-viajante

Bem, você poderia começar descobrindo se a biotecnologia já existe. Eu comecei com minha esposa, Ryan Phelan, que administrava uma empresa de biotecnologia chamada DNA Direct, e por intermédio dela, um de seus colegas, George Church, um dos maiores engenheiros genéticos que também era obcecado por pombos-viajantes e tinha muita confiança que os métodos em que ele estava trabalhando poderiam fazer o truque acontecer.
Então ele e Ryan organizaram e fizeram uma reunião no Instituto Wyss em Harvard reunindo especialistas em pombos-passageiros, ornitólogos de conservação, bioeticistas, e felizmente o DNA do pombo-passageiro já tinha sido sequenciado por uma bióloga molecular chamada Beth Shapiro.Tudo o que ela precisava dessas espécimes no Smithsonian era um pouco de tecido do dedão do pássaro, porque lá embaixo está o que se chama de DNA antigo. É um DNA que está muito fragmentado, mas com as boas técnicas de hoje, você pode praticamente remontar o genoma inteiro.
Daí a questão é, dá para remontar, com aquele genoma, o pássaro inteiro? George Church acha que sim. Em seu livro "Regênesis," que eu recomendo, ele tem um capítulo sobre a ciência revivendo espécies extintas, e ele tem uma máquina chamada a máquina Multiplex Automatizada de Engenharia de Genoma. É tipo uma máquina de evolução. Você tenta combinações diferentes de genes que você escreve no nível celular e depois em órgãos em um chip, e os que vencem, você pode daí por em um organismo vivo. Vai funcionar. A precisão disto, um dos famosos slides ilegíveis do George, apesar disso mostra que há um nível de precisão aqui até o par básico individual. O pombo-viajante tem 1.3 bilhões de pares em seu genoma.

Ilustração de como deveriam ser os auroques, bois primitivos que deram origem às raças bovinas modernas
Ilustração de como deveriam ser os auroques, bois primitivos que deram origem às raças bovinas modernas

Então, o que você está conseguindo é a capacidade de repor um gene com outra variação do gene, o que se chama alelo. Bem, isso é o que acontece em uma hibridização normal, de qualquer forma. Então isto é uma forma de hibridização sintética do genoma de uma espécie extinta com o genoma de seu parente vivo mais próximo. Agora, conforme avança, o George diz que sua tecnologia, a tecnologia de biologia sintética, está hoje em dia acelerando quatro vezes a velocidade da Lei de Moore. Tem feito isso desde 2005, e é provável que continue.
Ok, o parente vivo mais próximo do pombo-viajante é a pomba-de-coleira-branca. Elas são abundantes. Tem algumas por aqui. Geneticamente, a pomba-de-coleira-branca já é como o pombo-passageiro. Só existem algumas partes que são pomba-de-coleira-branca. Se você substituir estas partes com partes de pombo-passageiro, você tem de volta o pássaro extinto, arrulhando para você.
Agora, há trabalho a ser feito. Você tem que descobrir exatamente quais genes são importantes. Então, existem genes para a cauda curta da pomba-de-coleira-branca, genes para a cauda longa do pombo-viajante, e por aí vai, com os olhos vermelhos, o peito cor de pêssego, migração, etc. Adicione todos e o resultado não vai ser perfeito. Mas deverá ser perfeito o suficiente, porque a natureza também não faz perfeição.
Então, este encontro em Boston levou a três coisas. Primeiro, eu e o Ryan decidimos criar uma ONG sem fins lucrativos chamada Reviva e Restore que encorajariam a de-extinção em geral e tentar fazer isso de forma responsável, e nós poderíamos avançar com o pombo-viajante.
Outro resultado direto foi um jovem estudante de pós-graduação chamado Ben Novak, que é obcecado por pombos desde que tinha 14 anos e também aprendeu a trabalhar com DNA antigo. Ele mesmo sequenciou o pombo-viajante, usando dinheiro de sua família e amigos. Nós o contratamos em período integral. Agora, eu tirei esta fotografia dele ano passado no Smithsonian, ele está olhando para a Martha, o último pombo-passageiro vivo. Então, se ele tiver sucesso, ela não será a última.
O terceiro resultado do encontro de Boston foi a constatação de que existem cientistas no mundo inteiro trabalhando em várias formas de de-extinção, mas eles nunca haviam se encontrado. A National Geographic se interessou porque a National Geographic tem a teoria de que, no último século, descobrir significava encontrar coisas, e neste século, descobrir significa fazer coisas. De-extinção está nessa categoria. Então, eles hospedaram e financiaram esse encontro. E 35 cientistas - biólogos conservacionistas e biólogos moleculares - basicamente se encontrando para ver se existe trabalho que pudessem fazer juntos. Alguns desses biólogos de conservação são bem radicais. Há três deles que não estão só recriando espécies antigas, eles estão recriando inteiros ecossistemas extintos no norte da Sibéria, na Holanda, e no Havaí.

O baiji, golfinho do rio Amarelo, na China, foi declarado extinto há dois anos
O baiji, golfinho do rio Amarelo, na China, foi declarado extinto há dois anos

Henri, da Holanda, com um sobrenome holandês que eu não vou nem tentar pronunciar, está trabalhando com os auroques. O auroque é o ancestral de todo o gado doméstico, e então, basicamente, seu genoma está vivo, só está distribuído desigualmente. O que eles estão fazendo, estão trabalhando com sete raças de gado primitivo de aparência robusta como o Maremmana primitivo como aquele ali para reconstruir com o tempo, com pecuária seletiva, os auroques. Atualmente, o retorno à vida selvagem está se movendo mais rápido na Coréia do que na América, e então o plano é, com essas áreas de retorno à vida selvagem em toda a Europa, eles introduzirão os auroques para fazer seu antigo trabalho, seu antigo papel ecológico, de limpar as copas fechadas e meio estéreis das florestas para que nelas hajam esses prados cheios de biodiversidade.
Outra história fantástica veio do Alberto Fernández-Arias. O Alberto trabalhou com o bucardo na Espanha. O último bucardo foi uma fêmea chamada Celia que ainda estava viva quando eles a capturaram, eles pegaram um pouco de tecido da orelha dela, e o criopreservaram em nitrogênio líquido, e soltaram ela de volta na natureza, mas alguns meses mais tarde, ela foi encontrada morta embaixo de uma árvore caída. Eles pegaram o DNA daquela orelha, eles o implantaram como um óvulo clonado em uma cabra, a gravidez aconteceu, e um bebê bucardo vivo nasceu. Foi a primeira de-extinção na história.
Mas viveu pouco. Algumas vezes clones entre espécies tem problemas respiratórios. Este tinha uma má formação no pulmão e morreu depois de 10 minutos, mas Alberto estava confiante de que a clonagem tinha melhorado desde então, e isto vai melhorar, e eventualmente vai haver uma população de bucardos de volta às montanhas no norte da Espanha.
Um grande pioneiro da criopreservação foi Oliver Ryder. No zoo de São Diego, seu zoológico congelado coletou tecidos de mais de mil espécies nos últimos 35 anos. Agora, quando está tão congelado, 196 graus centígrados negativos, as células estão intactas e o DNA está intacto. Elas são basicamente células viáveis, então alguém como Bob Lanza do Advanced Cell Technology (Tecnologia Celular Avançada) pegou um pouco desse tecido de um bovino em extinção chamado banteng de Java, colocou em uma vaca, a vaca emprenhou, e o que nasceu foi um bebe banteng de Java vivo e saudável, que vingou e ainda está vivo.
O que é mais empolgante para Bob Lanza é a habilidade de agora poder pegar qualquer tipo de célula com células estaminais pluripotentes induzidas e transformá-las em células germinativas, como esperma e óvulos.
Então, agora vamos ao Mike McGrew que é um cientista no Instituto Roslin na Escócia. O Mike está fazendo milagres com pássaros. Ele pega, digamos, células da pele de um falcão, fibroblastos, e as transforma em células estaminais pluripotentes induzidas. Como é tão pluripotente, elas podem se tornar germoplasma. Ele daí tem um jeito de por o germoplasma no embrião de um ovo de galinha para que a galinha tenha, basicamente, as gônadas de um falcão. Você pega uma fêmea e um macho de cada espécie, e deles saem falcões. (Risadas) Falcões reais feitos de galinhas ligeiramente adulteradas.

O rinoceronte negro do Oeste (Diceros bicornis longipes), subespécie  declarada extinta em 2011
O rinoceronte negro do Oeste (Diceros bicornis longipes), subespécie declarada extinta em 2011

O Ben Novak era o cientista mais jovem no grupo. Ele mostrou como tudo isso pode ser reunido. A sequência de eventos: ele junta os genomas da pomba-de-coleira-branca e do pombo-viajante, ele vai pegar as técnicas do George Church e pegar DNA de pombo-viajante, as técnicas do Robert Lanza e Michael McGrew, põe esse DNA nas gônadas de galinhas, e das gônadas das galinhas saem ovos de pombos-viajantes, pombinhos, e agora você está conseguindo uma população de pombos-viajantes.
O que levanta a questão, eles não vão ter pais que são pombos-viajantes para lhes ensinar como se tornar um pombo-viajante... O que fazer a respeito disso? Bem, acontece que o comportamento dos pássaros é bem pré-determinado, então a maior parte já está no DNA deles. Mas para suplementar, parte da ideia do Ben é usar pombos-correio para ajudar a treinar os jovens pombos-viajantes a como se reunir em bando e como encontrar o caminho para seus locais de nidificação e lugares de alimentação.
Existem alguns conservacionistas, conservacionistas muito famosos como Stanley Temple, que é um dos fundadores da biologia de conservação, e Kate Jones da UICN, que fazem uma Lista Vermelha. Eles estão empolgados com tudo isto, mas também estão preocupados com aqui que pode ser competitivo com os esforços tão importantes para proteger espécies ameaçadas que ainda estão vivas, mas ainda não estão extintas. Veja você, você quer trabalhar protegendo animais lá fora. Você que quer trabalhar para diminuir o mercado de marfim na Ásia para que não estejam abatendo 25 mil elefantes por ano.
Mas, ao mesmo tempo, os biólogos conservacionistas estão percebendo que más notícias deprimem as pessoas. Então a Lista Vermelha é muito importante, para saber o que está ameaçado e criticamente em perigo de extinção, e por aí vai. Mas eles estão começando a criar o que chamam de Lista Verde, e a Lista Verde vai ter espécies que estão indo muito bem, obrigado, espécies que já estiveram ameaçadas de extinção, como a águia careca, mas que estão muito melhor agora, graças ao ótimo trabalho de todos, e áreas protegidas no mundo todo que são muito muito bem gerenciadas. Então, basicamente, eles estão aprendendo a construir as boas notícias. E vem revivendo espécies extintas como um tipo de boa notícia em que você pode construir.
Aqui estão dois exemplos relacionados. A reprodução em cativeiro vai ser uma parte importante para trazer de volta estas espécies. A população do condor da Califórnia caiu para 22 aves em 1987. Todos acharam que tinha acabado. Graças à reprodução em cativeiro no zoológico de São Diego, existem 405 deles hoje, 226 foram soltos na natureza. Essa mesma tecnologia vai ser utilizada em animais de-extintos. Outra história de sucesso é a do gorila-de-montanha na África Central. Em 1981, Diane Fossey tinha certeza que eles seriam extintos. Só haviam 254. Agora existem 880. A população deles está crescendo três por cento ao ano. O segredo é: eles tem um programa de ecoturismo que é absolutamente genial. Então esta foto foi tirada no mês passado pelo Ryan com um IPhone. Os gorilas estão confortáveis, assim como os visitantes.
Outro projeto interessante, embora vá precisar de ajuda, é o do rinoceronte branco do norte. Não existem mais casais reprodutores. Mas este é o tipo de coisa que um variedade grande de DNA para este animal está disponível no zoológico, congelado. Um pouco de clonagem, e você tem eles de volta.
Então para onde vamos? Estes tem sido encontros privados. Eu acho que está na hora do assunto ficar público. O que as pessoas pensam disso? Você sabe, você quer trazer de volta espécies extintas? Você quer a volta das espécies extintas?
A Sininho virá flutuando. Este é um momento Sininho, porque as pessoas estão empolgadas com isso. Com o que eles estão preocupados?
Nós também vamos continuar como pombos-viajantes. Então o Ben Novak, neste momento enquanto conversamos, está se unindo ao grupo que a Beth Shapiro tem na UC Santa Cruz. Eles vão trabalhar com os genomas do pombo-viajante e a pomba-de-coleira-branca. Conforme a informação amadurece, eles vão enviá-la para o George Church, que vai fazer sua mágica, extrair o DNA de pombo-viajante dali. Nós vamos ter ajuda do Bob Lanza e do Mike McGrew para pegar o germoplasma que pode ser introduzido em galinhas que podem produzir filhotes de pombo-viajante que podem ser criados por pombas-de-coleira-branca, e daí em diante, são todos completamente pombos-viajantes, talvez pelos próximos seis milhões de anos. Você pode fazer o mesmo, conforme o custo diminui, com o periquito-da-Carolina, com o grande mergulhão, com a galinha do urzal, com o pica-pau-bico-de-marfim, com o maçarico-esquimó, com a foca monge do Caribe, com o mamute lanudo.
Porque o fato é que os humanos fizeram um buraco enorme na natureza nos últimos 10 mil. Agora nós temos a habilidade, e talvez a obrigação moral de consertar um pouco do estrago. A maior parte do que faremos expandindo e protegendo áreas selvagens, expandindo e protegendo as populações de espécies ameaçadas de extinção. Mas algumas espécies que erradicamos totalmente nós poderíamos considerar traze-las de volta para um mundo que sente a falta delas.
Chris Anderson: Obrigado. Eu tenho uma pergunta. Então, isso é um assunto emocional. Algumas pessoas levantam. Eu acho que tem algumas pessoas lá sentadas, meio que se perguntando questões atormentadas, quase, sobre, bem, espera, espera, espera, espera, espera, espera um minuto, tem algo errado com a humanidade interferindo na natureza dessa forma. Vão haver consequências inesperadas. Você vai abrir algum tipo de caixa de Pandora de sabe-se-lá-o-que. Será que eles tem razão?
Stewart Brand: Bem, a razão inicial é nós interferimos enormemente levando esses animais à extinção, e muitas delas eram espécies fundamentais, e nós mudamos o ecossistema inteiro onde elas viviam quando as deixamos ir. Agora, o problema de base que muda é que, quando essas espécies voltarem, eles podem substituir alguns pássaros que estão aqui e que as pessoas conhecem e amam. Eu acho que isso, sabe, é parte de como a coisa vai funcionar. Este é um processo longo e lento - Uma das coisas que gosto dele é que é multi-geracional. Nós vamos ter de volta o mamute lanudo.
CA: Bem, parece que tanto a conversa quanto o potencial aqui são super emocionantes. Muito obrigada pela apresentação.
SB: Obrigado.

copiado http://www.brasil247.com/pt/

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