Aviso dos talibãs ao rival Estado Islâmico: Omar está vivo e há 35 anos já fazia a jihadAviso dos talibãs ao rival Estado Islâmico: Omar está vivo e há 35 anos já fazia a jihad
por Leonídio Paulo Ferreira
Biografia do líder dos "estudantes de religião" diz que mullah em fuga da América há 14 anos não tem casa nem conta bancária.
"Nenhum
líder do mundo de hoje está rodeado de secretismo e mistério como o
mullah Mohammed Omar. Com 39 anos, nunca foi fotografado nem nunca se
encontrou com diplomatas e jornalistas ocidentais", escreveu Ahmed
Rachid, no célebre livro Os Talibãs, editado pouco antes de o 11 de Setembro de 2001 ter levado a fúria da América ao Afeganistão. Passados
14 anos desde que fugiu de moto ao cerco das tropas especiais
americanas, Omar continua por capturar e é um mistério que nem a
biografia em cinco mil palavras que o próprio movimento acaba de
divulgar desfaz. Em relação àquilo que contava o paquistanês
Rachid, há a correção à data de nascimento (1960 em vez de 1959) e a
revindicação de ter começado a combater os soviéticos logo em 1980 e
jamais apenas em 1989, quando o Exército Vermelho já estava a retirar e a
entregar a defesa do regime aos comunistas afegãos. De resto, fica-se a
saber que o fundador dos talibãs não tem casa nem conta bancária.
Omar, agora com 55 anos, nunca foi presidente ou primeiro-ministro do Afeganistão. A nova biografia que os talibãs lhe dedicam esclarece que quando o grupo tomou Cabul, o líder passou a ter o título de "chefe dos crentes", embora mantendo-se em Kandahar e nunca se fixando na capital. Na época, a ONU continuou a aceitar o líder mujaedine Burhanuddin Rabbani, resistente aos soviéticos, como chefe do Estado e só Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos reconheceram o regime talibã. Isso não impediu que os chamados "estudantes de religião" chegassem a dominar quase todo o território e que hoje, apesar das tropas estrangeiras e de sucessivas eleições patrocinadas pela comunidade internacional, continuem a controlar parcelas do país. Com a cabeça a prémio pelos Estados Unidos, que oferecem dez milhões de dólares, o mullah Omar tem-se revelado mais difícil de encontrar do que o próprio Bin Laden, seu aliado e hóspede, que os americanos mataram há quatro anos. Como se suspeitava, o líder da Al-Qaeda estava no Paquistão, mas não escondido numa gruta e sim numa casa semifortificada numa pequena cidade. Quanto ao chefe talibã, David Loyn, da BBC, acredita que este encontrou também um refúgio paquistanês. Membro da equipa de reportagem que acompanhou a tomada de Cabul em 1996, Loyn é um especialista na ascensão do movimento talibã, nascido de órfãos de guerra criados em campos de refugiados e educados em escolas corânicas. Acredita o jornalista britânico, aliás, que esta biografia é uma prova de vida de Omar e que funciona como mensagem ao Estado Islâmico, que a partir da Síria e do Iraque tenta recrutar jihadistas no Afeganistão. COPIADO http://www.dn.pt/ |
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