17:14 - 15 de Abril de 2015
Os Estados Unidos
são responsáveis pela aplicação dos acordos internacionais assinados e o
Irão responsabilizará o Congresso e o Presidente pelo não-cumprimento
das suas obrigações, disse hoje em Lisboa o chefe da diplomacia de
Teerão.
Mundo
Lusa
"Por uma questão de princípio, consideramos que o Governo
dos Estados Unidos é responsável pela aplicação das suas obrigações
internacionais", afirmou Javad Zarif em conferência de imprensa conjunta
com o seu homólogo português, Rui Machete, no final de uma visita
oficial a Lisboa.
"Para além do que pretenda fazer a nível interno, com os seus estados, autoridades locais ou com o seu congresso federal, o Governo dos EUA tem a obrigação de aplicar os seus acordos internacionais", insistiu Zarif.
O ministro iraniano pronunciava-se sobre adoção na terça-feira, pela comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado norte-americano, de uma proposta de lei que fornece ao Congresso, dominado pelos republicanos, a possibilidade de intervenção no acordo final sobre o nuclear iraniano.
A proposta imporia ao Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, um período de espera entre a assinatura do acordo final e o levantamento das sanções norte-americanas ao Irão, impostas nos últimos anos pelo Congresso.
O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros considerou que o projeto do Senado ainda tem de ser "estudado" para analisar eventuais "ramificações e consequências".
O grupo das grandes potências designado 5+1 que inclui os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França) e a Alemanha, manteve negociações com o Irão em Lausanne desde 26 de março.
Em 2 de abril, a União Europeia, que serviu de mediador, e o Irão anunciaram um acordo provisório que sugere um controlo estrito do programa nuclear iraniano para assegurar que Teerão não desenvolve armamento nuclear, em troca do levantamento das sanções internacionais que estrangulam a economia iraniana.
Este acordo de princípio sobre o nuclear deverá permitir a conclusão de um texto final, com aspetos técnicos e legais, que deverá ficar concluído até 30 de junho.
Javad Zarif disse hoje que o seu país "responsabilizará" o Presidente e o Congresso dos EUA pela aplicação dos acordos, e disse aguardar a proposta final do Senado, que deverá esclarecer "de que forma poderá limitar a capacidade do Presidente para cumprir as obrigações que assumiu".
Numa referência à recente decisão da Rússia em desbloquear a venda de misseis S-300 ao Irão, Javad Zarif desvinculou esta decisão das negociações sobre o nuclear.
"Não tem nada a ver. Foi uma decisão da Rússia, julgo que foi a decisão correta da Rússia, é um contrato legal que existia e julgo que não terá impacto nas negociações sobre o nuclear".
Ainda no breve período de respostas, e numa referência à guerra no vizinho Iémen, o chefe da diplomacia iraniana sustentou que a solução política "é a única para todos os conflitos na região, seja na Síria ou no Iémen".
O responsável recordou o plano de quatro pontos proposto por Teerão, após consulta com países vizinhos, para terminar com a guerra, que se agravou no final de março com o início dos bombardeamentos aéreos de uma coligação árabe liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes 'huthis'.
"Propomos um cessar-fogo, o fim dos bombardeamentos aéreos, o acesso de ajuda humanitária à população. A situação humanitária é catastrófica, as pessoas não têm alimentos, água, medicamentos, combustíveis, incluindo para levar os feridos aos hospitais, caso ainda existam hospitais", disse.
"No Iémen bombardeia-se a população civil, esses ataques aéreos não são dirigidos contra qualquer objetivo militar, que já não existem", insistiu, antes de precisar o quarto ponto do plano de paz.
"É necessário garantir que sejam os iemenitas a determinar o seu futuro, e não através de ingerência externa", assinalou. "O quarto ponto do plano é a formação de um governo alargado, decidido com os iemenitas e que mantenhas boas relações com todos os vizinhos".
Javad Zarif recordou ainda a "influência" do Irão entre vários grupos do Iémen, "não apenas com os 'huthis' e os xiitas".
"Temos relações com vários grupos em diversos países e vamos usar essa influência para promover negociações com todos os envolvidos. Temos de começar com a premissa de que é necessário terminar com este bombardeamento e o sangue", concluiu.
copiado http://www.noticiasaominuto.com
"Para além do que pretenda fazer a nível interno, com os seus estados, autoridades locais ou com o seu congresso federal, o Governo dos EUA tem a obrigação de aplicar os seus acordos internacionais", insistiu Zarif.
O ministro iraniano pronunciava-se sobre adoção na terça-feira, pela comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado norte-americano, de uma proposta de lei que fornece ao Congresso, dominado pelos republicanos, a possibilidade de intervenção no acordo final sobre o nuclear iraniano.
A proposta imporia ao Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, um período de espera entre a assinatura do acordo final e o levantamento das sanções norte-americanas ao Irão, impostas nos últimos anos pelo Congresso.
O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros considerou que o projeto do Senado ainda tem de ser "estudado" para analisar eventuais "ramificações e consequências".
O grupo das grandes potências designado 5+1 que inclui os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França) e a Alemanha, manteve negociações com o Irão em Lausanne desde 26 de março.
Em 2 de abril, a União Europeia, que serviu de mediador, e o Irão anunciaram um acordo provisório que sugere um controlo estrito do programa nuclear iraniano para assegurar que Teerão não desenvolve armamento nuclear, em troca do levantamento das sanções internacionais que estrangulam a economia iraniana.
Este acordo de princípio sobre o nuclear deverá permitir a conclusão de um texto final, com aspetos técnicos e legais, que deverá ficar concluído até 30 de junho.
Javad Zarif disse hoje que o seu país "responsabilizará" o Presidente e o Congresso dos EUA pela aplicação dos acordos, e disse aguardar a proposta final do Senado, que deverá esclarecer "de que forma poderá limitar a capacidade do Presidente para cumprir as obrigações que assumiu".
Numa referência à recente decisão da Rússia em desbloquear a venda de misseis S-300 ao Irão, Javad Zarif desvinculou esta decisão das negociações sobre o nuclear.
"Não tem nada a ver. Foi uma decisão da Rússia, julgo que foi a decisão correta da Rússia, é um contrato legal que existia e julgo que não terá impacto nas negociações sobre o nuclear".
Ainda no breve período de respostas, e numa referência à guerra no vizinho Iémen, o chefe da diplomacia iraniana sustentou que a solução política "é a única para todos os conflitos na região, seja na Síria ou no Iémen".
O responsável recordou o plano de quatro pontos proposto por Teerão, após consulta com países vizinhos, para terminar com a guerra, que se agravou no final de março com o início dos bombardeamentos aéreos de uma coligação árabe liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes 'huthis'.
"Propomos um cessar-fogo, o fim dos bombardeamentos aéreos, o acesso de ajuda humanitária à população. A situação humanitária é catastrófica, as pessoas não têm alimentos, água, medicamentos, combustíveis, incluindo para levar os feridos aos hospitais, caso ainda existam hospitais", disse.
"No Iémen bombardeia-se a população civil, esses ataques aéreos não são dirigidos contra qualquer objetivo militar, que já não existem", insistiu, antes de precisar o quarto ponto do plano de paz.
"É necessário garantir que sejam os iemenitas a determinar o seu futuro, e não através de ingerência externa", assinalou. "O quarto ponto do plano é a formação de um governo alargado, decidido com os iemenitas e que mantenhas boas relações com todos os vizinhos".
Javad Zarif recordou ainda a "influência" do Irão entre vários grupos do Iémen, "não apenas com os 'huthis' e os xiitas".
"Temos relações com vários grupos em diversos países e vamos usar essa influência para promover negociações com todos os envolvidos. Temos de começar com a premissa de que é necessário terminar com este bombardeamento e o sangue", concluiu.
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