Onda antiterceirização domina redes sociais durante as votações Má repercussão do projeto da terceirização faz PSDB recuar

 Leitores, vamos prestação quem votar a favor da Terceirizarão para não votar nas próximas eleições.

Onda antiterceirização domina redes sociais
durante as votações

Heloísa Mendonça São Paulo
Levantamento feito a pedido do EL PAÍS mostra que rejeição ao projeto que amplia terceirização aparece em 98% das menções do tema. "Protesto virtual" deve ser fator no novo 'round' na quarta

Onda antiterceirização domina 98% dos debates sobre o tema nas redes

Nos últimos dez dias, meio milhão de menções na internet rejeitaram a medida, diz estudo



Eduardo Cunha em votação da lei da terceirização. / Gustavo Lima / Câmara dos Deputados

O PSDB atribuiu à pressão nas redes sociais, nesta semana, seu titubeio em relação ao projeto de lei que libera as empresas para terceirizar qualquer etapa de suas atividades, que passa por avaliação na Câmara. Primeiramente favorável em bloco à mudança, a bancada do principal partido de oposição do país rachou, no que pode ser o primeiro registro histórico em que "protestos virtuais" são alçados ao patamar de fator decisivo numa mudança de posição tão eloquente e em tão pouco tempo.
"Na guerra da comunicação, perdemos. O PT e o Governo viram esse tema como a tábua de salvação deles. Se apegaram nessa posição para dizer que estão do lado dos trabalhadores", lamentou o líder dos tucanos na Câmara, Carlos Sampaio (SP). Um levantamento encomendado pelo EL PAÍS confirma o que Sampaio sugere.
A grande maioria dos usuários das redes sociais tem se posicionado contra o projeto. Nos últimos dez dias, mais de 98% dos comentários nas redes sociais sobre o assunto eram contrários à medida. Neste período, foram feitas cerca de 524.000 menções contra regulamentação da terceirização de um total de 534.000 sobre o tema, segundo levantamento feito pela A2C, agência digital especializada em monitoramento de mídias. Os principais argumentos apresentados contra o projeto foram que os terceirizados perderão direitos trabalhistas e irão piorar suas condições de trabalho.
De acordo com o estudo da A2C, foi possível perceber que grupos como o MST e a CUT, além de deputados governistas, foram os que mais demonstraram repúdio ao projeto nas redes sociais. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI), grande apoiadora da medida, realizou diversas postagens defendendo a terceirização. No entanto, nos comentários associados às mensagens pró-alteração, usuários continuaram se posicionando contra a lei e gerando uma repercussão antiterceirização no Facebook.

Discussão no Twitter


Nuvem de palavras mais citadas sobre o tema da terceirização no Twitter. Quanto maior a palavra, maior quantidade de menções. / Fonte: FGV
Outro monitoramento, feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da FGV, mostrou que entre os dias 13 e 15 de abril as palavras mais mencionadas sobre o tema no Twitter foram "não à precarização", "trabalhador" e "direitos".
Ao EL PAÍS, o deputado Domingos Sávio (PSDB) afirmou que vários deputados se sentiram sensíveis às diferentes manifestações virtuais. O parlamentar admitiu que "vários colegas" de partido consideram a medida boa para o país, mas "de maneira patética, afirmam que irão votar contra a proposta por pressão das redes sociais e pelas acusações de estarem ferindo os direitos do trabalhadores".
Em meio a uma bancada rachada, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou nesta quinta-feira ser pessoalmente favorável ao projeto e explicou que continuará a conversar com os deputados até a próxima quarta-feira (22), quando a votação volta para a pauta da Câmara.  O líder tucano disse que tentará definir uma posição única para a legenda.
Já o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, principal articulador do projeto, deixou claro que a votação será realizada, mesmo que não haja consenso. "Quarta-feira que vem vai votar sem dúvida", afirmou nesta quinta.  Segundo ele, "se a gente tiver consenso, ótimo. [Mas] o voto resolve dissenso".
Diante do atual impasse, os parlamentares devem passar os próximos dias tanto atentos às vozes que vêm das ruas quanto ao barulho feito nas redes sociais sobre o tema, para tentar avançar na regulamentação da terceirização na próxima quarta-feira.

Cunha e colegas na votação da lei da terceirização. / G.L./Câmara

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Má repercussão nas redes faz PSDB recuar sobre lei da terceirização

Segundo o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), não há um apoio unânime ao projeto




Líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio. / Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados
    A votação realizada sobre os pontos principais do projeto de lei que regulamenta e amplia a terceirização das empresas mostrou, nesta terça-feira, a bancada do PSDB, que apoia a lei, bastante dividida em relação ao tema. A má repercussão nas redes sociais teria sido uma das razões para que parte do partido tucano mudasse sua posição favorável ao projeto, que já não conta com o apoio do PT.
    De acordo com o Deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), já não há uma posição de unanimidade dentro do partido. “Vários colegas estão dizendo que a medida é boa para o país, mas de maneira patética, afirmam que irão votar, no entanto, contra a proposta por pressão das redes sociais e pelas acusações de estarem ferindo os direitos do trabalhadores”, afirmou ao EL PAÍS.
    Para Sávio, que continua defendendo a aprovação da lei, a atitude desses partidários é um grande equívoco. “Eles estão abdicando de uma convicção por opiniões de pessoas que, muitas vezes, não estão devidamente esclarecidas”, explica. O deputado negou o rumor de que o recuo de alguns tucanos tenha sido uma orientação do presidente nacional do partido Aécio Neves.

    Dobradinha PT e PSDB

    Antes da sessão ser suspensa pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o plenário aprovou com 360 votos favoráveis, 46 contrários e 4 abstenções, a exclusão de empresas públicas e mistas (como a Petrobras) da possibilidade de ampliar as atividades passíveis de terceirização. Dessa forma, a nova lei não valeria para o setor público. A exclusão ocorreu com a aprovação de um destaque proposto pelo PSDB contando inclusive com o apoio do PT.

    Protestos contra terceirização

    Nesta quarta-feira, manifestantes contrários ao projeto de lei fazem protestos em 21 Estados e no Distrito Federal. Em São Paulo, ocorreram bloqueios momentâneos em grandes rodovias. Manifestantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) cortaram por 30 minutos o tráfego em trecho parte da Via Dutra, que liga as cidades do Rio de Janeiro a São Paulo, na altura de Guarulhos, de acordo com a agência EFE.
    Em Minas Gerais, houve protestos contra a terceirização durante a madrugada desta quarta-feira em frente à entrada de fábricas na cidade industrial de Betim. A Jornada Nacional de Paralisações também contou com a adesão de funcionários da Universidade de São Paulo (USP) e empregados do serviço de transporte de Salvador, que atrasaram em duas horas o início de suas atividades.
    Após o encerramento da votação, o relator do projeto afirmou ter sido surpreendido com a mudança de posição de parte da bancado tucana e com a dobradinha com o PT. "Todos fomos pegos de surpresa com esse inusitado e inacreditável acordo entre PT e PSDB contra a modernização da economia brasileira", afirmou Arthur Maia, relator do projeto.
    A sessão para a votação dos chamados destaques, os pontos principais, do pré-projeto deve ser retomada na tarde desta quarta-feira. Entre as propostas que deverão ser votadas  está o destaque do PT que pretende proibir a terceirização em todas as áreas da empresa, principal mudança feita pelo projeto.
    Os sindicatos também pressionam para que seja instituída a chamada responsabilidade solidária. O que significa uma maneira de permitir que o trabalhador possa escolher qual empregador irá acionar na Justiça --se a contratante ou a prestadora de serviço-- caso se sinta lesado. O texto-base aprovado prevê que, caso o trabalhador seja prejudicado, a responsabilidade é da prestadora de serviço. Só depois de esgotado processo, a contratante poderia ser contratada. Já a equipe econômica do Governo tenta negociar com o relator do projeto, a forma de recolhimento do INSS das empresas terceirizadas.
    copiado  http://brasil.elpais.com/brasil/

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