Venezuela Salários e falta de produtos: as preocupações na era Maduro Andrea, oposicionista lusodescendente, descreve "regime fascista" Frases que marcam os anos de Nicolas Maduro na liderança

11:55 - 12 de Abril de 2015
Salários e falta de produtos: as preocupações na era Maduro

Venezuela Salários e falta de produtos: as preocupações na era Maduro

Habituados a lidar com a insegurança, os venezuelanos viram aumentar, nos últimos dois anos, as suas preocupações, agora centradas nos salários, cada vez mais insuficientes para fazer frente à inflação galopante num país onde muitos produtos são escassos.
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Salários e falta de produtos: as preocupações na era Maduro
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Venezuela Andrea, oposicionista lusodescendente, descreve "regime fascista"


A lusodescendente Andrea Tavares, dirigente do partido de oposição Alternativa 1, não tem dúvidas em classificar o regime político que governa a Venezuela, liderado por Nicolás Maduro: "É fascismo".
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Andrea, oposicionista lusodescendente, descreve regime fascista
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"As pessoas não compreendem que é uma grande burla, um governo autoritário que mantém a população num baixo nível educativo, mantém as pessoas ignorantes, que pode dominar de forma mais fácil", explica a dirigente partidária.
Fala num sistema educativo paralelo orientado ideologicamente, em que "as pessoas repetem frases feitas, como 'Pátria, Socialismo ou Morte'".
Andrea vê no atual regime "um processo de alienação injetado através das missões, de programas do governo, tudo está indexado a um pensamento único. Isto tem um nome: é fascismo".
A dirigente da Alternativa 1 diz estar muito desiludida com a vida política no seu país, e nem sequer tem muitas esperanças de que as coisas possam mudar para melhor. Porque, diz, a política na Venezuela faz-se com forte polarização, e coloca as pessoas entre dois muros.
"A ideia de que duas pessoas podem ter opiniões distintas, podem sentar-se a conversar a discutir ideias e são amigos, na Venezuela não pode acontecer. Temos casos de famílias partidas, porque se há uma pessoa que simpatiza com o governo e outra não, o ódio acaba por vingar", afirma a política entrevistada pela agência Lusa em Caracas.
Fazer oposição na Venezuela é complicado. Há exemplos variados, mas um é mesmo caricato.
Um partido pode mesmo ser extinto se se torna incómodo demais. Aconteceu com Andrea: "Eu fiz parte de um partido que apoiou Hugo Chávez e quando decidimos não apoiar mais apareceu num tribunal um requerimento de pessoas que diziam que eram do partido e o tribunal entregou o partido a essas pessoas..."
Na Venezuela, os partidos estão sempre sob a ameaça de desaparecer. Para se formar uma força política, tem de se cumprir certos passos constitucionais, mas "quando chega à comissão eleitoral para se definirem os símbolos, os nomes, etc... não há resposta. Há dois anos que há uma lista enorme de partidos à espera de autorizações".
"Esta é outra forma de impedir os partidos políticos", explica a lusodescendente.
"Fui vereadora na Venezuela, estive em aliança com o partido do governo. Respeitaram os meus direitos enquanto conselheira. Quando assumi uma posição forte contra este governo foi-me impedido um direito que é o de ser presidente ou vice-presidente de uma comissão. Deixei até de ter acesso ao edifício da câmara municipal. Nem sequer tive direito à palavra na câmara", relata.
Mas há outros casos mais conhecidos, com o de Maria Corina Machado que, por ter aceitado o uso de palavra num organismo internacional, acusaram-na de delito de traição e retiraram a imunidade parlamentar e foi proibida de entrar no Parlamento Nacional.
"Tem havido muitos casos em que se retira a imunidade parlamentar. Mas temos ainda os presos políticos. Temos quem seja perseguido por grupos armados. Esta polarização que nos arrasta para um abismo está a trazer muita intolerância."
Até na campanha eleitoral o político sente toda a pressão. "Se queremos ir em campanha eleitoral a um local que tem grupos armados, não podemos entrar. E sabemos que há lá pessoas que te querem ouvir", afirmou.
Andrea Tavares recorda as últimas presidenciais, em que acompanhou um candidato, "chegou um grupo motorizado, com caras cobertas, homens armados, 300 homens, estavam ali muitas senhoras, idosos, crianças..."
Num caso até um deputado foi atingido por balas. "São pequenos exemplos de como é difícil fazer aqui política", conta.
Como o caso de uma jovem que está presa por ter colocado uma mensagem no Twitter . "É uma rapariga que escreve muitas coisas no Twitter. Escreveu que não reconhece este presidente. Que o poder é ilegal. E está presa. Por conteúdo que o governo não gostou de ver", exemplificou.
Sobre Maduro, Andrea Tavares fala em burla. "Diz sempre o mesmo todos os dias. As pessoas gozam muito porque comete muitos erros de gramática. Mas eu às vezes penso que faz de propósito, não pode ser tão frequente. Eu conhecia-o antes e não falava assim", disse.
Andrea fala num país onde praticamente já não há um órgão de comunicação social livre, uma vez que os principais meios foram comprados por "'testas de ferro' do regime", denuncia.
10:55 - 12 de Abril de 2015
Andrea, oposicionista lusodescendente, descreve regime fascista

Venezuela Frases que marcam os anos de Nicolas Maduro na liderança

10:36 - 12 de Abril de 2015
Frases que marcam os anos de Nicolas Maduro na liderança

Venezuela Frases que marcam os anos de Nicolas Maduro na liderança

Frases que tornaram notório o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que cumpre dois anos após ser eleito como sucessor do carismático Hugo Chávez, que morreu em 05 de março de 2013.
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Frases que marcam os anos de Nicolas Maduro na liderança
Lusa
Frases que tornaram notório o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que cumpre dois anos após ser eleito como sucessor do carismático Hugo Chávez, que morreu em 05 de março de 2013.

"Eu não exagero se digo que estes fascistas que são capazes de mandar disparar contra um povo são capazes e devem estar a pensar eliminar-me fisicamente. Não é nenhum extremismo dizê-lo."
24-04-2013
"Fernando Pessoa perguntava: 'Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena'."
18-06-2013
"Alerto o país que a direita está a fazer uns planos meio loucos (...): pretendem acabar com esta Constituição novamente, como fizeram em 2002."
04-08-2013
"Hugo Chávez, no encontro que teve com este mundo, encontrou-se com os valores do nosso redentor, o Cristo dos pobres, o Cristo dos humildes, o que veio a proteger os que nada têm."
05-08-2013
"Às vezes venho aqui à noite [mausoléu onde estão guardados os restos mortais de Hugo Chávez]. Às vezes, muitas vezes, durmo aqui. De noite refletimos aqui sobre as coisas"
10-08-2013
"Herdámos uma estrutura do Governo burguês, do Estado burguês. Temos que criar uma nova estrutura para que os ministros e as ministras (...) comecem a apertar, a transformar, a mudar tudo."
15-08-2013
"Há rumores de que estão roubando o cabelo às mulheres. Eu exijo ao Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas que me dê respostas e identifique os grupos que cortam o cabelo às raparigas."
15-08-2013
"Ninguém me convence de que o cancro de que padecia Hugo Chávez não foi inoculado."
28-08-2013
"É muito grave que o Presidente (Barack Obama) tenha decidido atacar a Síria e agora ponha o Congresso a substituir a ONU (...). Ninguém no mundo pode ser tribunal, juiz e polícia, seria o mundo sem lei."
01-09-2013
"Se alguém vivia profundamente a sua paixão cristã e tornava realidade o seu amor pelos pobres e pelos humildes, que são filhos prediletos de nosso senhor Jesus, esse foi (Hugo) Chávez."
04-10-2013
"Estamos a enfrentar um plano de golpe de Estado que está em curso contra a democracia e o Governo a que presido."
13-02-2014
"Eu peço um diálogo consigo, Presidente Obama... entre a Venezuela patriótica e revolucionária e os Estados Unidos e o seu Governo. Aceite o desafio para realizarmos um diálogo de alto nível e colocar a verdade sobre a mesa."
21-02-2014
"Peço ao povo chavista, ao povo patriota, bolivariano, que acompanhou o comandante (Hugo) Chávez, que me acompanha a mim e que continua à frente desta revolução, ao povo maioritário que assume (Simón) Bolívar como projeto vivo, todo o apoio, absolutamente todo o apoio, para construir bases de paz nesta nova etapa da vida republicana da nossa revolução bolivariana do século XXI."
09-04-2014
"Temos de estar atentos, recarregar as pilhas, porque há que acelerar a revolução perante as ameaças imperiais. Não podemos aceitar ameaças nem sanções do império norte-americano. Vamos acelerar e radicalizar a revolução."
01-08-2014
"Vamos dar uma grande sacudidela em todo o Estado, em todos os sistemas de Governo, de funcionamento, de tomada de decisões. (...) Vamos dar uma sacudidela, resgatando a força original da revolução bolivariana."
16-08-2014
"Está a escurecer muito cedo (...) Pedi ao vice-presidente Executivo (Jorge Arreaza), que reveja a questão do fuso horário durante todo o ano e nas distintas regiões, porque chegámos às seis horas (da tarde, 23:30 horas em Lisboa), aqui está escuro e não deveria ser assim."
01-11-2014
"A descida [do preço] do petróleo é uma clara agressão política contra a Venezuela e a Rússia."
16-12-2014
"Presidente (Barack) Obama, toda a sua Administração estão a conspirar para derrubar o Governo legítimo da Venezuela. Você sabe disso? Apelo à sua consciência (...) Dou-lhe o benefício da dúvida, a você, Presidente Obama, porque todo o seu Governo está metido na conspiração, toda a sua Embaixada, aqui em Caracas, estando a ultrapassar o limite."
30-01-2015
"Que cessem as sanções, as ameaças e as agressões contra a Venezuela (...) Não vou aceitar nem mais uma ofensa do imperialismo norte-americano."
23-02-2015
"E os estúpidos da agência Efe, chamemos-lhes assim, estão a dizer que Maduro, ou seja eu, filho de Chávez, quero eu mesmo fazer um golpe de Estado para, depois disso, suspender as eleições, porque supostamente a oposição vai vencer as eleições."
05-03-2015
"[Barack] Obama deu o passo mais agressivo, injusto e nefasto que jamais foi dado desde os Estados Unidos contra Venezuela, a terra de (Simón) Bolívar."
09-03-2015
"O Presidente Barack Obama, representando a elite imperialista dos Estados Unidos, decidiu, pessoalmente, cumprir a tarefa de desmantelar o meu Governo e intervir na Venezuela para controlá-la desde o poder norte-americano
09-03-2015
"Vou solicitar uma 'Lei Habilitante', anti-imperialista, para preparar todos os cenários e ganhar todos, triunfar em todos, com a paz."
Numa alusão às recentes sanções dos Estados Unidos contra funcionários venezuelanos
09-03-2015
"A Venezuela está preparada e pronta para iniciar uma nova era nas relações com o Governo dos Estados Unidos."
10-04-2015
   copiado  http://www.noticiasaominuto.com/

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