Mais de 50 mísseis EUA lançam ataque contra a

EUA lançam ataque com mais de 50 mísseis contra base aérea do governo sírio

Do UOL, em São Paulo

  • Alex Brandon/AP
    Donald Trump fala em Mar-a-Lago após o ataque contra o governo sírio
    Donald Trump fala em Mar-a-Lago após o ataque contra o governo sírio
Os Estados Unidos atacaram nesta quinta-feira (6, hora de Brasília) uma base aérea do governo sírio. A ofensiva aérea, com mais de 50 mísseis, foi realizada em retaliação ao ataque com armas químicas realizado contra civis nesta semana pelo presidente Bashar al-Assad.
Este foi o primeiro ataque dos EUA diretamente contra o governo de Assad, e é a mais dramática ordem militar de Donald Trump desde que se tornou presidente, em janeiro. A TV estatal em Damasco qualificou o ataque de "agressão americana contra alvos militares sírios com diversos mísseis"
O alvo foi a base de Shayrat, na cidade síria de Homs, de onde teriam partido os aviões usados para o ataque com gás sarin, que matou 86 pessoas. No ataque dos EUA, teriam sido atingidos aviões, depósitos de combustível e partes da pista de pouso e decolagem. Os mísseis Tomahawk, de médio alcance e invisíveis a radares, foram disparados de dois navios de guerra americanos posicionados no Mar Mediterrâneo.
Após o ataque, Donald Trump afirmou que o ataque contra a Síria foi um "ataque vital de segurança nacional". Ao destacar que o presidente sírio atacou com gás neurotóxico "homens, mulheres e crianças indefesos", Trump disse que "todos os países civilizados deveriam contribuir para o fim do conflito sírio" e "acabar com o massacre e derramamento de sangue na Síria".
O ataque de surpresa marcou uma inversão na estratégia americana adotada para o conflito no país, em guerra civil desde 2011, e ocorreu enquanto Trump estava reunido com o presidente chinês, Xi Jinping, tratando de um outro tema crucial para a segurança dos EUA: o programa nuclear norte-coreano. As ações de Trump na Síria poderiam ser um sinal para a China de que o novo presidente não tem medo de tomar decisões militares unilaterais, até mesmo se países-membros do Conselho de Segurança, como a China, se colocarem contra um eventual ataque.
A ofensiva não foi anunciada com antecedência, apesar de Trump e outros oficiais militares terem elevado o tom contra Assad nesta quinta. 

Impasse no Conselho de Segurança

Horas antes do ataque, o Conselho de Segurança das Nações Unidas não conseguiu obter um acordo sobre uma declaração envolvendo o ataque com armas químicas, enquanto circulavam informações sobre um eventual bombardeio americano à Síria. No final da reunião, o embaixador da Rússia, Vladimir Safronkov, advertiu para os riscos de um ataque americano à Síria. "Se ocorrer uma ação militar, toda a responsabilidade recairá sobre os que iniciaram uma empresa tão trágica e duvidosa", disse o diplomata russo na saída da reunião.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, tinha prometido "uma resposta apropriada às violações de todas as resoluções prévias da ONU e das normas internacionais". "O papel de Assad no futuro é incerto com os atos que cometeu. Parece que não deve desempenhar qualquer papel para governar o povo sírio", declarou Tillerson ao receber na Flórida o presidente chinês, Xi Jinping.
A representante americana no órgão, Nikki Haley, já tinha advertido durante o dia de ontem que seu país poderia tomar algum tipo de medida unilateral se o bloqueio na ONU persistisse.
Esta é a primeira ordem militar de Trump para fazer uso da força desde que chegou à Casa Branca, já que outras operações na Síria, Iêmen e Iraque foram realizadas sob autorização delegada a seus comandantes.
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