ECONOMIA Greve não terá impacto na reforma da Previdência, avalia Planalto Governo acredita que, até o momento, movimento está enfraquecido. Presidente Temer é informado a todo momento sobre os protestos Maia diz que governo conta com votos ‘recuperáveis’ para aprovar reforma



Essa visão do Palácio a respeito do movimento também foi demonstrada, nesta sexta-feira, pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele desqualificou a greve, chamando-a de piquete, termo usado para definir um bloqueio, por um grupo de grevistas, dos acessos aos locais de trabalho.
— Isso não é greve, é piquete. Greve é quando o trabalhador cruza os braços na fábrica. Mas hoje as pessoas estão em casa. O que está acontecendo é um grupo impondo uma restrição ao direitos das pessoas se locomoverem — afirmou.
Mas não é assim que pensa o líder do PT na Câmara, Carlos Zaratini (SP). Ele garante estar convencido que a vida do governo ficará mais difícil daqui para frente, ao tentar aprovar a reforma da Previdência.
— Tenho certeza que a greve vai impactar. A maioria das pessoas não foi trabalhar. Em São Paulo, a cidade está vazia. Essa greve demonstra que a maioria da população repudia as chamadas reformas — disse Zaratini.
O presidente Michel Temer está despachando desde às 9h30 em seu gabinete, no Palácio do Planalto. Tem sido informado a todo momento sobre as manifestações. Soube, agora de manhã, que as capitais mais problemáticas, com ações de vandalismo e bloqueios de acesso em vias e rodovias, são Brasília, Rio, São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre. Esse estado de alerta continua na parte da tarde.
Para o líder da naioria na Câmara, Lelo Coimbra (PMDB-ES), a forma escolhida pelos organizadores da greve de fechar vias, prejudicando quem optou por trabalhar, foi errada. Ao invés de fortalecer o discurso da oposição contra as reformas, destacou, prejudica. Numa análise preliminar, o parlamentar disse que não viu uma greve geral no seu estado, mas "movimentos políticos partidários e sindicatos prejudicando o direito das pessoas de ir e vir". Segundo ele, o debate das reformas continua e os congressistas precisam ouvir a população:
— Temos que ter capacidade de ouvir, de conversar com as pessoas. A reforma da Previdência é em benefício do bem comum — disse.
(* Com colaboração de Catarina Alencastro)
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