Decoro é (ou era) bom e a Justiça gosta. Ou gostava… Se o prefeito de Guarapirunga do Norte, a dois meses de encerrar seu mandato, dissesse que “”enquanto houver bambu lá vai flecha, até 17 de setembro a caneta está na minha mão”, isso seria...

flechaDecoro é (ou era) bom e a Justiça gosta. Ou gostava…

Se o prefeito de Guarapirunga do Norte, a dois meses de encerrar seu mandato, dissesse que “”enquanto houver bambu lá vai flecha, até 17 de setembro a caneta está na minha mão”, isso seria escandaloso, prova do atrelamento do poder público  à vontade pessoal do mandatário.
Mas, como foi dita por Rodrigo Janot e a flecha é contra Michel Temer – que merece um cento delas –  não choca ninguém.
A mim, choca.
Vai para a galeria das bravatas, como as de Gilmar Mendes, seu adversário  e aparador de suas flechas.
Não é linguagem compatível com o chefe do Ministério Público, como as de Gilmar não são para ministros do Supremo.
Mas são o que temos, a esta altura.
Um ministro prende outro solta; o mesmo ministro prende, depois solta, sem que nada de relevante tenha acontecido. Um promotor de 1ª instância esculhamba  dois ministros do Supremo, acusando-o de cúmplice da impunidade da corrupção.
As discussões da Justiça brasileira se assemelham, cada vez mais, a bate-bocas de botequim.
Decoro, lei, ponderação? Passem outro dia, está em falta.
Este é o retrato dos poderes da República: um presidente “maleiro”, um Parlamento irresponsável e cordato a ele ao ponto de embrulhar o estômago e um Judiciário  metido num briga que, francamente, os nossos índios não teriam.
Espera-se do procurador da República não bravatas ou adjetivos que chamem de “satânicas” as provas, mas que as contenham.
Não é possível que  Temer e Aécio, os dois maiores criminosos de lesa-democracia neste país – delitos que “passaram batido” pela Procuradoria e pelo Supremo – acabem sendo beneficiados pela incapacidade de transformar em prova o imenso trânsito de malas de dinheiro.
A Procuradoria da República não pode entrar  numa “briga de vila”, de comadres desavindas.
As condenações políticas, com o direito a expressões deste tipo, deixem ao povo, em eleições.
Cuidem das jurídicas, que, um mês e meio depois das delações da JBS, já deveriam estar muito mais avançadas, até porque óbvia a vinculação entre apanhadores de dinheiro e seus destinatários.
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