Irã afirma que prosseguirá com programa balístico e condena novas sanções Novo incidente entre navios dos EUA e barcos do Irã no Golfo

Irã afirma que prosseguirá com programa balístico e condena novas sanções

ONU/AFP/Arquivos / Amanda VOISARD (Arquivo) França, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos exigiram que o Irã interrompa o seu programa de mísseis balísticos
O Irã condenou neste sábado as novas sanções adotadas pelo Congresso americano e afirmou que prosseguirá "com todas as forças" com seu programa balístico, ao mesmo tempo que um novo incidente foi registrado na sexta-feira entre navios americanos e barcos iranianos no Golfo.
"Continuaremos com todas as nossas forças com nosso programa balístico", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Bahram Ghasemi, ao canal estatal.
"Nossa política no âmbito militar e balístico é muito clara e é um tema de assunto interno. Os outros países não têm o direito de interferir", afirmou Ghasemi.
"Condenamos a ação hostil e inaceitável dos Estados Unidos", completou, em referência às novas sanções votadas pelo Congresso e que dependem da assinatura do presidente Donald Trump.
Dois dias depois da aprovação na Câmara dos Representantes, o Senado aprovou na quinta-feira quase por unanimidade (98 votos a favor e dois contra) um projeto de lei para impor sanções contra Rússia, Irã e Coreia do Norte.
No caso do Irã, as sanções afetam o programa balístico do país, os direitos humanos e o apoio de Teerã a grupos como o Hezbollah libanês, considerados "terroristas" pelo governo dos Estados Unidos.
Ghasemi considerou que as sanções "pretendem debilitar o acordo nuclear" concluído em 2015 entre Irã, Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha.
- Pedidos ocidentais -
França, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos exigiram na sexta-feira que o Irã interrompa o seu programa de mísseis balísticos, um dia após o teste de um foguete lançador de satélites.
Em comunicado conjunto divulgado pelo departamento americano de Estado, os quatro países condenaram o teste realizado, uma vez que viola uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
"O programa iraniano para o desenvolvimento de mísseis balísticos segue sendo contraditório com (a resolução) UNSCR 2231 e tem um impacto desestabilizador na região. Pedimos ao Irã que não realize mais lançamentos de mísseis balísticos e atividades relacionadas", destaca o documento.
Esta resolução foi adotada há dois anos para consagrar o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano firmado em 14 de julho de 2015 em Viena entre Irã, Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha.
Entre outras coisas, a resolução "apela ao Irã a não realizar atividades relacionadas a mísseis balísticos capazes de transportar armas nucleares", recordaram Washington e seus aliados europeus.
O Irã rejeita as acusações, alegando que seus mísseis não estão "concebidos" para transportar cargas nucleares e que o país não tem intenção de produzir bombas atômicas, como afirmou na sexta-feira o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, em resposta a Washington.
Há 10 dias, ao adotar medidas de punição contra o programa balístico, Washington afirmou que Teerã "estava violando o espírito" do acordo nuclear.
Para os europeus, os programas nuclear e balístico devem ser tratados de forma independente.
- Incidentes no Golfo -
No ambiente de tensão, um novo incidente foi registrado entre navios americanos e barcos iranianos no Golfo, após outro caso similar na terça-feira, anunciou a Guarda Revolucionária do Irã em um comunicado.
De acordo com o texto, o incidente aconteceu na sexta-feira à tarde e envolveu o porta-aviões americano "Nimitz" e os navios que o acompanhavam, de um lado, e fragatas iranianas equipadas com mísseis, do outro.
O texto denuncia a atitude "de provocação e não profissional dos americanos", que lançaram advertências em direção às fragatas iranianas.
Na terça-feira, um navio de patrulha da Marinha americana fez disparos de advertência contra um navio da Guarda Revolucionária iraniana que se aproximara a menos de 140 metros, indicou uma fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Nos últimos meses foram registrados vários incidentes entre embarcações americanas e navios iranianos no Golfo.

Novo incidente entre navios dos EUA e barcos do Irã no Golfo

Navy Office of Information/AFP / Cole SCHROEDER O porta-aviões USS Nimitz durante exercícios no Golfo de Bengala
Um incidente foi registrado entre navios americanos e barcos iranianos no Golfo, após outro caso similar na terça-feira, anunciou a Guarda Revolucionária do Irã em um comunicado.
De acordo com o texto, o incidente aconteceu na sexta-feira à tarde e envolveu o porta-aviões americano "Nimitz" e os navios que o acompanhavam, de um lado, e fragatas iranianas equipadas com mísseis, do outro.
"Às 16H00 locais (8H30 de Brasília) de sexta-feira, o porta-aviões 'Nimitz' e os navios americanos que o acompanhavam, e que estavam sendo vigiados por fragatas iranianas equipadas com mísseis na zona próxima ao campo petroleiro Ressalat (na região central do Golfo), fizeram decolar um helicóptero para aproximar-se dos barcos da Guarda Revolucionária", afirma o comunicado.
O texto denuncia a atitude "de provocação e não profissional dos americanos", que lançaram advertências em direção às fragatas iranianas.
As fragatas iranianas "prosseguiram, no entanto, com sua missão, enquanto o porta-aviões americano e os navios que o acompanhavam abandonaram a região", completa o comunicado.
Na terça-feira, um navio de patrulha da Marinha americana fez disparos de advertência contra um navio da Guarda Revolucionária iraniana que se aproximara a menos de 140 metros, indicou uma fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Nos últimos meses foram registrados vários incidentes entre embarcações americanas e navios iranianos no Golfo.
Em janeiro, o destróier americano "USS Mahan" fez um disparo de advertência após a aproximação de um navio da Guarda Revolucionária iraniana.
As relações entre Estados Unidos e Irã se tornaram mais tensas desde a posse do presidente Donald Trump. Na terça-feira, o Congresso americano aprovou novas sanções contra Teerã.

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