Com o fim do recesso parlamentar e do Judiciário, a partir de amanhã vários temas que ficaram em compasso de espera nas últimas semanas voltam esquentar a pauta. O principal deles é, na quarta-feira, a votação no plenário da Câmara da denúncia feita pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que pede o afastamento do presidente Michel Temer.
Em torno do processo que envolve o presidente giram muitas apostas. A oposição está na esperança da aprovação do afastamento. Os governistas, na certeza do arquivamento. E há também a expectativa de que novas acusações partam de Janot contra Temer. A pouco mais de um mês de sua saída da PGR, Janot está resolvido a limpar as gavetas, a dar provimento a várias investigações.
Na quinta-feira passada, Doutor Janot informou ao Supremo Tribunal Federal que dará início a um processo de investigação de uma denúncia que dormita na justiça desde 2009, segundo a qual havia parlamentares e autoridades do primeiro-escalão beneficiando amigos e parentes com passagens aéreas da cota parlamentar, com participação de agências de viagens.
Caso seja mesmo aberto, o inquérito deverá envolver 212 nomes da esfera federal. São deputados, senadores de vários partidos e ministros-de-Estado e do Tribunal de Contas da União. E outros 13, prefeitos e ex-parlamentares, sem privilégio de foro. A lista, que consta do despacho, é tão vasta que “inviabiliza a apuração pormenorizada da conduta de cada um dos envolvidos”, segundo a petição da PGR, número 6.874/DF.
Na quinta-feira passada, Janot pediu também que o Superior Tribunal de Justiça traga para a instância federal as investigações relativas às greves dos PMs do Espírito Santo. Para ele, os tribunais regionais podem dar tratamento indevido à questão, sem resultar em punições, e que existe o risco de “parcialidade no prosseguimento da investigação”. Os capixabas sofreram em fevereiro desse ano uma grande crise na segurança pública, decorrência de paralisação de policiais militares e o consequente aumento da criminalidade.
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