RIO GRANDE DO NORTE
Estado pediu reforço da Força Nacional de Segurança e envio das Forças Armadas
PUBLICADO EM 21/12/17 - 08h55
AGÊNCIA ESTADO
Em meio a uma greve de policiais militares, civis e agentes penitenciários, o governo do Rio Grande do Norte pediu nesta quarta-feira, 20, à Presidência da República reforço no efetivo da Força Nacional e envio das Forças Armadas ao Estado. A União ainda não respondeu à solicitação. Com boatos de arrastões nas ruas, lojas fecharam as portas e potiguares voltaram mais cedo para casa em Natal.
Os servidores cruzaram os braços por causa do atraso no pagamento do salário de novembro e do 13.º. Nesta quarta, PMs diminuíram o número de agentes e viaturas nas ruas da capital e do interior. Já a Polícia Civil só fazia flagrantes - todas as investigações e os cumprimentos de mandados foram suspensos.
Ao menos 18 veículos foram roubados na madrugada de ontem na Grande Natal. A média diária é de sete registros por madrugada. Também houve três tentativas de explosão a bancos para roubo - movimento considerado atípico.
Além da redução do funcionamento do comércio, durante o ápice das compras de Natal, bancos interromperam os serviços de caixas eletrônicos, temendo novas tentativas de explosão. Nesta época do ano, a cidade também passa a receber grande número de turistas.
Até o pároco da Arquidiocese de Natal, padre Valdir Cândido, sofreu sequestro relâmpago e teve o veículo, dinheiro e documentos pessoais levados pelos bandidos. "Ao final, eles (os criminosos) pediram: reze por nós", relatou ele à polícia.
"Estava em uma loja fazendo compras com minha cunhada e percebemos uma movimentação estranha e os vendedores fechando as portas. Homens tentavam arrombar", contou a dona de casa Alba Macedo. "Depois, ouvimos fogos de artifício, que pareciam tiros. Foi um tumulto generalizado. Muitos se jogaram no chão da loja, outras correram procurando abrigo pensando que era tiroteio."
A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Natal, disse que o comércio volta a funcionar normalmente hoje, com garantia de reforço na segurança. Parte dos médicos e enfermeiros também não foi trabalhar por causa dos problemas de pagamento.
Reivindicações
Há 23 meses, o pagamento dos salários dos servidores estaduais potiguares ocorre fora do mês trabalhado. "A revolta dos servidores é generalizada", declara a presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil, Paoulla Maués. Nas unidades prisionais, também foram suspensos o banho de sol, as revistas e as visitas, segundo Vilma Batista, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários.
A administração estadual aguarda a liberação de aproximadamente R$ 750 milhões prometidos pela União, prevista para segunda-feira. "Estamos tentando encurtar esse prazo. Destaco aos servidores que estamos juntos, lado a lado, nessa batalha", afirmou o governador Robinson Faria (PSD). A partir desta quinta-feira, 21, serão pagos os salários dos servidores que ganham até R$ 2 mil.
Esta é a quarta crise de segurança que o Estado vive nos últimos anos. Em 2015, o governo do Rio Grande do Norte declarou emergência por causa de rebeliões em presídios. Em 2016 e em janeiro deste ano, houve uma série de ataques nas ruas, relacionados a facções criminosas, o que levou ao socorro das Forças Armadas.
copiado http://www.otempo.com.br/
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