Bolsonaros chafurdam na imundície
Está no jornal O Globo. Está, também, no Estadão, reproduzido no portal Terra.
Eduardo Bolsonaro, deputado e chefe da campanha do pai, Jair, falou, com todas as letras, hoje, na avenida Brasil, antes que São Pedro abrisse as torneiras do “EleNão” sobre a Avenida Paulista.
“As mulheres de direita são mais
bonitas que as da esquerda. Elas não mostram os peitos nas ruas nem
defecam nas ruas. As mulheres de direita têm mais higiene”.
Perdão, não dá para comentar este tipo de monstruosidade.A misoginia, neste patamar, é patológica.
Questão de higiene é banir da política quem queira fazer dela o lugar deste tipo de barbaridades, próprias de porcos bêbados.
Natural aliás, para quem procura fazer da pornografia aliada de campanha por “Deus e pela Família”, com Alexandre Frota como seu cabo eleitoral.
Por mais que eu saiba que isso é danoso aos planos da direta e seja reflexo de seu desespero eleitoral, não dá para deixar de sentir repugnância.
Nem para considerar que acabar com isso seja uma questão meramente eleitoral. É sanitária, civilizatória.
A carta de Lula
A íntegra da carta de Lula publicada hoje pelo Jornal do Brasil. As palavras de Lula não podem ser contidas, o que Luiz Fux quer impedir é que se veja seu rosto ou se ouça a sua voz.
Lula: “Só o voto do povo pode salvar o Brasil”
O Brasil está muito
perto de decidir, mais uma vez, pelo voto soberano do povo, entre dois
projetos de país: o que promove o desenvolvimento com inclusão social e
aquele em que a visão de desenvolvimento econômico é sempre para tornar
os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. O primeiro projeto foi
aprovado pela maioria nas quatro últimas eleições presidenciais. O
segundo foi imposto por um golpe parlamentar e midiático travestido de
impeachment.
Esta é a verdadeira
disputa nas eleições de 7 de outubro. Foi por essa razão que meu nome
cresceu nas pesquisas, pois o povo compreendeu que o modelo imposto pelo
golpe está errado e precisa mudar. Cassaram minha candidatura, de forma
arbitrária, para impedir a livre expressão popular. Mas é também pela
existência de dois projetos em disputa que a candidatura de Fernando
Haddad vem crescendo, na medida em que vai sendo identificada com nossas
ideias.
Com alguma
perplexidade, mas sem grande surpresa, vejo lideranças políticas e
analistas da imprensa dizerem que o Brasil estaria dividido entre dois
polos ideológicos. E que o país deveria buscar uma opção “de centro”,
como se a opção pelo PT fosse “extremista”. Além de falsa e, em certos
casos, hipócrita, é uma leitura oportunista, que visa confundir o
eleitor e falsear o que está realmente em jogo.
Desde a fundação, em
1980, o PT polarizou, sim: contra a fome, a miséria, a injustiça social,
a desigualdade, o atraso, o desemprego, o latifúndio, o preconceito, a
discriminação, a submissão do país às oligarquias, ao capital financeiro
e aos interesses estrangeiros. Foi lutando nesse campo, ao lado do
povo, da democracia e dos interesses nacionais, que nos credenciamos a
governar o país pelo voto; jamais pelo golpe.
O povo brasileiro não
tem nenhuma dúvida sobre de que lado o PT sempre esteve, seja na
oposição ou seja nos anos em que governamos o país. A sociedade não tem
nenhuma dúvida quanto ao compromisso do PT com a democracia. Nascemos
lutando por ela, quando a ditadura impunha a tortura, o arrocho dos
salários e a perseguição aos trabalhadores. Fomos às ruas pelas diretas e
fizemos a Constituinte avançar. Governamos com diálogo e participação
social, num ambiente de paz.
A força eleitoral do PT
está lastreada nessa trajetória de compromisso com o povo, a democracia
e o Brasil; nas transformações que realizamos para superar a fome e a
miséria, para oferecer oportunidades a quem nunca as teve, para provar
que é possível governar para todos e não apenas para uma parcela de
privilegiados, promovendo a maior ascensão social de todos os tempos, o
maior crescimento econômico em décadas e a soberania do país.
Foi o povo que nos
trouxe até aqui, apesar de todas as perseguições, para que se possa
reverter o golpe e retomar o caminho da esperança nestas eleições. Se
fecharam as portas à minha candidatura, abrimos outra com Fernando
Haddad. É o povo que põe em xeque o projeto ultraliberal, e isso não
estava no cálculo dos golpistas.
São eles o outro polo
nestas eleições, qualquer que seja o nome de seu candidato, inclusive
aquele que não ousam dizer. Já atenderam pelo nome de Aécio Neves, esse
mesmo que hoje querem esconder. Tentaram um animador de auditório, um
justiceiro e um aventureiro; restou-lhes um candidato sem votos. O nome
deles poderá vir a ser o da serpente fascista, chocada no ninho do ódio,
da violência e da mentira.
Foram eles que criaram
essa ameaça à democracia e à civilização. Assumam a responsabilidade
pelo que fizeram contra o povo, contra os trabalhadores, a democracia e a
soberania nacional. Mas não venham pregar uma alternativa eleitoral “ao
centro”, como se não fossem os responsáveis, em conluio com a Rede
Globo, pelo despertar da barbárie. Escrevo este artigo para o “Jornal do
Brasil” porque é um veículo que vem praticando a democracia e a
pluralidade.
Quem flerta com a
barbárie cultiva o extremismo. Quem luta contra ela nada tem de
extremista. Tem compromisso com o povo, com o país e com a civilização.
Na disputa entre civilização e barbárie, deve-se escolher um lado. Não
dá pra ficar em cima do muro.
Em outubro teremos a
oportunidade de resgatar a democracia outra vez, encerrando um dos
períodos mais vergonhosos da história e dos mais sofridos para a nossa
gente. Estou seguro de que estaremos juntos a todos os que lutaram pela
conquista da democracia a duras penas e com grande sacrifício. E
estaremos juntos às mulheres que não aceitam a submissão, aos negros,
indígenas e a todos e todas que sofreram ao longo de séculos a
discriminação e o preconceito.
Estaremos juntos, todos
os que, independentemente de diferenças políticas e trajetórias
distintas, têm sensibilidade social e convicções democráticas.
Será uma batalha
difícil, como poucas. Mas estou certo de que a democracia será
vitoriosa. De minha parte, estarei onde sempre estive: ao lado do povo,
sem ilusões nem vacilações. Com amor pelo Brasil e compromisso com o
povo, a paz, a democracia e a justiça social.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Ex-presidente da República e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores
copiado http://www.tijolaco.com.br/blog/a
Nenhum comentário:
Postar um comentário