ONU: quase 2 milhões de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015. Entre protestos, Catalunha celebra aniversário do referendo de independência

ONU: quase 2 milhões de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015

AFP / CRIS BOURONCLE Venezuelanos fazem fila em posto fronteiriço de Tumbes, no noroeste do Peru, na fronteira com Equador, em 23 de agosto de 2018
Pelo menos 1,9 milhão de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015, fugindo da crise econômica e política que o país atravessa - informou a ONU nesta segunda-feira (1º).
"Com mais de 2,6 milhões de pessoas no exterior do país atualmente, é crucial uma perspectiva apolítica e humanitária para ajudar os países que os recebem em um número que vai crescendo", declarou o alto comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi, durante a abertura da reunião anual do comitê executivo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) que acontece esta semana em Genebra.
"Cerca de 5.000 pessoas deixam a Venezuela por dia hoje. É o maior movimento de população na história recente da América Latina", acrescentou.
Interrogado pelo fluxo cotidiano em massa, um porta-voz da Acnur, William Spindler, explicou à AFP que "se observa esta tendência desde o início deste ano", insistindo em que "o grande êxodo começou este ano".
"Segundo os dados oficiais do governo, estimamos que 1,9 milhão de venezuelanos deixaram seu país desde 2015 para se dirigir, principalmente, para outros países da América do Sul como Brasil, Colômbia, Equador e Peru", acrescentou o porta-voz.
O Acnur e a Organização Internacional para as Migrações anunciaram, em 19 de setembro, a nomeação do ex-vice-presidente da Guatemala Eduardo Stein como representante especial para a crise migratória venezuelana.
A população venezuelana está asfixiada por uma crise econômica caracterizada pela hiperinflação, pobreza, falta de serviços públicos e escassez de artigos de primeira necessidade, especialmente remédios e alimentos. Isso provocou um êxodo em massa de centenas de milhares de venezuelanos.
"Felicito os Estados que mantiveram suas fronteiras abertas e que oferecem asilo, ou outras formas de estância legal" para os venezuelanos, disse Grandi.
"Ainda resta muito por fazer para garantir a coerência regional da resposta dada em matéria de proteção" dos indivíduos, advertiu.

Entre protestos, Catalunha celebra aniversário do referendo de independência

AFP / Josep LAGO Uma bandeira separatista catalã gigante junto à faixa "1-0, Ni olvido ni perdón", em Sant Julià de Ramis, perto de Girona, em 1º de outubro de 2018
Grupos de separatistas catalães bloquearam estradas e vias férreas, nesta segunda-feira (1º), no aniversário do referendo de autodeterminação ilegal celebrado há um ano nesta região espanhola.
Baseando-se nessa votação, promovida pelo então presidente Carles Puigdemont e na qual, segundo seu Executivo, dois milhões de pessoas apostaram na secessão, em 27 de outubro foi proclamada uma república que nunca chegou a ser instaurada.
Um ano depois desse referendo, que foi possível graças à colaboração na clandestinidade de milhares de cidadãos, os grupos mais radicais pressionam o novo governo, liderado por Quim Torra, que iniciou um tímido diálogo com Madri.
"Hoje faz um ano que votamos na independência (...) Passamos para a ação", lembrou no Twitter a conta dos Comitês de Defesa da República, associações radicais que reivindicam a ruptura imediata com a Espanha.
Suas diferentes associações espalhadas por toda região bloquearam, de surpresa, a linha ferroviária de alta velocidade entre Barcelona e França, diferentes autoestradas e também algumas ruas da capital catalã.
As mobilizações devem continuar ao longo desta segunda-feira.
Ao meio-dia, haverá uma marcha de universitários, que convocaram uma greve para recordar o referendo. À tarde, em toda Barcelona, também está prevista uma manifestação separatista para reivindicar que "se torne efetivo o desejo da maioria do povo da Catalunha".
"Os CDRs pressionam e fazem bem em pressionar", reagiu o presidente catalão, Quim Torra, de Sant Julià de Ramis, o pequeno povoado onde, há um ano, Puigdemont votaria, mas foi impedido pela chegada da Polícia, que reprimiu os eleitores.
"Temos que agir nas próximas semanas com a mesma determinação" que em 1º de outubro, insistiu, no momento em que a ação de seu governo começa a gerar tensão com os separatistas mais radicais.
No sábado, a Polícia regional atuou fortemente contra uma manifestação separatista que tentava chegar a um ato para homenagear os agentes enviados há um ano por Madri para evitar o referendo.
A votação de 2017 significou um momento de tensão máxima entre Barcelona e Madri, após anos de auge do separatismo nessa região de 7,5 milhões de habitantes, rachada sobre a secessão.
Um ano depois, a tensão diminuiu, especialmente após a chegada ao poder espanhol do socialista Pedro Sánchez, partidário de se buscar uma saída dialogada para a crise catalã.
"Este governo abriu uma via política, abriu uma interlocução com as autoridades catalães, e essa interlocução com as autoridades catalães está dando resultados", disse a porta-voz do governo, Isabel Celáa.
As reuniões entre ambos os Executivos são frequentes, mas permanece um obstáculo até agora sem solução: os separatistas exigem um referendo de autodeterminação vinculante que não está nas considerações de Sánchez, com um exíguo apoio no Congresso espanhol.
  copiado  https://www.afp.com/

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