NO RIO DE JANEIRO Protesto, helicóptero e Beatles: o casamento de Eduardo Bolsonaro Cerimônia contou com presidente e forte segurança GOVERNO BOLSONARO Eduardo Bolsonaro se casa no Rio sob protestos e forte esquema de segurança Moradores de Santa Teresa se manifestaram em frente ao local do matrimônio do terceiro filho do presidente
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se casou hoje com a psicóloga Heloísa Wolf na Casa de Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
Esta é a primeira festa do clã de políticos desde que seu pai, Jair Bolsonaro (PSL), assumiu a Presidência. O local escolhido tem vista para os cartões postais da cidade: Pão de Açúcar e o Corcovado.
A cerimônia foi realizada pelo pastor Pedrão, ex-participante de um reality show. Quem levou as alianças foi a cadela Beretta, que pertence ao casal.
"Foi uma cerimônia muito bonita e descontraída. Os noivos estavam muito felizes", disse o pastor ao UOL.
O presidente foi de helicóptero do aeroporto de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, ao Santos Dumont, que fica na região central. Dali, seguiu para a cerimônia acompanhado de carros da Polícia Federal, responsável pela segurança do presidente.
Um forte policiamento foi colocado na região. Dois comboios - um da Polícia do Exército e outro da PM - faziam a segurança somente no Condomínio Equitativa. A entrada para o Morro dos Prazeres, comunidade próxima ao local do casamento, estava com bloqueada por um Caveirão da PM. A Polícia Federal fazia a guarda à paisana, de terno. O acesso à cerimônia pela imprensa foi proibido.
Houve protestos contra o presidente na região.
"O capeta já chegou?", perguntou ao UOL uma senhora na faixa dos 75 anos que passeava com seu cão em frente ao Condomínio Equitativa, em Santa Teresa, zona central do Rio, na tarde de hoje.
Ela, que não quis se identificar, se referia ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).
"Tanto lugar para escolher e esse infeliz vem aqui, em um bairro progressista, onde ninguém gosta dele", resmungou a idosa. Um protesto foi organizado e mobilizado pelos moradores do condomínio logo acima do local escolhido pelos noivos para celebrar a união.
Moradores penduraram bandeiras pretas em suas janelas com dizeres antibolsonaristas. Músicas de protesto como "Apesar de Você", de Chico Buarque, e "Para não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré, foram tocadas por um morador em volume alto. Gritos de "fascista", "nazista" e "cadê o Queiroz", "quem mandou matar Marielle" também foram ouvidos pela reportagem.
"Bolsonaro de bosta, filho da p*", xingou uma mulher cujo carro ficou parado para os comboios do casamento do subirem, em uma das ruas que dá acesso à Casa de Santa Teresa.
A síndica do condomínio Sandra Ramos de Oliveira, 52, contou que o protesto foi orquestrado via fórum de moradores.
"Nosso protesto é político e a maioria das pessoas aqui é contra Bolsonaro porque ele é um fascista, misógino e preconceituoso. E por ser uma pessoa inadequada e despreparada, um incompetente que chegou ao poder por causa da ignorância do povo brasileiro", criticou ela, emendando que a outra motivação era o descaso com o bairro -que, nos últimos dias, recebeu atenção especial devido ao evento da família Bolsonaro.
"A gente costuma dizer aqui que se São Pedro der um espirro, acaba a luz. Ficamos sem luz pelo menos umas três vezes por semana. Esses picos queimam nossos aparelhos. As ruas de acesso são imundas e hoje, para o casamento, está tudo lindo", criticou a síndica. "Por que ele não pintou a escola abandonada lá debaixo? Deixa um legado pelo menos para o pessoal da comunidade", prosseguiu.
Residente do condomínio, o engenheiro Jorge Fernandes, 46, também endossou o protesto.
"Aqui na região do Cosme Velho estamos sem iluminação há mais de um ano e meio. Hoje está tudo iluminado, recapeado e pintado", reclamou o engenheiro Jorge Fernandes, 46, que reside no condomínio. "Santa Teresa sempre foi um bairro progressista, não faz sentido ele se casar aqui", desprezou.
Um forte policiamento foi colocado na região. Dois comboios - um da Polícia do Exército e outro da PM - faziam a segurança somente no Condomínio Equitativa. A entrada para o Morro dos Prazeres, comunidade próxima ao local do casamento, estava com a entrada bloqueada por um Caveirão da PM. A Polícia Federal fazia a guarda à paisana, de terno.
Em suas redes sociais, o presidente comemorou o casamento.
"25/maio, casamento do 03. Que Deus proteja essa família que se forma nessa data. Aos 35 anos Eduardo entra no time dos homens sérios (kkkkk)", postou Bolsonaro.
A previsão é que ele retorne à sua casa, na Barra da Tijuca, quando a cerimônia terminar.
Eduardo Bolsonaro se casa no Rio sob protestos e forte esquema de segurança
Moradores de Santa Teresa se manifestaram em frente ao local do matrimônio do terceiro filho do presidente
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se casou no fim da tarde deste sábado (25) com a psicóloga Heloísa Wolf. A cerimônia foi realizada às 17h na Casa de Santa Teresa, localizada no bairro de mesmo nome no Rio de Janeiro.
O bairro contava com um forte esquema de segurança, com agentes da Polícia Federal e da Polícia do Exército ao longo das ladeiras que dão acesso ao cerimonial.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou à cerimônia às 16h15. A partir desse horário, a polícia começou a restringir o acesso de carros. Alguns convidados subiram a pé a última parte da via até a festa.
A partir das 16h, moradores de um condomínio localizado perto da Casa de Santa Teresa se organizaram para realizar um protesto durante o casamento.
O condomínio fica na ladeira acima da casa onde a festa é realizada. Os moradores penduraram bandeiras negras nas janelas e gritavam “Fora Bolsonaro” e "Quem Matou Marielle?” à medida que os convidados chegavam à festa.
Um dos apartamentos tocava em uma caixa de som músicas de protesto, como “Para Não Dizer que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, “Apesar de Você”, de Chico Buarque” e “Como Nossos Pais”, de Elis Regina.
A síndica Sandra Gonçalves de Oliveira disse que a principal motivação dos moradores é política. “Aqui a maioria é contra Bolsonaro porque ele é um racista, misógino e preconceituoso”, afirmou.
Outro motivo que mobilizou os moradores, segundo ela, foi o que chamou de “mutirão” de limpeza feito no bairro às vésperas do evento.
“Aqui a gente costuma brincar que se são Pedro der um espirro acaba a luz. A gente fica sem luz pelo menos três vezes por semana. As ruas de acesso são imundas, tem até porcos. Mas hoje está tudo lindo, perfeito”, disse.
A mesma reclamação foi feita por Jorge Fernandes, outro morador do prédio.
“O bairro está largado há algum tempo, estava sem iluminação pública há mais de um ano e meio e o que a gente percebeu foi uma força-tarefa para melhorar iluminação e limpeza às vésperas do evento” , disse.
Ele também ressaltou que o bairro é considerado progressista. “É uma ousadia ele fazer o evento aqui em Santa Teresa."
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