AFP/Arquivos / Behrouz MEHRICEO da Nissan Hiroto Saikawa (D) e o chefe da Renault Jean-Dominique Senard (E)
Nissan aceita entrada de gerente geral da Renault em seu conselho
A Nissan decidiu reformular seu conselho administrativo, num gesto em direção à Renault aceitando a entrada de seu gerente geral, Thierry Bolloré, enquanto a fabricante japonesa está enfraquecida pelo caso Ghosn e com resultados muito ruins.
Sob o comando de seu chefe Hiroto Saikawa, que pretende permanecer no cargo apesar das críticas, o grupo vai propor aos acionistas, durante uma assembleia geral prevista para o final de junho, uma estrutura remodelada e ampliada de 11 diretores, incluindo sete de fora do grupo, de acordo com um comunicado da companhia divulgado nesta sexta-feira (17).
Desta forma, Bolloré se juntará ao presidente do conselho administrativo do grupo francês, Jean-Dominique Senard, cuja nomeação foi aprovada no início de abril por uma assembleia geral extraordinária.
De acordo com uma fonte próxima ao assunto, "trata-se de uma grande concessão da parte da Nissan, dado que a administração do grupo tem pouca confiança em Bolloré".
De fato, este último apoiou por muito tempo Carlos Ghosn após sua prisão em 19 de novembro em Tóquio por suspeita de malversação financeira, causando incompreensão e raiva na Nissan.
Outra fonte afirma que "Senard pressionou por essa nomeação contra os japoneses que se recusavam no início".
"Para a Renault, o desafio é ter no conselho de administração, ao lado de Senard, um bom conhecedor do caso, alguém que tenha o peso e que esteja alinhado nas mesmas posições", acrescenta essa pessoa.
Por recomendação de um comitê de governança, a Nissan também mais que dobrou o número de conselheiros externos, elevando a sete, a fim de melhorar a transparência, considerada muito opaca sob a liderança de Ghosn, que concentrava todos os poderes de acordo com o grupo japonês.
Dois ex-chefes da Renault, Jean-Baptiste Duzan e Bernard Rey, que ocupavam assentos no conselho de forma independente, estão deixando seus postos.
Entre os recém-chegados estão Bernard Delmas, presidente da Nihon Michelin Tire e ex-presidente da CCI no Japão, e Andrew House, presidente da Sony Interactive Entertainment.
Keiko Ihara, ex-pilota de corrida que se juntou ao conselho em 2018, destacou para a imprensa "a diversidade" do novo conselho, com a presença de duas mulheres (incluindo ela mesma) e de diferentes nacionalidades.
Na terça-feira a montadora japonesa registrou o menor lucro anual em 10 anos e anunciou que a tendência pode prosseguir em consequência da crise provocada pela detenção de seu ex-CEO Carlos Ghosn.
O lucro no ano fiscal encerrado em março registrou queda de 57,3%, a 319,1 bilhões de ienes (2,9 bilhões de dólares), o menor nível desde o exercício 2009-10, quando a montadora sofreu os efeitos da crise financeira global.
Boeing conclui atualização do sistema de estabilização do 737 MAX
AFP/Arquivos / Jason RedmondUm Boeing 737 MAX 9 na pista da fábrica de Renton, Washington, fotografado em 12 de março de 2019
A Boeing anunciou nesta quinta-feira que concluiu a atualização do sistema de estabilização MCAS do seu modelo 737 MAX, suspeito de ter causado dois acidentes que mataram 346 pessoas, assim como as mudanças requeridas no treinamento dos pilotos.
"Completamos todos os voos de teste de engenharia para a atualização do software e agora nos preparamos para o voo de certificação final", declarou o presidente da companhia, Dennis Muilenburg.
A notícia é um passo importante para a volta ao serviço dos 737 MAX, em terra desde meados de março, após os acidentes com os aparelhos da indonésia Lion Air e da Ethiopian Airlines.
Os investidores reagiram ao anúncio provocando um salto na ação da Boeing, já que o 737 MAX é o motor de vendas do grupo de Chicago.
Segundo a Boeing, foram realizados 207 testes de voo durante um total de mais de 360 horas com o 737 MAX modificado. As alterações também foram testadas em simulador.
O último ponto é importante porque países como Canadá exigem a capacitação dos pilotos em simulador, enquanto a Agência Federal de Aviação americana (FAA) recomenda apenas testes de iPad.
A Boeing destacou ter apresentado todos os elementos de capacitação de pilotos às autoridades de aviação civil de diversos países, assim como aos clientes das empresas aéreas.
O grupo aguarda agora a decisão da FAA para a realização do voo de teste de certificação das alterações do 737 MAX.
A FAA, cuja credibilidade foi questionada pela crise do 737 MAX, ainda não fixou a data para o voo de teste e quer assegurar que todos os elementos apresentados pela Boeing estejam dentro dos requisitos, revelou nesta quinta-feira à AFP uma fonte interna.
Daniel Elwell, chefe interino da FAA, declarou na véspera que o voo pode ocorrer na "próxima semana" ou alguns dias mais tarde.
copiado https://www.afp.com/pt
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