Ministro da Educação enfrenta protesto de professores premiados como melhores do país
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, participou de evento neste sábado (25), em São Paulo, com um grupo de 30 professores de educação básica que venceram a edição 2018 do Prêmio Professores do Brasil. Depois do café da manhã, no momento de posar para foto oficial do encontro, cerca oito educadores ergueram livros de pedagogo e pensador brasileiro Paulo Freire, em protesto ao que está sendo praticado pelo Ministério da Educação no governo Bolsonaro.
Na foto publicada por Weintraub em suas redes sociais, é possível ver ao menos dois professores com os livros erguidos. Em resposta, o ministro colocou em dúvida o método Paulo Freire. “Será que ele é o melhor que tem no mundo? Que eu saiba, ele não foi copiado no mundo”, disse.
Hoje cedo, tive um bate-papo com docentes ganhadores do Prêmio Professores do Brasil 2018, em SP. Ouvi cada projeto inovador importante que vai muito ao encontro do que defendo! Precisamos investir na educação básica, valorizar nossos professores. Parabéns e boa viagem ao Canadá!
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Questionada pela imprensa, uma das professoras que participou do protesto comentou que há muito desconhecimento a respeito de Paulo Freire e sua obra, que é referência mundial. Outra entre as premiadas que participou da manifestação, Ana Beatriz Maciel, de Natal (RN), que dá aulas para o ensino fundamental, além de formar professores, disse que o protesto foi feito de forma silenciosa e respeitosa, para mostrar que o contingenciamento no ensino superior também afeta a base da educação. “Somos todos professores. Como vão se formar bons professores, se em algum lugar da pirâmide ela estará prejudicada?”, questionou.
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O grupo de professores viaja ainda neste sábado para o Canadá, onde devem passar nove dias. O prêmio é uma iniciativa do ministério da Educação e a viagem é fruto de uma parceria com o Colleges and Institutes Canadá, por meio qual os docentes vão trocar experiências e fazer uma imersão na educação e na cultura local. A viagem e todos os custos serão por conta da instituição canadense.
Durante o café da manhã, o ministro tentou defender sua gestão, marcada pela má repercussão gerada pelo contingenciamento do orçamento das universidades federais e da educação básica. O congelamento das verbas levou milhares de pessoas às ruas em todas as capitais do país no último dia 15, o primeiro grande protesto popular enfrentado pelo governo Bolsonaro.
“Se você cortar 30% do orçamento deste hotel, este hotel fecha. E qual foi a universidade que fechou? Nenhuma. O que houve foi um contingenciamento de 3,5%. Isso é uma abordagem falaciosa, mentirosa”, defendeu o ministro, em conversa com jornalistas.
*Com informações da Agência Brasil
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