Novo administrador assume Canal do Panamá entre guerra comercial e escassez de água
AFP / Luis ACOSTANovo administrador do Canal do Panamá, Ricaurte Vásquez, em 5 de agosto de 2019
O Canal do Panamá estreou, nesta quinta-feira (5), um novo administrador, em meio à guerra comercial entre Estados Unidos e China e uma escassez crescente de água, que comprometem uma rota pela qual atravessa 5% do comércio marítimo mundial.
O ex-ministro panamenho da Economia, Ricaurte Vásquez, substituiu Jorge Quijano, em um ato celebrado no prédio da Administração do Canal, antiga zona de controle americano, até 1999.
"A alguns meses de completar 20 anos da transferência do Canal à administração panamenha, enfrentamos um mundo diferente do daquele momento. No lugar da globalização, hoje ressurge o protecionismo", disse Vásquez durante seu discurso.
Além disso, "as correntes de comércio se deslocam por rotas diferentes, a instantaneidade substituiu a previsibilidade, e as guerras pelos mercados marcam o cotidiano", acrescentou.
Vásquez assume seu cargo em plena guerra comercial entre Estados Unidos e China, o que levou o Canal a deixar de receber, neste ano, cerca de 30 milhões de dólares.
O confronto entre Washington e Pequim levou o Japão a superar a China como segundo maior usuário da via, enquanto os Estados Unidos continuam sendo o principal cliente.
"Esta nova realidade global, na qual o Canal está imerso, exige uma redefinição de nosso negócio e, por isso, a necessidade de nos adaptarmos", afirmou Vásquez.
Mas, "se a guerra comercial se acentuar, os fluxos de produtos podem diminuir, e isso faz com que menos mercadorias passem pelo Canal, reduzindo assim a arrecadação" pelo trânsito de navios, alertou à AFP o ex-vice-chanceler Luis Miguel Hincapié.
Ainda assim, o Canal fechará seu ano fiscal no próximo dia 30 de setembro com uma receita recorde por pedágios (2,525 milhões de dólares) e de carga transitada (entre 460 e 463 milhões de toneladas).
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