Maduro diz que Colômbia tentou recrutar militares venezuelanos
Presidencia de Venezuela/AFP / HOO presidente venezuelano, Nicolás Maduro, discursa durante reunião do Conselho Nacional de Defesa no Palácio Miraflores, em Caracas.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira que o governo colombiano tentou "afetar" seu sistema de defesa recrutando militares venezuelanos, em meio à crescente tensão entre os dois países.
"Nos últimos três meses tentaram, a partir da Inteligência do governo colombiano, cooptar suboficiais e oficiais venezuelanos para afetar nosso sistema de radares, sistema de defesa aérea e seus aviões, sistema de defesa antiaérea e o sistema de mísseis", afirmou Maduro em rede nacional de rádio e TV.
"Felizmente, os serviços de inteligência e o moral entre os nossos (...) soldados pode deter e afastar estas pretensões de penetrar a capacidade de defesa da Venezuela", disse Maduro após reunir o gabinete e o alto comando militar.
Em até 42 ocasiões a Inteligência colombiana, com a colaboração de "traidores" venezuelanos, tentou recrutar militares, afirmou Maduro, que voltou a elevar o tom contra o governo do presidente Iván Duque, com o qual rompeu relações em fevereiro passado, pelo apoio de Bogotá ao líder opositor Juan Guaidó.
"No Palácio de Nariño (em Bogotá) há um governo que odeia a Venezuela (...) e que responde às orientações que chegam de setores 'guerreristas' que aspiram a um conflito armado entre os dois países", denunciou Maduro.
No final de agosto, Duque acusou o governo Maduro de "abrigar" e "apoiar" dissidentes da extinta guerrilha das Farc.
Nesta terça-feira, a Força Armada venezuelana iniciará manobras militares na fronteira com a Colômbia, por ordem direta de Maduro.
"Soldados, chegou a hora de se defender a soberania nacional", declarou Maduro, acrescentando que dos exercícios participarão "todos os chefes militares" e o próprio presidente.
Na noite desta segunda-feira, o departamento americano de Estado informou que os EUA e outros países da região invocarão o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) de defesa diante da crise na Venezuela.
"Onze países, incluindo os Estados Unidos e o governo interino de Juan Guaidó estão pedindo a invocação do Tratado do Rio para confrontar a crise que Maduro provocou".
O TIAR é um acordo regional de defesa militar mútua que fornece base legal para eventual intervenção externa. O acordo é integrado por Brasil, Argentina, Bahamas, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Trinidad e Tobago, Uruguai e Cuba
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