Nobel Joseph Stiglitz descarta grande crise econômica mundial Arábia Saudita emitirá vistos de turismo pela primeira vez

Nobel Joseph Stiglitz descarta grande crise econômica mundial

AFP/Arquivos / JACQUES DEMARTHONJoseph Stiglitz em coletiva de imprensa em Paris em 19 de setembro de 2019
Vencedor do Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz descarta uma grande crise econômica mundial, mas lamenta que os bancos centrais "desperdicem munições" cedo demais e disse em entrevista à AFP que acha que algumas empresas vão quebrar.
"Baseando-me no que sabemos, eu diria que não vejo crise", diz o economista americano, durante a publicação na França de seu livro "Power, and Profits: Progressive Capitalism for an Age of Discontent" ("Poder e lucros: capitalismo progressivo para uma era de descontentamento").
Embora se diga "preocupado" com a decisão do banco central americano, o Fed, de injetar bilhões de dólares na economia americana, ele garante que por ora há apenas "um freio significativo do crescimento (...) que provocaria quebras", como a da companhia turística britânica Thomas Cook.
"No período de crescimento, a má gestão de uma empresa não tem, necessariamente, consequências, mas quando a economia desacelera, ela quebra", afirmou Stiglitz, que espera que outras empresas passem pelo mesmo, mas sem provocar uma crise econômica mundial como a de 2008.
"É verdade que esta situação deixa as pessoas nervosas, mas são necessárias mais perturbações para haver uma crise mundial", garante, sem descartar que "alguns países emergentes entrem em crise", como a Argentina.
"Mas não acho que seja o caso da Europa ou dos Estados Unidos", opina.
Stigliz diz estar desconsertado com a decisão do Fed de reduzir suas taxas de juros e com a do Banco Central Europeu (BCE) de retomar seu programa de compra de dívidas.
O economista teme que essas medidas para favorecer o crescimento sejam ineficazes. "Acho que os bancos centrais estão claramente desperdiçando munições que seriam úteis se a situação piorar", lamenta.
"Essas medidas terão muito pouco efeito", alerta, lembrando que "até o Fed reconhecer que, essencialmente, não tinha nenhuma medida para enfrentar a guerra comercial que desestimula as pessoas de investirem", referindo-se ao confronto tarifário entre China e Estados Unidos.
- Um problema chamado Trump -
Stiglitz disse à AFP que existem problemas nas três maiores economias do mundo - China, zona do euro e Estados Unidos.
"A China vive um mau momento, ao passar de um crescimento baseado na exportação de produtos industrializados para outro, baseado no consumo interno.
Na zona do euro, o economia se une aos diversos apelos para que a Alemanha, à beira da recessão técnica, invista mais para estimular um crescimento "que ajudaria a Europa".
Nos Estados Unidos, o "problema", segundo Stiglitz, não é a guerra comercial, mas "o presidente Trump". "Ele gerou um nível tamanho de incerteza e caos que amputou dos Estados Unidos parte de seu crescimento", indica.
"Essas três situações provocam a desaceleração econômica, e a guerra comercial só piora a situação", aponta Stiglitz, que pede, em seu livro, um "capitalismo progressista" e a volta a um Estado que regule os mercados.
Ele também se declara favorável a desmantelar os gigantes digitais. "Não havia nenhum motivo para autorizar o Facebook a comprar o Instagram ou o WhatsApp", afirma.
O economista também elogia a decisão do governo francês de criar um tributo para as grandes companhias digitais sobre seu faturamento. "Tenho só uma crítica a Emmanuel Macron: seu imposto de 3% não é alto o bastante", garante.

Arábia Saudita emitirá vistos de turismo pela primeira vez

AFP/Arquivos / FETHI BELAIDVista da Kaaba, o monumento mais sagrado do Islã, e da Grande Mesquita de Meca, na Arábia Saudita, de um hotel de luxo, em agosto de 2019
A Arábia Saudita anunciou, nesta sexta-feira (26), que emitirá vistos de turismo pela primeira vez, abrindo as portas do reino ultraconservador aos viajantes.
O objetivo é diversificar sua receita, que hoje é completamente dependente do petróleo.
O desenvolvimento do turismo é um dos principais eixos do programa de reformas "Visão 2030" do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, que tenta preparar a maior economia árabe para a era pós-petróleo.
"Abrir a Arábia Saudita para os turistas internacionais é um momento histórico para o nosso país", declarou o diretor de Turismo, Ahmed al-Khateeb, em um comunicado.
"Os visitantes ficarão surpresos ao descobrir os tesouros que podemos compartilhar: cinco sítios classificados como patrimônio mundial da Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura], uma cultura local vibrante e uma imponente beleza natural", afirmou.
A Arábia Saudita oferecerá vistos de turismo on-line para cidadãos de 49 países, informou a Bloomberg News, citando Ahmed al-Khateeb.





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