Publicado em 12/09/2019 às 10h29
Após criticar o que chamou de "climatismo" e defender que há um "alarmismo climático" utilizado pela imprensa durante um discurso feito na quarta-feira (11), na Heritage Foundation - um dos principais "think tanks" conservadores dos Estados Unidos -, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi duramente criticado por Ishaan Tharoor, colunista do jornal The Washington Post.
Depois de ouvir o discurso do chanceler - o qual, segundo Tharoor, "acredita que a mudança climática é uma conspiração marxista", o jornalista disse em sua conta no Twitter que aquilo se tratava de uma .
"Araújo diz que (o presidente Jair) Bolsonaro está cria"lengalenga sem fim de vitimização de alguém que está no poder"ndo 'um amálgama liberal-conservador' com base em 'nação, família, laços tradicionais' e oposta ao 'globalismo'", afirmou Tharoor. "Isso é incrivelmente ideológico para um chanceler no exterior."
O colunista ressaltou que nunca havia ouvido Araújo antes e que ficou impressionado em ver o quão as observações dele são incoerentes. "Agora ele está falando algo sobre o socialismo do século 21 ser (Antonio) Gramsci conhecer os cartéis de drogas. E agora está citando (Herbert) Marcuse e todos os membros da Escola de Frankfurt", afirmou Tharoor. "Isso é incrível. Não sabemos se ele alguma vez leu sobre teorias críticas neomarxistas além do que está escrito na Wikipedia", acrescentou.
"Além de se irritar com os esquerdistas universitários, a direita americana jamais se importaria com essas pessoas ou envolveria suas ideias (ainda que absurdamente) em um discurso de política externa. Araújo mostrou uma distinção entre o leninismo e o stalinismo, como se alguém na Heritage se importasse."
Tharoor termina citando uma entrevista que fez com o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, em abril deste ano e ressaltando que o general "parecia muito irritado com Araújo".
REAÇÕES E CRÍTICAS
Pouco depois de publicar as críticas a Araújo, o jornalista disse que foi muito criticado nas redes sociais. "As menções a mim estão cheias da palavra 'vergonha' (...), o que parece predominante no Twitter brasileiro na era de Bolsonaro, enquanto 'resistir' estava no Twitter americano no primeiro ano (de governo de Donald) Trump", afirmou.
Um dos internautas, em resposta a Tharoor, disse que o colunista "é um esquerdista" e que "Ernesto Araújo é um homem corajoso que expõe a sujeira do comunismo".
Outro afirmou que o Washington Post é uma "máquina de fake news" e que "tudo que o ministro Ernesto Araújo disse é verdade, e é por isso que você está tentando ridicularizá-lo, assim como o jornal para o qual você trabalha faz frequentemente com o presidente Donald Trump."
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