Bancos centrais se unem e Bolsas americanas disparam

30/11/2011 - 21h07

Bancos centrais se unem e Bolsas americanas disparam

 
DO VALOR
Depois de mais um mês de fortes emoções por conta dos desdobramentos da crise na Europa, as Bolsas americanas registraram forte alta neste último pregão de novembro, após inesperadas atitudes dos principais bancos centrais do mundo.
O índice Dow Jones subiu 4,24%, para 12.045 pontos, maior alta desde 23 de março de 2009. Com o forte avanço dos três últimos pregões, o Dow conseguiu encerrar novembro no azul, com leve ganho de 0,7%.
O Nasdaq andou 4,17% hoje, para 2.620 pontos, mas perdeu 2,4% no mês. E o S&P 500 registrou alta de 4,33%, para 1.247 pontos, encerrando novembro com baixa de 0,5%. Considerando as três altas desta semana, Wall Street teve seu melhor desempenho.
A primeira surpresa positiva do dia veio do BC da China, que decidiu reduzir o empréstimo compulsório em 0,5 ponto percentual a partir do dia 5 de dezembro. Foi o primeiro corte na taxa desde dezembro de 2008.
Mais tarde foi a vez dos BCs de Canadá, Inglaterra, Japão e Suíça, além do Banco Central Europeu (BCE) e do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), anunciarem ações coordenadas para ampliar a liquidez do sistema financeiro global.
TENSÕES
"O objetivo dessa intervenção é aliviar as tensões nos mercados financeiros e, dessa forma, mitigar os efeitos dessas tensões sobre a oferta de crédito às famílias e empresas, e assim, ajudar a promover a atividade econômica", disse o Federal Reserve (banco central dos EUA), em um comunicado oficial. A ação conjunta anunciada hoje, portanto, tem caráter preventivo e visa garantir a circulação de recursos no sistema financeiro.
"Isso dá uma indicação de que as autoridades monetárias estão preparadas para fazer o que for preciso para impedir o congelamento dos mercados de crédito", disse o analista de mercado da CMC Market Michael Hewson.
Os BCs anunciaram duas medidas principais: cortar em 0,5 ponto percentual o custo das operações com intercâmbio de moeda ("swaps"), com início a partir de 5 de dezembro e vigência até 1 de fevereiro de 2013; e fazer acordos bilaterais para facilitar o intercâmbio de fundos entre as instituições financeiras, incluindo linhas não somente em dólar mas também moedas locais.
Dessa forma, caso o sistema financeiro de uma região necessite de recursos adicionais para manter sua liquidez, o banco central do continente ou do país terá onde buscar recursos para manter sua função de "emprestador de última instância" para o setor bancário local.
ALVO PRINCIPAL
Embora todos os bancos centrais possam se beneficiar medidas, o alvo principal deve ser o Velho Continente. O sistema bancário europeu está carregado de títulos emitidos pelos países do continente, agora sob riscos variados de insolvência financeira.
Como já salientou o presidente Barack Obama, os EUA têm enorme interesse em evitar que o pior aconteça na Europa. "O desempenho europeu possui grande importância para nós. Quando a Europa se contrai, fica muito mais difícil para nós criar bons empregos", disse Obama, que enfrenta uma persistente taxa de desemprego próxima dos 10% nos Estados Unidos.
As economias emergentes, apesar de estarem em melhor forma, também devem sofrer no caso do "pior cenário". Além da esperada redução na demanda por seus produtos entre os consumidores europeus, as empresas seriam afetadas pela falta (ou o encarecimento) das linhas de crédito externas para financiar suas exportações, como ocorreu, aliás, em 2008.

Editoria de Arte/Folhapress

Para completar a enxurrada de boas notícias, a ADP informou que o setor privado gerou 206 mil empregos nos Estados Unidos em novembro, superando a previsão de 130 mil vagas feita por economistas.
Em Londres, o índice Financial Times fechou em alta de 3,16%, a 5.505 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX avançou 4,98%, para 6.088 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 subiu 4,22%, para 3.154 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib encerrou em alta de 4,38%, a 15.268 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou valorização de 3,96%, para 8.449 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 teve ganho de 3,22%, para 5.536 pontos.

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