Bom para os EUA, difícil para o Brasil

Bom para os EUA, difícil para o Brasil

Publicado em Domingo, 29 Janeiro 2012 21:18



Mesmo com as possíveis dificuldades que o turista brasileiro deva enfrentar, operadoras como a CVC criaram mais roteiros rumo aos EUA.
Em discurso realizado em frente ao castelo da Cinderela, na Walt Disney World, em Orlando, o presidente Barack Obama anunciou, no último dia 19, a intenção de facilitar a emissão de vistos para turistas brasileiros e chineses. A promessa é que a permissão para viagens aos Estados Unidos levará, em média, 40% menos tempo até o final do ano. Mas, para chegar até ao parque do Mickey Mouse ou a Nova York, o brasileiro enfrentará uma barreira bastante conhecida: a falta de infraestrutura aeroportuária brasileira.
 
Segundo Eduardo Padilha, especialista em infraestrutura do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), todos os aeroportos brasileiros operam acima de suas capacidades. Para ele, com maiores facilidades para dar  entrada nos Estados Unidos, o gargalo tende a aumentar.
 
Com as medidas para facilitar o processo — entre elas, a possibilidade de isenção de entrevista, em alguns casos —, os já sobrecarregados terminais de voos internacionais da região Sudeste terão ainda mais passageiros. "A maioria dos voos continuará saindo desta região por conta do poder econômico das pessoas. Isso não deve ter grande mudança", disse o especialista.
 
Padilha acredita que os investimentos previstos para os aeroportos das 12 capitais que vão sediar jogos da Copa do Mundo, se tornam mais urgentes por conta da medida do governo dos EUA. Em sua opinião, eles devem ser feitos nos terminais de cargas, nos terminais de passageiros domésticos e internacionais e também nas pistas. "Congonhas e Cumbica não têm mais espaço para ter novas pistas, não dá para desapropriar mais. Em dez anos, Cumbica estará saturado. A partir daí o crescimento se dará em Campinas", diz.
 
No ano fiscal norte-americano encerrado em outubro, foram concedidos 820 mil vistos a brasileiros, salto de 44% ante 2010. Para a China, foram 1 milhão, alta de 33% frente o ano anterior. A meta anunciada pelo governo dos EUA para 2013 é mais que duplicar o total, chegando a 1,8 milhão no Brasil e 2,2 milhões na China.
 
 
Otimismo — Se o turista brasileiro pode passar a enfrentar maiores dificuldades daqui em diante, por outro lado há quem só veja o lado positivo. De acordo com o Departamento de Comércio norte-americano, os visitantes estrangeiros renderam US$ 134 bilhões em 2010 ao país, tornando-se sua maior indústria de serviços de exportação. Por sua vez, a Associação de Viagem dos EUA estima que atrasos no visto custaram US$ 606 bilhões e 467 mil empregos ao país, na última década. Segundo seus cálculos, a cada 35 turistas que visitam o país, uma vaga de trabalho é criada.
 
Atenta ao recente anúncio do governo Obama, a CVC, maior operadora de viagens do Brasil, já prepara novos roteiros rumo aos EUA. Entre eles, Las Vegas e Nova York. Ainda neste mês, a empresa vai lançar outros seis novos roteiros pelo Estado da Califórnia, sendo um deles o pacote "Parques Nacionais Americanos". Com isso, a empresa ultrapassará a marca de 40 opções de pacotes de viagens oferecidos para brasileiros que pretendem conhecer o país.
 
Gabriel Rico, CEO da Câmara de Comércio Americana (Amcham), vê com simpatia a nova medida. Para ele, o anúncio do presidente Obama mostra que o Brasil adquiriu novo status diante dos americanos. "Os EUA passam a ver o Brasil em uma relação direta, não um país a mais na América Latina", afirmou o CEO, por meio de nota.
 
A Amcham acredita que as medidas estão bem encaminhadas, já que o "pacote de facilidades" foi anunciado pelo próprio presidente norte-americano. O governo, por sua vez, informou que a proposta do projeto-piloto será apresentada a Obama dentro de 90 dias. COPIADO : http://www.tosabendo.com/

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